Sindicatos e associações da PSP e GNR contestam diferença de tratamento nas polícias e ameçam com protestos

As estruturas da PSP e da GNR manifestaram indignação com a diferença de tratamento que o Governo deu à PJ ao atribuir um novo suplemento de missão e anunciaram a realização de vários protestos, que podem acontecer em conjunto e serem "inéditos".
Publicado a
Atualizado a

Sindicatos e associações da PSP e da GNR manifestaram-se esta quinta-feira revoltados com a diferença de tratamento que o Governo deu à Polícia Judiciária ao atribuir um novo suplemento de missão e ameaçam com protestos contra o que consideram "discriminação".

As estruturas da Polícia de Segurança Pública e da Guarda Nacional Republica manifestaram indignação por este tratamento desigual e anunciaram a realização de vários protestos, que podem acontecer em conjunto e serem inéditos.

A Associação Sindical dos Profissionais da Polícia (ASPP/PSP) considera positiva a melhoria remuneratória e de condições de trabalho para todos os trabalhadores, mas lamenta "a diferença de tratamento e manutenção de uma política 'low cost para a PSP´".

A ASPP sublinha que esta política de polícia 'low-cost' deveria "envergonhar o atual ministro da Administração Interna e candidato a secretário-geral do Partido Socialista".

"Estamos cansados de ver os profissionais da PSP a ser tratados como uma polícia 'low-cost'", referiu à Lusa o presidente da ASPP, considerando insultuoso este "tratamento desigual".

Recordando o aumento de novas valências da PSP e da complexidade e risco da missão, a ASPP exige "a revisão global das condições remuneratórias", nomeadamente a tabela remuneratória e os diversos subsídios e suplementos.

A ASPP avança que na próxima semana vai decidir ações de luta para demonstrar a indignação.

Também o Sindicato Nacional da Polícia (Sinapol) criticou esta diferença entre polícias, referindo que os elementos da PSP se sentem "completamente ignorados por este Governo".

"Os polícias estão extremamente descontentes com o facto da carreira na PSP não ter tido igual valorização à PJ", disse à Lusa o presidente do Sinapol.

Armando Ferreira sublinhou que "o mal-estar na PSP é de tal maneira transversal, que tanto agentes, chefes e oficiais se sentem mal tratados pelo Governo".

"Estamos a ser sujeitos a uma diferenciação que não faz qualquer sentido, uma vez que a primeira, segunda e terceira linha da segurança é feita pela PSP e GNR, que continuam a ter ordenados base de 900 euros", frisou, indicando que na segunda-feira o Sinapol realiza uma assembleia geral onde vai ser proposta a entrega simbólico da carteira profissional da PSP nas esquadras como forma de protesto.

Por sua vez, a Associação dos Profissionais da Guarda (APG/GNR) referiu que "não irá deixar que este assunto se encerre em si próprio", avançando que vai realizar ações de protesto.

"Sem direito à greve, impõem-se formas criativas e inéditas de protesto", sublinha a APG, considerando "absolutamente inaceitável que não tenha existido tratamento igual para os profissionais da GNR, na medida em que também desempenham funções em condições de risco, insalubridade e penosidade, contexto que este suplemento pretende premiar".

A APG lamenta que o Governo tenha optado para os profissionais da GNR por "aumentos salariais simbólicos", destacando que os militares da corporação se sentem "revoltados, descontentes e indignados" com o que consideram ser uma "postura discriminatória".

Esta associação apela ainda ao comando da GNR para que assuma uma posição para "garantir o prestígio e bom-nome da instituição, que se vê diminuída perante a falta de reconhecimento da sua missão orgânica".

Também a Comissão Coordenadora Permanente dos Sindicatos e Associações dos Profissionais das Forças e Serviços de Segurança, que integra sindicatos e associações da GNR, PSP, Polícia Marítima, Guarda Prisional e ASAE, manifestou indignação e perplexidade com esta decisão do Governo, condenando "esta forma de tratamento discriminatória".

Em comunicado, a plataforma indica ainda que "o único caminho que o Governo deixa é forçosamente o agudizar da contestação", que poderá assumir "moldes inéditos".

Artigos Relacionados

No stories found.
Diário de Notícias
www.dn.pt