Há menos de um ano, anunciava-se a primeira cirurgia remota de cancro da mama feita com recurso a 5G. Agora há robôs-cirurgiões no ativo, a ajudar os médicos em operações de precisão. A tecnologia está a entrar em força na saúde pela mão de grupos privados, que têm posto a inovação ao serviço dos portugueses..O mais recente exemplo deste investimento na melhoria da qualidade dos serviços está no Hospital CUF Porto, que adquiriu um modelo de última geração de sistemas cirúrgicos robóticos e está já a conseguir resultados muito positivos no que respeita à precisão, flexibilidade e capacidade de controlo nas operações em que é usado..De acordo com publicações especializadas, o robô-cirurgião implica um investimento que ronda os 2 milhões de euros..Em estreia nacional nesta unidade da CUF - há já modelos Da Vinci de tecnologia anterior nos blocos operatórios de outros privados, incluindo Luz, Lusíadas, Champalimaud, e também no Curry Cabral -, o Da Vinci Xi, que chega ao Porto, é a última geração dos sistemas cirúrgicos robóticos. O robô permite fazer operações menos invasivas e de maior precisão, o que ajuda a reduzir a dor no pós-operatório e a que o doente recupere com mais rapidez, ficando com cicatrizes mais pequenas. A Urologia é uma das especialidades em que tem dado provas de eficácia, sobretudo em casos de tratamento do cancro da próstata e rim, mas também tem sido usado com êxito em cirurgias bariátricas, colorretais, ginecológicas (para tratamento da endometriose), entre outras.."Está comprovado cientificamente que a cirurgia robótica traz vantagens quer para o doente quer para o cirurgião e permite ultrapassar algumas limitações da cirurgia laparoscópica na realização de intervenções mais complexas", explica Rui Prisco, coordenador de Urologia no Hospital CUF Porto..De acordo com os especialistas, o Da Vinci Xi funciona como uma extensão dos olhos e das mãos do médico, permitindo executar procedimentos cirúrgicos com maior precisão, flexibilidade e controlo, e realizar procedimentos complexos com maior facilidade. A imagem tridimensional de alta definição é ampliada, o que possibilita ao médico, durante a cirurgia, ver o que antes era difícil ou até impossível de detetar. Para além de proporcionar uma melhor ergonomia ao cirurgião, que opera sentado numa consola, a cirurgia robótica "aumenta a precisão dos movimentos do médico e a estabilidade dos instrumentos no campo operatório, filtrando o tremor natural do cirurgião", concretiza Rui Prisco..O coordenador do Hospital CUF Porto revela ainda as vantagens concretas que traz às operações relacionadas com o tratamento do cancro da próstata, depois de realizada a primeira cirurgia com recurso ao robô. "A remoção total da próstata é uma cirurgia exigente e de grande dificuldade técnica" e o Da Vinci Xi traz "uma grande mais-valia", já que garante "menor risco de complicações cirúrgicas e de efeitos secundários associados"..É a robótica a revolucionar a forma como se opera no país. O procedimento é realizado exclusivamente por equipas "especializadas, certificadas e com muita experiência", do cirurgião aos enfermeiros e anestesistas, e a CUF acredita que a instalação deste sistema robótico vai permitir dar uma resposta mais diferenciada às necessidades dos doentes, aumentando o acesso da população da região a tecnologia de última geração..O grupo CUF vê nesta aquisição mais um passo no seu posicionamento de vanguarda "da inovação ao serviço da medicina". Segurança clínica e conforto para o doente são as "prioridades assumidas" com o hospital a tornar-se na primeira unidade de saúde privada a norte a dispor desta tecnologia robótica de última geração.