Cerca de três dezenas de pessoas concentraram-se este sábado em Lisboa em protesto contra o aumento do custo de vida e para pedir ao Governo que tome medidas que permitam "baixar o preço de bens essenciais"..Os manifestantes concentraram-se no largo de São Domingos, na zona do Rossio, em Lisboa, munidos de cartazes e tarjas para ecoar em uníssono palavras de ordem contra a inflação e a "especulação de preços", dizendo que "não podem ser sempre os mesmos a pagar".."Primeiro foi a crise, depois a covid e agora é a guerra. Vamos ao supermercado e está tudo mais caro. Não queremos, mais uma vez, pagar uma crise da qual não temos culpa. Não podem ser sempre os mesmos", disse à agência Lusa Pedro Lago, um dos responsáveis movimento "Os mesmos de sempre a pagar"..Segundo Pedro Lago, os salários e as reformas "precárias" tornam "insuportável" estes aumentos e, nesse sentido, defende uma intervenção "mais efetiva" do Governo.."De pouco vão servir os poucos apoios do Governo se os preços não forem fixados. É urgente fixar os preços dos alimentos, dos combustíveis e das rendas. É necessário aumentar os salários e as reformas e as pensões", defendeu..Um dos participantes nesta manifestação foi o jovem Rodrigo Figueiredo, de 19 anos, que mostrou a sua preocupação à Lusa pelo aumento do custo de vida.."É preciso urgentemente baixar o IVA, aumentar os salários e dar mais dignidade às pessoas. Eu como jovem sinto que o meu futuro, assim, não pode ser risonho", apontou..No mesmo sentido, Sertório Tecurto, de 70 anos, alertou para as dificuldades sentidas pelos jovens e pelos reformados, manifestando-se "bastante apreensivo".."Eu olho para as dificuldades que sinto, cada vez que vou ao supermercado, porque a minha reforma é baixa, mas também para as dificuldades que as minhas netas sentem. Uma delas já assinou 14 contratos de trabalho precários. Existe também o problema com o preço das rendas. Acabamos também por ter de as ajudar", contou..Durante o dia deste sábado estão também agendadas ações de protesto do mesmo movimento nos distritos do Porto, Leiria, Braga, Santarém, Évora, Coimbra, Aveiro, Beja, Portalegre e Setúbal.