Cocaína

“A cocaína é o estimulante natural mais potente e possivelmente o agente com maior poder aditivo que se conhece”, alerta no seu site a federação internacional que coordena o desporto que mais problemas regista com a cocaína: o futebol. Um terço de todos os controlos anti-doping positivos contabilizados pela FIFA (Federação Internacional de Futebol) é causado pelo consumo de cocaína.
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A FIFA acredita que “o uso crescente como droga recreativa destaca as pressões próprias do estilo de vida que enfrenta alguns jogadores”. Contudo, a cocaína não é proibida no desporto por ser droga social, mas sim por dar ao seu consumidor uma sensação de “hiper-estimulação, redução da fadiga e clarividência mental”, ainda que os efeitos estimulantes da cocaína tenham um efeito curto: o organismo máximo do futebol explica que “os consumidores de cocaína atravessam uma ‘rajada’ ou sensação inicial de bem-estar, de ter mais energia e estar mais alerta. Esse efeito desaparece rapidamente e frequentemente faz com que a pessoa se sinta mais ‘caída’ ou deprimida que antes. Ao contrário do que é a crença comum, a cocaína não melhora verdadeiramente o rendimento no trabalho, no desporto, na escola ou durante a actividade sexual”.

A dependência e a síndrome de abstinência contribuem largamente para que o consumo de cocaína cause mais desagrado e prejuízo do que prazer e benefícios. Os problemas de Diego Maradona com esta droga tornaram-se numa das facetas incontornáveis de qualquer perfil de “El Pibe”, tendo-lhe valido a uma suspensão de um ano causado por um controlo positivo registado em 1991 (o argentino voltou a ser suspenso, por mais 15 meses, devido ao uso de efedrina durante o Mundial de 1994). Recentemente foi uma estrela do futebol português a admitir os seus problemas com a cocaína: Mário Jardel, máximo goleador da primeira divisão quando esteve no FC Porto e no Sporting.

A cocaína inibe a sensação de cansaço, dor e fome, causando euforia e sentimentos de invencibilidade. A nível físico aumenta o ritmo cardíaco, a tensão arterial e a temperatura do corpo. Segundo o Instituto da Droga e Toxicodependência (IDT), doses altas podem causar agitação, insónia, agressividade, ansiedade, visões, alucinações, tremores e convulsões, efeitos aos quais se segue cansaço, irritabilidade, comportamento impulsivo e apatia originados pela ressaca.

A longo prazo, as consequências negativas são ainda mais extensas, como irritabilidade, pânico, crises de ansiedade, problemas de memória e concentração, assim como distúrbios sexuais (falta de libido e impotência), alimentares (bulimia e anorexia nervosa), neurológicos (cefaleias ou acidentes vasculares), cardiorrespiratórios (arritmia, dificuldade na respiração, perfuração do septo que separa as duas fossas nasais). O IDT chama ainda a atenção para os efeitos da cocaína consumida durante a gravidez (mais probabilidades de aborto e mortalidade antes do nascimento e alterações no sistema nervoso dos recém-nascidos) e para a “psicose da cocaína”, “com características similares à psicose esquizofrénica com predomínio das alucinações auditivas e das ideias delirantes de tipo persecutório”.

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