Um investimento em qualidade de vida para quem tem gatos
Ao contrário do que acontece habitualmente, o equipamento em teste neste espaço não foi emprestado pela marca. Aliás, nem o objetivo original sequer era fazer crítica de utilização ao produto em causa. Mas após quase duas semanas de surpreendente experiência, não resisto a dedicar este espaço ao Petkit Puramax, a “caixa de areia” automática para gatos que comprei lá para casa e que melhorou a nossa (minha e da minha mulher) qualidade de vida de tal forma que só me arrependo de não ter gasto este dinheiro mais cedo.
Tudo o que se segue é a nossa experiência com os nossos quatro gatos - a Peta e a Zeta, duas irmãs já com 11 anos , o Batcat e o Robbie, ambos com cerca de 4, todos salvos do abandono, e já por algumas vezes estrelas em artigos meus do DN, quando foi preciso demonstrar capacidades fotográficas de telemóveis.
Escolhi este modelo da Petkit porque, ao contrário do que acontece com outras caixas que existem no mercado, não tem porta - e nunca conseguimos habituar os nossos gatos a utilizar uma caixa com porta (não foi à falta de tentativa, mas aquilo a bater-lhes na cauda sempre os incomodou muito...)
Além disso, ao contrário de outros modelos automáticos, incluindo o mais barato da própria Petkit, o Purax, este Puramax tem a entrada suficientemente baixa para quase parecer uma caixa “normal”, não obrigando os bichos a saltar para o interior, o que me pareceu uma facilidade grande do ponto de vista de adaptação dos animais.
Outra vantagem do produto, como anunciado é o facto de poder utilizar praticamente qualquer “areia”, desde que aglomerante - aliás, o fabricante até sugere que, pelo menos numa primeira fase, se use o aglomerante que o(s) animal(is) já conhece(m), para minimizar o impacto da mudança.
De resto, o funcionamento da máquina é, ao mesmo tempo, simples e eficaz. Sensores à entrada e nos pés (que funcionam como balança - já regressamos a este assunto) detetam a presença do animal e a sua saída. Após um espaço de tempo - programável, sendo o “normal” um minuto, inicia-se o ciclo automático de limpeza.
O aparelho (como se vê pela foto) parece uma pequena betoneira, mas gira no sentido longitudinal comparativamente a estas máquinas. O que faz é mexer a areia no interior, levando-a a passar por um filtro de plástico perfurado, que deixa passar a areia seca e limpa e obriga a suja (aglomerada) a saltar para a parte superior, que é uma rampa de despejo para o recipiente onde se encontra o saco do lixo. No regresso, a “betoneira” devolve à posição inicial a areia limpa que sobra, repondo-a no fundo.
O modelo que comprei - e que aconselho - incluí ainda um ambientador no interior, que se liga via Bluetooth à própria máquina e tem um sensor próprio para detetar a presença do gato (de forma a nunca aspergir o bicho). Após o ciclo de limpeza estar completo, elimina os maus odores, sendo que esta maquineta também funciona como lanterna interior, para verificar o estado da areia.
Todas as funcionalidades da Puramax são controláveis pelo smartphone, via app. A máquina liga-se à rede doméstica por Wi-Fi, pelo que é possível verificar o seu estado em qualquer parte do mundo. Incluindo as rotinas dos animais.
Isto porque a app consegue identificar cada gato através do seu peso (daí a importância de os pés serem balança). De cada vez que um dos gatos se serve da caixa os donos - a minha mulher e eu partilhamos a gestão no aplicativo - recebem uma notificação, bem como se o sistema fez convenientemente a limpeza e a atuação do ambientador ou se algo falhou.
Estas rotinas são registadas num gráfico na app, o que pode revelar-se útil para detetar, por exemplo, problemas renais ou de bexiga nos animais.
Além disso, e nitidamente estes sistemas são programados por quem percebe e gosta de animais, o algoritmo ainda tenta perceber “falsos alarmes”, como o gato ir “apenas espreitar” a caixa ou apenas meter uma pata para restolhar a areia, mas desistir, através do peso e do pouco tempo de atividade, de forma a não iniciar processos de limpeza em vão.
A este modelo - que no Amazon.es (via Prime com entrega gratuita) se anuncia com desconto de 180 euros e, como tal, custa 530 euros. Para um único gato o fabricante prevê que só seja necessário mudar o recipiente ao fim de “15 dias”... Os meus quatro (que comem muito!) obrigam a mudar a cada três/quatro dias. O que está mais ou menos certo.
Quanto à reação deles à máquina, maioritariamente adaptaram-se logo. O Robbie o o Batcat foram os primeiros a saltar lá para dentro, sem qualquer problema. A Zeta hesitou ainda uma hora, talvez, mas depois agiu como se de uma outra qualquer caixa se tratasse.
O problema foi a Peta. É que ela viu a máquina a rodar! E a partir daí desconfiou dela... Ao ponto de chegar a recusar-se a usá-la. Até que a minha mulher lá fez de psicóloga gatal e resolveu a situação.
Enfim, há sempre qualquer coisa...
Petkit anuncia nova caixa com IA
A Petkit promete melhorar a sua “caixa de areia” automática equipando-a com uma câmara e rotinas de Inteligência Artificial de forma a melhor o reconhecimento dos animais de cada vez que se aproximam do equipamento. É esta a premissa da anunciada Purobot Ultra, para a qual o fabricante chinês especializado em produtos tecnológicos para animais se está a financiar através de uma operação de crowdfunding no IndieGo. Segundo a marca, a câmara integrada à entrada da caixa (que roda para o interior para ver o gato e o seu comportamento) terá ainda a função de analisar, para efeitos de saúde, os seus dejetos. Este processo de financiamento da Petkit não é novidade neste tipo de produtos. Aliás, a Puramax original foi lançada também através de uma operação de crowdfunding, antes de entrar em produção em massa. Se está interessado, ainda faltam cerca de dois meses para o prazo terminar e já ultrapassou drasticamente a meta fixada.