Psicólogos lançam linha de apoio gratuito para ucranianos em Portugal

Um grupo de sete psicólogos disponibiliza-se para dar apoio psicológico e emocional, pro bono, à comunidade ucraniana residente em Portugal e a que chegue ao nosso país refugiada da guerra com a Rússia.

"O objetivo é dar uma resposta de suporte às pessoas que estão em sofrimento e que vai diminuir as possibilidades de problemas de saúde mental no futuro", diz Ana Carina Valente, a psicologa que coordena este projeto de apoio gratuito à comunidade ucraniana em Portugal e que defronta neste momento com a invasão do seu país pela Rússia.

Ainda com o projeto a arrancar no site https://anavalentepsicologia.pt/, Ana Carina relata já ao DN o seu confronto com a realidade que estão a viver muitas famílias ucranianas. Conta que, ainda fora desta iniciativa, teve já contacto com uma mulher de 48 anos, que vive há 10 em Portugal, mas que tem o filho e o pai do filho na Ucrânia e a primeira solução que encontrou para o problema da guerra foi pedir para virem para cá ter com ela. A resposta que obteve foi 'mãe, não vamos, estamos a construir armas para nos defender'.

"Esta mulher ficou com muito sofrimento e muito desesperada", diz a psicóloga. E é precisamente a este tipo de problemas que os sete psicólogos (um ainda em estágio) querem responder. Já traziam a experiência de um projeto semelhante que lançaram há um ano para dar apoio a profissionais de saúde que estiveram envolvidos no combate à covid-19. "Agora foi muito fácil a organização desta resposta à comunidade ucraniana", assegura Ana Carina Valente.

Relembra que o Governo português já se mostrou disponível para acolher todos os ucranianos que queiram vir para o nosso país para dizer que "também estaremos disponíveis para lhes dar apoio". O atendimento de quem recorrer ao apoio telefónico ou online será feito em inglês sempre que quem procure ajuda não fale ou perceba português. "Vou conseguir uma colega que fale ucraniano", afirma ainda Ana Carina Valente.

Frisa que em cada caso o apoio será dado sempre pelo mesmo psicólogo, para evitar que as pessoas tenham repetir as suas histórias e problemas. E sempre que forem detetados casos mais complexos serão ativadas as redes de apoio e as pessoas encaminhadas para os serviços de saúde competentes. "Este apoio permitirá às pessoas ter mais esperança", assegura a psicóloga.

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