Queimódromo do Porto. Task Force enviou queixa para a PJ
A task force enviou para a Polícia Judiciária (PJ) uma queixa sobre a falha no processo de conservação das vacinas no Queimódromo do Porto, que levou já à suspensão da vacinação naquele local. Segundo o DN apurou junto a fontes que estão a acompanhar o processo, trata-se de um "procedimento padrão" da equipa liderada pelo vice-almirante Gouveia e Melo, "comunicar a estas entidades, PJ e Inspeção-Geral das Atividades em Saúde, acontecimentos desta natureza".
Numa nota enviada às redações esta manhã a task force anunciou que iria ser feita a averiguação do cumprimento das normas e procedimentos em vigor. "Esta decisão decorre de uma alegada falha na cadeia de frio", justifica o comunicado.
O que se pretende investigar a fundo é "de quem é a responsabilidade e porque é que houve uma quebra do protocolo de segurança instituído pela task force, que determina que na menor dúvida, as vacinas devem ser colocadas em quarentena, não devendo ser administradas mesmo correndo o risco de as perder", soube o DN.
A task force terá sido apenas informada sobre a situação esta quarta-feira à tarde, não se sabendo exatamente quando terá começado a avaria.
Por precaução, foi determinado que as 980 pessoas vacinadas nos dias 9 e 10 de agosto serão contactadas pelas entidades de saúde até à próxima semana, no sentido de monitorizar a eficácia das vacinas inoculadas.
Gouveia e Melo admitiu, ainda assim, que as vacinas poderão ser consideradas nulas. "O primeiro efeito da suspensão da vacinação é ficarmos sem um espaço. Felizmente temos outros que responderam rapidamente e conseguimos reconfigurar a situação para ultrapassar o problema. Não há impacto para a saúde das pessoas. O que poderá acontecer é a vacina ser considerada nula. Isso terá de ser verificado", afirmou aos jornalistas, explicando que a falha "deu-se no frigorífico do Queimódromo".
A vacinação no Queimódromo do Porto foi um processo que demorou algum tempo a arrancar, pois merecia algumas reservas por parte das autoridades centrais de Saúde, bem como da própria task force.
Preparado desde fevereiro, o espaço só abriu no passado dia oito de julho, com a autorização emitida sob a condição de serem cumpridas todas as normas da Direção-Geral de Saúde e com a supervisão locam permanente de médicos e enfermeiros dos centros de saúde.
A responsabilidade pela cadeia de de frio será da responsabilidade dos laboratórios Unilabs Portugal, a quem compete assegurar a logística, a operação, a organização de fluxo e os técnicos de vacinação no espaço.
No dia da inauguração, o CEO da empresa, Luís Menezes (ex-deputado do PSD e filho do antigo presidente do partido Luís Filipe Menezes), sublinhou que "quanto mais depressa as pessoas receberem a vacina, mais depressa podemos começar a equacionar regressar à normalidade e soluções criativas como o drive-thru do Queimódromo ajudam a acelerar este processo. Espero que esta experiência seja uma nova ferramenta para vacinar mais pessoas e de forma mais rápida, e venha a ser possível abrir mais centros como este".
A ARS Norte assegura, neste processo, a cedência de vacinas a administrar, bem como todo o processo de gestão de inoculações diárias, de acordo com o volume de vacinas semanalmente fornecidas pela task force e dos auto-agendamentos diários, a par da formação para a preparação e administração dos vários tipos de vacinas.
O Centro Hospitalar Universitário de S. João é o responsável pela vigilância clínica de reações adversas.
Por último, à Câmara do Porto, cujo presidente Rui Moreira se assumiu como um dos promotores desta iniciativa, cabe a disponibilização dos meios da Proteção Civil e da Polícia Municipal para apoiar a operacionalização deste Centro, a articulação com as entidades necessárias para o bom funcionamento deste espaço e assegurar o transporte das vacinas em segurança de e para o Centro de Vacinação do Queimódromo.