Violência nas claques. 28 detidos em megaoperação da PSP

Os detidos são "simpatizantes, adeptos e membros de claques" do Benfica e do Sporting, inclusive "membros da Juve Leo e dos No Name Boys", que "ocultavam a própria identidade e, através de violência, afirmavam-se nas claques", indica a PSP.

A PSP realizou esta quarta-feira uma megaoperação dirigida a grupos de "Casuals" ligados ao fenómeno desportivo, nomeadamente à violência associada a claques do Benfica e Sporting. 28 indivíduos foram detidos, um dos quais em flagrante delito pela posse de arma de fogo, indica a PSP.

Entre os detidos estão "simpatizantes, adeptos e membros de claques" de futebol do Benfica e do Sporting.

Operação policial começou por volta das 07:00 e dirigiu-se a grupos que pertencem a uma "subcultura", os casuals, que "podem fazer parte de várias claques", explicou ao DN o comissário da PSP André Teixeira.

Dentro do grupo de indivíduos agora detidos, "pode haver quem pertença a claques", mas o foco da PSP é "esta subcultura que tem vindo a ser instalada em Portugal nas modalidades desportivas", detalhou, referindo-se a "indivíduos que são mais radicais e que têm comportamentos violentos antes, durante ou depois de eventos desportivos".

No decorrer da operação policial foram apreendidas duas armas de fogo, drogas, artefactos pirotécnicos e armas brancas.

Em declarações aos jornalistas, o comissário André Teixeira avançou que "27 detenções resultaram de mandados de detenção e uma ocorreu em flagrante delito, por posse de uma arma de fogo". Um anterior balanço dava conta de 27 detidos no total.

De acordo com o responsável, são todos "jovens e homens". Estão em causa "membros [de claques], simpatizantes e adeptos do Sporting e do Benfica, inclusive membros da Juve Leo e dos No Name Boys", que "ocultavam a própria identidade e, através de violência, afirmavam-se nas claques".

Os detidos encontram-se na esquadra da PSP de Benfica, indicou.

Em comunicado, enviado esta manhã às redações, era dado conta que "o Comando Metropolitano de Lisboa da Polícia de Segurança Pública, através da Divisão de Investigação Criminal" estava a dar "cumprimento a 29 mandados de detenção emitidos por autoridade judiciária, bem como a 30 mandados de buscas domiciliárias, na área da Grande Lisboa e margem sul do Tejo".

"A operação policial é dirigida ao movimento "Casual" em Portugal, sendo este movimento ligado ao fenómeno desportivo", esclarece a PSP na nota. As diligências da polícia estão a decorrer nos concelhos de Lisboa, Almada, Sesimbra e Loures, segundo disse ao DN o comissário André Teixeira.

"Motivada por vários episódios de violência em Lisboa e outras zonas da área metropolitana, em articulação com a 11.ª Secção do DIAP de Lisboa, está a ser realizada uma operação de grande envergadura por parte da investigação criminal sobre dois grupos afetos a este movimento, visando alguns dos seus elementos mais ativos e agressivos.", diz o comunicado da PSP.

No inquérito que decorre e que deu origem a esta ação são investigadas situações de agressões, entre grupos de adeptos e contra a Polícia, crimes de roubo, dano qualificado e participação em rixa, explica a nota de imprensa.

O comissário da PSP indicou que as investigações iniciaram-se depois dos factos cometidos em abril do ano passado, mas não referiu nenhum episódio em concreto. Os incidentes de abril que deram origem a esta operação da PSD ocorreram na imediações dos estádios da Luz e de Alvalade.

André Teixeira explicou aos jornalistas que as detenções têm a ver com "dois crimes distintos" ocorridos em abril do ano passado junto aos complexos desportivos do Sport Lisboa e Benfica (SLB) e do Sporting Clube de Portugal (SCP) e cuja investigação levou à operação "de grande envergadura" na área da Grande Lisboa e na margem sul do Tejo.

Em causa, segundo o responsável, estão crimes de "roubo, de participação em rixa, ofensas à integridade física agravadas, inclusive a agentes da polícia".

Apesar de não descrever em concreto as duas situações ocorridas em abril passado, André Teixeira adiantou que ambas aconteceram "no final ou antes do jogo, nunca durante o mesmo", e nas imediações dos estádios de futebol dos dois clubes lisboetas.

O responsável escusou-se a revelar se os detidos têm antecedentes criminais, adiantando não ter informação específica sobre o assunto de momento.

Segundo André Teixeira, a investigação desenvolveu-se desde abril, tendo a autoridade policial "recolhido indícios fortes" por forma a executar os mandados de detenção.

Nesta operação estiveram empenhadas dezenas de operacionais ligados à investigação criminal, apoiados pela componente da polícia técnica e outras valências da PSP de ordem pública. Na área de competência da Guarda Nacional Republicana a operação desenvolveu-se também com o apoio desta Força de Segurança.

Os detidos vão ser presentes na quinta-feira a primeiro interrogatório judicial, informou ainda a PSP.

Atualmente, o Benfica não reconhece claques desportivas, enquanto o Sporting legitimou as claques Juventude Leonina e Brigada Ultras Sporting, com as quais tem um protocolo em que estas são obrigadas a "promover e incentivar o espírito ético e desportivo junto dos seus membros e dos demais associados".

Com Lusa

Notícia atualizada às 12:10

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