Imunização pretende proteger bebés mais frágeis no primeiro ano de vida.
Imunização pretende proteger bebés mais frágeis no primeiro ano de vida.

Recém-nascidos começam a ser imunizados contra Vírus Sincicial Respiratório

Portugal adotou a orientação da Organização Mundial da Saúde e vai proteger recém-nascidos contra o VSR. A campanha de imunização é assinalada neste dia 15 na Maternidade do Hospital de Vila Franca de Xira.
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A campanha de imunização de crianças contra as infeções provocadas pelo Vírus Sincicial Respiratório (VSR) tem início esta terça-feira em Portugal, começando pelos recém-nascidos, que começarão a ser imunizados nas maternidades. O  lançamento da campanha será assinalado na Maternidade do Hospital de Vila Franca de Xira, com a presença da diretora-geral da Saúde, Rita Sá Machado. Os bebés que nascerem na altura de circulação do vírus, outono-inverno, serão assim logo imunizados nas maternidades, já que o objetivo é “minimizar a carga de doença nos bebés mais vulneráveis”, explicou há dias Rita Sá Machado.

Recorde-se que o início da imunização gratuita de crianças contra o VSR estava previsto ter começado no início de outubro, mas foi adiado por 15 dias, devido a razões logísticas relacionadas com a disponibilidade e entrega das doses. A imunização contra a infeção pelo VSR estará disponível em maternidades dos setores público, privado e social para as crianças nascidas entre 15 de outubro de 2024 e 31 de março de 2025, bem como para crianças com outros fatores de risco.

Segundo a própria Direção-Geral da Saúde, prevê-se que sejam imunizadas neste período 62 mil crianças, podendo esta imunização ser alargada a outros grupos, embora a diretora-geral já tenha afirmado que “o alargamento a outros grupos será avaliado no futuro, de acordo com a evolução do conhecimento”.

O VSR é considerado bastante contagioso e é a causa mais comum de doença das vias respiratórias inferiores até aos 12 meses de idade. Os grupos mais vulneráveis são recém-nascidos e lactentes, bebés prematuros, crianças com doenças cardíacas, pulmonares ou neuromusculares congénitas, crianças com o sistema imunitário enfraquecido e doentes com asma ou com doença pulmonar obstrutiva crónica.

De acordo com informação disponibilizada pela OMS, o anticorpo monoclonal de ação prolongada, quando administrado a recém-nascidos pouco antes ou durante a época de infeções, demonstrou ser “altamente eficaz na prevenção de doenças respiratórias inferiores associadas ao VSR nos primeiros seis meses de vida”. 

A OMS alerta ainda para o facto de a infeção por VSR causar uma carga substancial de infeções nas vias respiratórias inferiores, estimando que perto de 97% da mortalidade relacionada ocorra em países de baixo e médio rendimento, com mais de 100 mil óbitos anuais em crianças com menos de cinco anos.

Nas últimas semanas, os peritos em imunização desta organização recomendaram aos países a adoção da “imunização passiva” contra o VSR, que pode ser implementada através da vacinação das grávidas no terceiro trimestre de gestação ou então pela administração de um anticorpo monoclonal em recém-nascidos. 

Segundo a OMS, os estudos já realizados comprovaram a segurança da vacinação materna, o que levou o Grupo Consultivo Estratégico de Peritos em Imunização (SAGE, na sigla em inglês) da OMS a recomendar uma dose única da vacina a administrar entre as 24 e as 36 semanas de gestação como forma eficaz de prevenção de doenças graves associadas ao VSR nos recém-nascidos.

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