Uma semana com duas festas e um presente "envenenado"

A primeira volta das eleições presidenciais no Brasil acabou com dois vencedores e um derrotado -- as empresas de sondagens. No desporto, a seleção feminina de futebol está na luta pela ida ao Mundial e Portugal e Espanha "chama" a Ucrânia para a candidatura à organização da prova em 2030. No seu dia de anos, Putin assiste à entrega do Nobel da Paz a quem luta pelos direitos humanos na Rússia e Ucrânia.
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Presidente da CEP suspeito de "esconder" casos de abusos sexuais

A Igreja Católica portuguesa continua sob suspeita no que diz respeito a alegados casos de abuso sexual de crianças. O escândalo mais recente atingiu o presidente da Conferência Episcopal Portuguesa, José Ornelas, curiosamente o responsável pela criação da comissão que está a receber e a investigar denúncias de casos. Agora é suspeito de nada ter feito em relação a situções que terão ocorrido em Moçambique num orfanato que estava sob sua alçada pois era o responsável pela Congregação dos Sacerdotes do Sagrado Coração de Jesus. José Ornelas defendeu-se dizendo que pediu uma investigação em 2011 e que nada resultou daí. Também anunciou que reuniu com o papa Francisco e que recebeu um voto de confiança. O problema é que a confiança na instituição parece cada vez mais em causa...

Brasil. Lula ganhou, Bolsonaro também. Sondagens perdem

A noite eleitoral brasileira acabou com um sorriso inesperado - para quem seguia as sondagens - do atual presidente Jair Bolsonaro. Apesar de não ter sido o preferido dos eleitores - o antigo presidente Lula da Silva recebeu 48,43% dos votos contra 43,2% do governante -, Bolsonaro derrotou as sondagens que durante toda a campanha chegaram a dá-lo oito por centro atrás de Lula. Já o antigo presidente, apesar de ser o mais votado e de ter ficado a cerca de 2% da vitória na primeira volta, acabou a noite menos vitorioso que o esperado pelos seus apoiantes. Agora vão os dois fazer campanha até dia 30, dia da segunda volta das eleições. No final, quem perdeu foram as empresas de sondagens: nenhuma acertou no cenário real e não se livraram de críticas, principalmente do atual presidente.

Carta da ONU justifica invasão, diz embaixador russo

A guerra na Ucrânia acontece em vários locais. Enquanto no terreno as tropas locais vão reivindicando avanços, no campo diplomático passou-se das sanções para a chamada dos embaixadores russos em cada país europeu de forma a ser transmitida pelos governos a contestação aos referendos organizados em quatro províncias pela Rússia. Com o "recado" de que a anexação das regiões não vai ser reconhecida, os representantes russos vão apresentando a visão do país liderado por Vladimir Putin. E esta é simples: "A realização dos referidos referendos tornou-se [possível] a concretização do direito inalienável dos habitantes das repúblicas das regiões do Donbass [Donetsk e Lugansk], Zaporijia e Kherson, consagrado na Carta da ONU". E assim se justifica umas eleições em território de um país que se invade e enquanto ainda há combates nas próprias zonas anexadas.

Cartazes. Moedas manda tirar CNE "vê" possível crime.

A gestão da Câmara Municipal de Lisboa tem sido um desafio para Carlos Moedas e a sua equipa. Muitas das decisões do presidente têm sido violentamente contestadas, o próximo líder do executivo tem avanços e recuos nas suas próprias decisões. O mais recente tema em liça teve a Praça Marquês de Pombal e os cartazes de propaganda política que ali estavam como pomo de discórdia. A câmara pediu para os partidos retirarem os cartazes, o PCP entre outros não o fez, e os serviços autárquicos retiraram-nos. Perante os protestos sobre a "censura" que estava a fazer, Carlos Moedas desafiou o PCP a processá-lo e a "ir lá pôr os cartazes". A primeira ação foi feita e quanto à segunda a Comissão Nacional de Eleições "vê" um possível crime. É esperar pelos próximos episódios.

Futebol ibérico junta Ucrânia a candidatura pela paz

Já lhe chamam "um Mundial para a paz". Mas essa é mesmo a única característica que pode justificar a candidatura ibérica ao Mundial de futebol de 2030 com organização de Portugal, Espanha e Ucrânia. A inclusão do país que em fevereiro foi invadido pela Rússia e que desde aí tem lutado para manter a sua integridade, recebendo o apoio financeiros, político e material de diversos países, foi apresentada como uma forma de promover a paz na Europa e, também, de reforçar a aposta para se conseguir a organização da prova. Resta saber se a decisão vai nesse sentido.

A festa do futebol feminino na luta por um lugar no Mundial

Noventa minutos, ou 180 dependendo da classificação, é o tempo que separa a seleção nacional sénior de futebol feminino de um feito histórico e que espelha a evolução que tem mostrado ao longo dos últimos anos. Ao vencer a Bélgica (2-1, com golos de Diana Silva e Fátima Pinto), a equipa liderada por Francisco Neto apurou-se para o segundo play-off de apuramento para o Mundial que terá lugar na Austrália e Nova Zelândia entre 20 de julho e 20 de agosto do próximo ano. Dia 11, Portugal recebe a Islândia e se vencer pode garantir a presença na fase final se for uma das segundas melhores seleções, caso contrário ainda terá de disputar um jogo com uma seleção de um continente que não o Europeu. Seja como for, a equipa já merece os elogios pelos resultados e por estar a disputar lugares em grande competições.

Nobel da Paz. O presente envenenado no aniversário de Putin

No dia em que o presidente da Federação Russa comemorou os 70 anos, o Comité Nobel atribuiu o Nobel da Paz a três entidades que representam "a importância da sociedade civil para a paz e a democracia". Escolha que não pode ser dissociada da invasão que as tropas lideradas por Vladimir Putin fazem desde fevereiro na Ucrânia. Assim, no dia do seu aniversário o presidente russo acaba por receber um presente envenenado. Os vencedores são o bielorrusso Ales Bialiatski, que está atualmente detido, a organização russa Memorial e o ucraniano Centro para as Liberdades Civis.

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