Proteção civil reforça meios. Incêndio obriga a retirar 300 pessoas das suas casas
Há mais de 1300 operacionais no combate a incêndios esta terça-feira, com o apoio de 396 meios terrestres e 19 meios aéreos, mas devido ao agravamento da situação já foram acionados meios de reforço para os distritos de Leiria e de Santarém, anunciou a Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC) no último balanço, realizado às 19:00. dando conta de seis incêndios ativos.
Vão, assim, juntar-se aos que já estão em combate 727 operacionais, entre os quais 44 militares da GNR, uma unidade de drones, um veículo de reforço da rede SIRESP. "Foram acionados dois pelotões de militares", com 44 elementos, "para dar apoio àquilo que são as evacuações e a análise e o apoio às vítimas", detalhou o comandante nacional de Emergência e Proteção Civil, André Fernandes, destacando que a prioridade das autoridades é "salvar a vida das pessoas e garantir a sua segurança".
No distrito de Santarém, na localidade de Cumeada, 11 habitações, três anexos e uma oficina foram afetadas pelo fogo. Aliás, o incêndio que teve início na quinta-feira na Cumeada, no concelho de Ourém, é aquele que neste momento está a mobilizar mais meios de combate.
Pelas 20:30, segundo o 'site' na ANEPC, o fogo mobilizava 420 operacionais, apoiados por 125 meios terrestres e quatro meios aéreos.
Outro incêndio que começou na sexta-feira, na localidade de Vale de Pia, concelho de Pombal, distrito de Leiria, também continua ativo e, pelas 20:30, mobilizava 242 operacionais, apoiados por 67 viaturas e um meio aéreo.
Segundo o balanço feito pela ANEPC, este incêndio danificou quatro habitações e uma 'roulotte'.
André Fernandes referiu que 300 pessoas foram retiradas das suas casas nas localidades de Quebrada de Baixo, Casal Pinheiro, Santa Teresa e Freixianda, no concelho de Ourém.
Já hoje, às 12:06, deflagrou outro fogo no concelho de Ourém, na localidade de Cumieira. No terreno, a combater as chamas, estavam, igualmente pelas 20:30, 355 bombeiros, com 79 veículos e dois meios aéreos.
Este incêndio causou, até ao momento, danos em duas habitações e em quatro anexos.
Afirmou que uma nova ocorrência na freguesia de Caranguejeira, em Leiria, provocou danos numa vacaria e obrigou a uma evacuação preventiva.
IC2 continua cortado nos dois sentidos entre Barracão e Figueiras, sendo que a alternativa é a A17.
Também a A1 está cortada nos dois sentidos entre o nó de Leira e Pombal. "É de evitar, neste momento, a A1 nesta localização", disse o comandante.
Desde 7 de julho, 50 operacionais foram assistidos, 31 feridos ligeiros e um ferido grave. São, no total, "82 vítimas registadas".
André Fernandes salienta que a situação que se está a viver é extrema, uma "situação meteorológica nunca vivenciada no nosso país e o uso de fogo tem de ser de tolerância zero", referindo que foram registadas quatro ignições em simultâneo na região entre Santarém e Leiria.
O comandante operacional apelou às populações que estão a ser afetadas pelos incêndios para manterem a calma e "acatarem as indicações das autoridades" no que às evacuações preventivas diz respeito, por exemplo.
"Tolerância zero ao uso do fogo, não se pode fazer fogo nestas alturas, não se pode usar as maquinarias nos espaços rurais e florestais. Temos, em conjunto, de diminuir o número de ignições", reforçou.
Um apelo que surge devido ao agravamento das condições meteorológicas para os próximos dias e para o risco de reativação de incêndios.
"É preciso olhar para esta situação e ter a consciência que a situação é grave do ponto de vista meteorológico. Qualquer ignição dá origem a uma grande ignição. Essa probabilidade é muito elevada e nós não queremos isso e contamos com todos para evitar que hajam incêndios e mantermos Portugal seguro durante esta condição meteorológica adversa", alertou o comandante nacional de Emergência e Proteção Civil.
O responsável da ANEPC referiu também que, para fazer face a esta situação meteorológica adversa, estão a ser reforçados os meios operacionais nos locais mais problemáticos em termos de incêndios.
"Neste momento todos os meios envolvidos estão a fazer a defesa das habitações e a auxiliar a retirada das pessoas. Esperamos que durante a noite o vento diminua e seja possível a estabilização destes incêndios", disse.
Contudo, André Fernandes alertou para o perigo de existirem algumas reativações de incêndios, dadas as condições meteorológicas e a dimensão da área do incêndio, como aconteceu hoje à tarde no caso do incêndio de Ourém, na localidade da Cumeada, que teve início na quinta-feira.
"Tem tudo a ver com a área afetada, que é uma área enorme, são mais de dois mil hectares. São perímetros que variam entre os 21 quilómetros e os 30 quilómetros. Em algumas áreas as máquinas de rastro não conseguem entrar, devido ao tipo de solo, e é difícil fazer o rescaldo", explicou.
Notícia atualizada às 23:36