SpaceX vai construir superfoguetão para Marte em Los Angeles

O BFR criado por Elon Musk deverá iniciar missões ao planeta vermelho em 2022
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A cidade dos anjos foi o local escolhido pela SpaceX para construir o seu projeto mais ambicioso de sempre, um foguetão gigante capaz de levar mercadoria e humanos para Marte. Com nome de código BFR, que começou por significar Big Fucking Rocket e agora é referido como Big Falcon Rocket, o foguetão será construído em instalações que vão ser construídas de raiz no Porto de Los Angeles.

O Conselho de Comissários de Portos de LA aprovou ontem a licença n.º 937 que autoriza a SpaceX a construir a sua fábrica de naves espaciais numa área de quase oito hectares arrendada à cidade. O contrato inicial é de dez anos, com uma renda anual de 1,38 milhões de dólares, e mais duas opções de extensão de dez anos cada. Ou seja, a SpaceX poderá contar com este terreno durante os próximos trinta anos.

"Não sabemos exatamente o que vamos construir, mas sabemos que é grande. E que não pode ser transportado por camião", disse Bruce McHugh, diretor de construção e imobiliário da SpaceX, aos comissários do Porto de LA que aprovaram o projeto. Foi por isso que a empresa procurou um terreno junto ao porto, porque o BFR só poderá ser transportado por navio. A primeira fase vai durar um ano e compreende a construção de um hangar gigantesco, onde estarão 20 engenheiros e 20 técnicos a tentar perceber como desenvolver o BFR. "Estamos a construir uma nave que nunca foi construída antes", explicou McHugh.

A empresa já usa o Porto de Los Angeles desde 2012 para operações de recuperação de boosters do Falcon 9 e das cápsulas que caem no oceano de paraquedas após participarem em missões à estação espacial internacional. "O porto vai ter um papel importante na nossa missão de ajudar a tornar a humanidade multiplanetária, à medida que a SpaceX começa o desenvolvimento da produção do BFR - o nosso foguetão e nave espacial de próxima geração capaz de levar tripulação e carga para a Lua, Marte e mais além", sublinhou a diretora de operações da SpaceX, Gwynne Shotwell.

O projeto inclui instalações de pesquisa, design e produção de foguetões e naves e tem o potencial de criar 700 empregos especializados. Vai ocupar um terreno que não tem inquilinos desde 2005, porque o anterior deixou o solo contaminado. A recuperação da área valerá à SpaceX alguns milhões em créditos para abater à renda anual.

Esta aprovação conclui as negociações que começaram em 2015, antes mesmo de o CEO Elon Musk fazer a apresentação pública do que chamou então "sistema interplanetário de transporte" e a ambição de colonizar Marte. A primeira missão, não tripulada, está marcada para 2022. "Este é um veículo que promete levar a humanidade para as profundezas do espaço mais do que nunca", disse o mayor de LA, Eric Garcetti, sobre o investimento.

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