Sonae entra hoje na Venezuela e já tem data para a Colômbia
A Sonae SGPS anunciou hoje que fechou os primeiros nove meses do ano com um resultado líquido atribuível aos acionistas de 64 milhões de euros, montante que representa uma quebra de 24% face aos 84 milhões arrecadados em igual período do ano passado.
Em comunicado enviado à CMVM, a retalhista explica que a penalizar as contas esteve a "não existência de ganhos não recorrentes associados à venda de ativos pela Sonae RP (versus os 16 milhões de euros registados nos nove meses de 2011)" e "uma menor contribuição dos resultados indiretos, não-monetários, da Sonae Sierra, essencialmente em resultado da desvalorização de centros comerciais em Espanha e Portugal".
A somar a isto esteve também "o nível de consumo privado em Portugal e Espanha foi fortemente influenciado pelas medidas de austeridade implementadas em ambos os países, destinadas à correção dos seus desequilíbrios macroeconómicos".
O volume de negócios (excluindo gasolineiras) registou uma quebra ligeira até setembro, recuando 2% para os 3,94 mil milhões de euros quando em igual período do ano passado tinha sido de 4,01 mil milhões.
Já o EBITDA (lucros antes de juros, impostos, depreciações e amortizações) teve uma subida de 1% para os 431 milhões de euros até setembro, face aos homólogos 429 milhões.
A Sonae revelou ainda que, nos primeiros nove meses, o investimento total do Grupo ascendeu a 177 milhões de euros, tendo sido "essencialmente alocado à remodelação e manutenção dos ativos de retalho na Península Ibérica e, no caso da Sonaecom, ao desenvolvimento da rede de telecomunicações, nomeadamente a implementação da rede 4G".
No final de setembro, o endividamento total líquido era de 2,05 mil milhões de euros, menos 181 milhões que no período homólogo, "apesar do efeito do pagamento inicial correspondente à aquisição de espectro LTE pela Sonaecom (83 milhões de euros) e do pagamento de dividendos aos acionistas da Sonae (66 milhões de euros)".
"A Sonae continuou assim a fortalecer a sua estrutura de capitais, com o endividamento financeiro a diminuir de forma sustentada durante os últimos 12 trimestres e a representar, no final do terceiro trimestre, 55% do capital investido (2p.p. abaixo do período homólogo)", sublinha a retalhista.
A Sonae acrescenta ainda que "em termos acumulados, nos últimos três anos, a redução total no endividamento financeiro líquido cifra-se em 424 milhões de euros, o que é particularmente relevante quando perspetivado no quadro do forte investimento realizado no crescimento internacional da empresa durante este período".
Primeira loja Zippy na Venezuela
A Sonae abre hoje a sua primeira loja da Zippy na Venezuela e tem prevista a entrada da marca de roupa de criança no Panamá e na Colômbia até 2016. Em declarações ao Dinheiro Vivo, fonte oficial da Sonae adiantou que "amanhã [hoje] abrimos a primeira loja da Zippy na Venezuela" estando ainda "prevista a entrada da Zippy no Panamá e na Colômbia até 2016".
A somar a isto, a retalhista está a "analisar a entrada com investimento para o desenvolvimento de um centro comercial na Colômbia".
A mesma fonte adiantou que as necessidades de financiamento "estão asseguradas até 2014" e que não está "prevista outra operação de emissão de dívida". "Refinanciámos mil milhões de euros nos últimos doze meses e este foi o décimo segundo trimestre em que reduzimos a nossa dívida", sublinhou.
Sem querer falar diretamente sobre o rival Pingo Doce, fonte oficial da Sonae - dona do Continente - qualificou a existência de concorrência de "saudável" e que "se todos os mercados tivessem concorrência como a que existe no retalho, os consumidores estariam mais protegidos".
Questionada sobre o impacto da crise na Península Ibérica e as perspectivas para o fecho do ano, fonte oficial da Sonae admitiu estar preocupada "com o último trimestre deste ano e com 2013". "A quebra do consumo privado tem efeitos nas retalhistas mas os sinais em 2012 confirmam que os nossos produtos demonstram resiliência e temos vindo a ganhar quota de mercado. Estamos tranquilos mas prudentes e quando a economia inverter vamos sair mais reforçados", acrescentou.