Há várias semanas que os abrigos das paragens de transportes públicos em Lisboa, sobretudo autocarros, têm estado a ser substituídos. Em muitos locais, os buracos já deram origem aos novos abrigos, encomendados pela Câmara Municipal de Lisboa, mais modernos e com assentos mais confortáveis, em metal..“No âmbito dos anteriores contratos de concessão (celebrado em 1995 com a Cemark e JCDEcaux) existiam cerca de 1750 abrigos. O contrato que está agora a ser implementado prevê a instalação até dois mil abrigos”, refere o município, questionado pelo DN..O que irá continuará a escassear são os painéis automáticos com informação dos tempos de espera, pelos autocarros ou elétricos. “O contrato (...) prevê a colocação de painéis indicativos de tempo de espera em 60 abrigos”, esclarece a CML. Muito pouco, tendo em conta a dimensão da cidade e o número de abrigos: dois mil. “Está neste momento em avaliação a expansão deste sistema para um número superior”, adianta ainda o município, ao DN. .Nas paragens já existe um sistema, o SMS Carris, que permite saber o tempo de espera, através do envio de uma mensagem de texto para o número 3599, com o número atribuído à paragem e que está indicado na bandeira onde constam os números das carreiras que ali efetuam paragem..Depois é só esperar e receber a resposta, também por SMS. Só que este sistema é “muito falível”. “Acontece mandar mensagem, surgem os tempos de espera para os vários autocarros que passam naquela paragem, e quando chega à hora indicada não passa qualquer autocarro. Volta a enviar-se mensagem e o tempo de espera já foi alterado”, diz Mariana Rodrigues, 49 anos, utente da Carris..Painéis indicativos com os tempos de espera, segundo esta utente, “são poucos”. “E acontece o mesmo que com o SMS Carris - muitas vezes está indicado um certo tempo de espera e não se concretiza”..Apesar de haver cerca de duas mil, espalhadas pela capital, ainda há muitas paragens sem abrigos, nem bancos. “A seleção dos locais para a colocação de abrigos nas paragens de transportes públicos segue uma análise cuidadosa e estudo das condições específicas de cada local”, começa por explicar a autarquia..“Diversos fatores foram tidos em linha de conta, entre eles e em primeiro lugar a existência de passeio que permita a instalação do abrigo. Existem inúmeras paragens onde os passeios são demasiado estreitos e impossibilitam a sua instalação. Nessas situações é colocada uma estrutura menor, como um postalete com a informação necessária ao utilizador. Outro critério, por exemplo, é o da utilização e permanência na paragem, como é caso das paragens de final de carreira/percurso, onde não existem tempos de espera”. .O último critério é criticado pelos utentes. “Não é verdade que não haja tempos de espera nos terminais. É evidente que quando chegamos a essas paragens nem sempre está lá um autocarro”, adverte Mariana Rodrigues. .A CML não gastou um cêntimo na renovação dos abrigos. “As obras para a instalação dos abrigos são da responsabilidade do concessionário. A CML não despende valor financeiro para a substituição do mobiliário urbano”.