Leonídio Paulo Ferreira moderou o debate com Nuno Santos, Luísa Meireles e Bernardo Ferrão.
Leonídio Paulo Ferreira moderou o debate com Nuno Santos, Luísa Meireles e Bernardo Ferrão.FOTO: Gerardo Santos

Redes sociais e Inteligência Artificial são precioso aliado para o jornalismo do presente e do futuro

Os diretores de informação da SIC/SIC Notícia, agência Lusa e TVI/CNN consideram que o jornalismo não está em perigo, mas é essencial saber usar as novas tecnologias para usufruir do que elas podem oferecer.
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As redes sociais e as novas tecnologias foram os temas centrais do debate sobre o futuro do jornalismo, moderado pelo diretor-adjunto do DN, Leonídio Paulo Ferreira, e que contou com a participação dos diretores de informação Bernardo Ferrão (SIC e SIC Notícias), Luísa Meireles (Lusa) e Nuno Santos(TVI e CNN). E a ideia comum a todos eles é que o jornalismo tem de andar de braço dado com todas as inovações dos últimos anos.

Ainda assim, Luísa Meireles alertou para o facto de as redes sociais terem sido “um poderoso e importante catalisador da crise da comunicação social e dos jornalistas”, mas admitiu que, tal como o jornalismo, são uma forma de levar a informação aos cidadãos: “As redes sociais existem para isso e não podemos prescindir delas, mas podemos fazer o melhor uso delas.”

E é por isso que Bernardo Ferrão tem a convicção de que “o futuro do jornalismo passa muito pelas redes sociais”, uma ideia que justificou com a presença constante de Elon Musk, que através do X (antigo Twitter), “tem feito diversas publicações para fomentar desconfiança nos media tradicionais e no jornalismo clássico”, pois considera que o objetivo é “fomentar um contacto mais direto dos políticos com as pessoas”.

A necessidade de haver maior proximidade com o público leva Nuno Santos a lembrar que é o próprio jornalismo a ir às redes sociais “buscar muito dos conteúdos, talvez mais do que devia” e, por outro lado, usa-as “como colocação de conteúdos”. Contudo, o diretor de informação da TVI/CNN considera a relação essencial: “Nenhum dos meios tem capacidade de chegar às pessoas sem as redes sociais.”

Bernardo Ferrão acrescenta a este propósito que as redes sociais permitem aos diferentes órgãos de informação “falar para públicos diferentes”, afinal é preciso, cada vez mais, “chegar a mais segmentos”. Nesse sentido, diz ser esse “um dos grandes desafios do jornalismo”, mas diz que “o jornalismo não acabará”.

Num mundo em constante mudança, a conclusão é que as novas tecnologias, nomeadamente a Inteligência Artificial (IA), têm de andar de braço dado com o jornalismo, embora Luísa Meireles alerte para a necessidade de “usar o filtro ético” no recurso às ferramentas de IA, pois a rapidez não se pode sobrepor ao rigor, porque “a palavra dita fica para sempre.”

Os representantes dos três órgãos de informação neste painel, revelaram que as ferramentas de IA estão a ser usadas nas mais variadas valências, tendo Bernardo Ferrão explicado que este tipo de software “facilita a produtividade no jornalismo” e Nuno Santos complementa com a ideia de que a investigação e a reportagem podem sair beneficiados.

A rematar o debate, Bernardo Ferrão deixou uma frase que projeta o futuro: “O jornalismo e a tecnologia existem e o melhor é que as duas casem na perfeição”.

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