Tudo sobre uma sexta-feira de greves que afetará escolas, centros de saúde e comboios
Ter aulas, ir aos hospitais ou centros de saúde e utilizar comboios, nomeadamente os da CP, esta sexta-feira poderá ser uma tarefa difícil ou mesmo impossível. Mesmo que na CP tenham sido decretados serviços mínimos.
Convocadas pela Federação Nacional de Sindicatos Independentes da Administração Pública e de Entidades com Fins Públicos (Fesinap) e pela Federação Nacional dos Sindicatos dos Trabalhadores em Funções Públicas e Sociais (FNSTFPS), estas duas paralisações, a confirmarem-se, vão provocar constrangimentos principalmente nos setores da Educação e Saúde.
Também nesta sexta-feira, haverá também greve na CP e, embora tenham sido fixados serviços mínimos, circular de comboio vai ser difícil.
Quando começam as greves?
As greves estão agendadas para se iniciarem às 00:00 e terminarem às 24:00 desta sexta-feira (6 de dezembro).
No entanto, há serviços, como o metro do Porto que vão começar a sentir os efeitos já a partir das 22:00.
Também a CP já sofreu esta manhã o impacte da paralisação tendo sido suprimidos cerca de uma centena de comboios, a maioria regionais e urbanos do Porto, até à hora de almoço.
Que serviços poderão ser mais afetados?
Escolas, centros de saúde, hospitais, tribunais e registos devem ser alguns dos setores afetados pelas paralisações.
Há serviços mínimos?
O Tribunal Arbitral decretou a fixação de serviços mínimos para a greve de maquinistas na ordem dos 25% na CP -- Comboios de Portugal, nos serviços urbanos, regionais e de longo curso, segundo um acórdão do Conselho Económico e Social divulgado na quinta-feira (dia 5).
No documento é frisado que "deverão ser assegurados os serviços necessários à segurança e manutenção do equipamento e das instalações, bem como os serviços de emergência que, em caso de força maior, reclamem a utilização dos meios disponibilizados pela CP; Serão assegurados comboios de socorro, assim como, no respeito da percentagem de 25%, os comboios que transportem mercadorias perigosas e bens perecíveis".
Quais são as razões das greves?
No caso do setor da Educação, a Fesinap quer ver criada uma carreira especial para os trabalhadores não docentes das escola.
Na saúde, uma das reivindicações passa pela criação de um subsídio de risco para os auxiliares de saúde.
A greve dos maquinistas vai afetar que serviços?
A greve convocada pelo Sindicato dos Maquinistas da Ferrovia (Smaq) abrange a CP, IP, Fertagus, Metro Sul do Tejo, ViaPorto (Metro), Captrain e Medway (mercadorias).
Há outros alertas por causa das greves?
Sim, por exemplo, a Câmara Municipal de Oeiras colocou no seu site um aviso que a paralisação dos trabalhadores da função pública por afetar a recolha de resíduos urbanos.
O Governo já comentou as greves, nomeadamente a dos maquinistas?
Sim. No final do Conselho de Ministros desta quinta-feira (5 de dezembro) o ministro da Presidência, António Leitão Amaro, classificou como "inédita" a greve dos maquinistas, agendada para esta sexta-feira, defendendo que em causa está um protesto contra algo que não aconteceu.
"[...] Em momento algum, e isso foi esclarecido várias vezes por mim e pelo ministro das Infraestruturas, o Governo estabelece ou estabeleceu causalidades", afirmou o ministro da Presidência, António Leitão Amaro, em resposta aos jornalistas no final do Conselho de Ministros, em Lisboa.
Em causa estão as declarações do ministro da Presidência, António Leitão Amaro, em conferência de imprensa após um Conselho de Ministros, na qual afirmou que "não é muito conhecido, mas Portugal tem o segundo pior desempenho ao nível do número por quilómetro de ferrovia de acidentes que ocorrem" e que tem "um desempenho cerca de sete vezes pior do que a primeira metade dos países europeus", explicando que o Governo aprovou uma proposta de lei que reforça "as medidas de contraordenação para os maquinistas deste transporte ferroviário, criando uma proibição de condução sob o efeito de álcool".