Quem é o novo bastonário? "Uma pessoa com um forte sentido de missão"

Carlos Cortes, patologista clínico, eleito a 16 de fevereiro, toma hoje posse em Lisboa como representante da classe.

A partir de hoje, e para um mandato de três anos, a Ordem dos Médicos está entregue ao patologista clínico, Carlos Cortes, eleito à segunda volta com maioria absoluta, a 16 de fevereiro. O novo bastonário, que toma posse esta tarde, numa cerimónia em Lisboa, é conhecido por ser "uma pessoa com um forte sentido de missão". Isto mesmo foi dito ao DN pelo médico que o escolheu como mandatário nacional para esta eleição, o pneumologista Filipe Froes.

A viagem como bastonário começa agora, mas Carlos Cortes, nascido a 5 de janeiro de 1970, ocupou nos últimos anos o cargo de presidente do Secção Regional do Centro. É médico desde 1999, ano em que terminou o curso, em Coimbra, e especialista em Patologia Clínica desde 2006. Em 2020, obtém a especialidade de Microbiologia Médica e adquire a competência de Gestão de Serviços de Saúde da Ordem dos Médicos. Tem uma vasta atividade profissional no Serviço Nacional de Saúde, que iniciou nos Hospitais da Universidade de Coimbra. Em 2020, após concurso público, tornou-se também Assistente Graduado Sénior.

Hoje é médico no Centro Hospitalar do Médio Tejo, EPE (hospitais de Abrantes, Tomar e Torres Novas), para onde foi em 2011, como diretor do Serviço de Patologia Clínica e diretor do Departamento de Meios Complementares de Diagnóstico e Terapêutica, e também como assessor da Direção Clínica e responsável pela Reorganização e Centralização do Serviço de Patologia Clínica desta instituição. Aliás, dizem ao DN, transformou o Serviço de Patologia Clínica do CHMT num dos serviços com maior capacidade laboratorial, a nível nacional, para a testagem em massa para SARS-CoV-2, tendo sido o impulsionador e coordenador para o estudo sobre a Imunidade Celular para o SARS-CoV-2, ainda em curso nesta instituição.

Para Filipe Froes, Carlos Cortes destaca-se por ser "uma pessoa muito trabalhadora, dedicada e empenhada", características que o levaram a aceitar também o convite e a missão de ser seu mandatário nacional. E acredita que, nos próximos três anos, o seu desempenho será pautado por "uma representação prestigiada dos médicos, com benefícios não só para a classe, mas também para a Saúde de todos os portugueses".

Carlos Cortes é casado com uma médica cirurgiã, tem dois filhos, vive em Coimbra e, segundo Filipe Froes, é um profissional com "grande capacidade de ouvir e de querer fundamentar bem". Por isso, sublinha, "representará com a maior dignidade a Ordem dos Médicos".

Ao longo do seu percurso, o patologista clínico pertenceu a diversas Comissões e exerceu responsabilidades em áreas como a Qualidade, Controlo de Infeção, Gestão de Risco, Gestão de Risco Clínico, foi responsável de Formação, Ensaios Clínicos, entre outras. Foi também responsável pela elaboração do Manual de Boas-Práticas Laboratoriais aprovado pela Ordem dos Médicos e membro da Comissão Ministerial para a revisão da Portaria de Licenciamento dos laboratórios clínicos.

O novo bastonário desde cedo que desenvolveu um interesse particular pelo associativismo. Em 2014, candidatou-se a presidente da Secção Regional do Centro da Ordem dos Médicos, cargo que ocupa até ao presente. É membro do Conselho Nacional da Ordem dos Médicos. Foi coordenador do Conselho Nacional de Pós-graduação da Ordem dos Médicos, órgão com responsabilidades no Internato, em colaboração com os colégios de especialidade. É presidente do Colégio da Subespecialidade de Microbiologia Médica. Além disso, foi membro da Comissão Nacional de Farmácia e Terapêutica do INFARMED e é membro de diversas Sociedades Científicas. Presentemente, é co-coordenador e docente da Pós-graduação em Gestão Empresarial das Instituições de Saúde, lecionado pelo Instituto Superior de Contabilidade e Administração de Coimbra/Coimbra Business School.

No seu currículo lê-se que "a sua atividade como presidente da Secção Regional do Centro tem sido pautada por uma intervenção pública intensiva sobre as problemáticas e desafios que o setor da Saúde tem enfrentado".

Durante a campanha assumiu como lema defender uma Ordem unida pela Saúde e uma Ordem mais modernizada. Considera que é necessário "unir os médicos numa postura de transversalidade e construir as pontes necessárias com a sociedade civil, desde associações de doentes, sociedades científicas, governo e autarquias e com as demais ordens profissionais da Saúde".

Mas fundamental também "é a defesa da autonomia e independência da Ordem dos Médicos. É um papel intransigente, pois é necessário acautelar possíveis intromissões dos vários poderes, e do poder político em particular", assumia no seu programa.

Carlos Cortes substitui Miguel Guimarães, médico especialista em urologia e na área da transplantação, do Hospital São João, que ocupou o cargo de bastonário nos últimos seis anos.

Mais Notícias

Outros Conteúdos GMG