Proteção Civil desaconselha uso de autoestradas na área norte do país. Há 18 vítimas, entre as quais um morto e dois feridos graves
Lusa

Proteção Civil desaconselha uso de autoestradas na área norte do país. Há 18 vítimas, entre as quais um morto e dois feridos graves

No total, há a registar 18 vítimas, sendo que seis foram assistidas no local, nove são feridos ligeiros e dois feridos graves. Há ainda a lamentar a morte de um bombeiro no incêndio de Oliveira de Azeméis, devido a "doença súbita".  
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André Fernandes, comandante nacional de Emergência e Proteção Civil, referiu esta segunda-feira que entre as 10 ocorrências significativas destaca-se o incêndio de Oliveira de Azeméis, na área metropolitana do Porto, que já passou para a sub-região de Aveiro, e que envolve mais de 500 operacionais, auxiliados por 188 veículos e quatro meios aéreos.

As ocorrências em Castelo Branco, Sever do Vouga e em Penalva do Castelo também preocupam "bastante" as autoridades.

No ponto de situação, ao início desta tarde, em Carnaxide, Oeiras, o comandante nacional da Proteção Civil aproveitou para fazer um apelo, tendo em conta a zona dos incêndios de Oliveira de Azeméis e de Albergaria-a-Velha. "Para todos os cidadãos que tenham viagens planeadas à área norte, quer seja no sentido norte-sul, sul-norte, que evitem utilizar as autoestradas daquela área e tentem planear as vossas viagens utilizando itinerários mais encostados ao interior do país", declarou. 

As chamas obrigaram a cortes de trânsito nas autoestradas A25, A1 (incluindo no nó com a A41), A29, A17 e A32 e no Itinerário Complementar (IC) 2, além de motivarem alguns condicionamentos ferroviários.

"A situação não está fora do controlo. A situação está muito complexa", resumiu o comandante nacional, sublinhando que é necessário reduzir o número de ignições, que afetam sobretudo as regiões Norte e Centro.

Desde a meia-noite até às 12:30, "já tivemos 92 ocorrências registadas e no dia de ontem tivemos 173 ocorrências registadas", acrescentou André Fernandes. "Significa que o apelo que temos vindo a fazer para nos ajudarem a reduzir o número de ignições ainda não surtiu efeito. Este número elevado de ignições tem levado a várias ignições com grande potencial, algumas delas estão ativas e bastante intensas", disse o responsável, referindo-se sobretudo à região norte e centro do país.

Até às 12:30, estavam em curso 36 incêndios, com 2.179 operacionais, 645 meios terrestres e 32 meios aéreos.

No total, há a registar 18 vítimas (todos agentes da Proteção Civil), sendo que seis foram assistidos no local, nove são feridos ligeiros e dois feridos graves. Há ainda a lamentar a morte de um bombeiro no incêndio de Oliveira de Azeméis, devido a "doença súbita".

Cerca 70 pessoas tiveram que ser retiradas das suas habitações devido aos incêndios de Oliveira de Azeméis, Sever do Vouga e Cabeceiras de Basto, informou ainda o comandante da nacional da Proteção Civil. 

André Fernandes referiu que há casas afetadas pelas chamas. Em Sever do Vouga, arderam uma habitação e um anexo agrícola, em Cabeceiras de Basto uma habitação e, num outro fogo em Albergaria-a-Velha, um turismo rural e, de forma parcial, uma habitação. O responsável  remeteu para mais tarde uma atualização dos danos, uma vez que ainda se está numa situação de combate aos incêndios.    

O comandante nacional de Emergência e Proteção Civil, André Fernandes, confirmou no briefieng da proteção civil, que estão a decorrer negociações no âmbito do Mecanismo Europeu de Proteção Civil com Espanha, França e Itália, sem acrescentar mais pormenores.

O reforço de quatro meios aéreos de combate a incêndios surge após o pedido feito à União Europeia, ao abrigo do Mecanismo Europeu de Proteção Civil. 

André Fernandes adiantou ainda que foi acionada a Companhia Nacional, "constituída por meios de corpos de bombeiros da região de Lisboa e Vale do Tejo", que está a caminho dos incêndios de Oliveira de Azeméis e Albergaria-a-Velha. 

Face ao número de ocorrências, em particular na região norte e centro, "nota-se já alguma alteração da qualidade do ar", pelo que a Direção-Geral da Saúde apela "à utilização de máscaras para quem está nestas áreas com fumo, para proteger as vias aéreas e evitar algum problema respiratório", disse André Fernandes.    

Fogo próximo de aldeia causa preocupações em Vila Pouca de Aguiar

Cerca de 120 operacionais e um meio aéreo estão mobilizados para combater um incêndio que queima mato e pinhal e se aproxima da aldeia de Bornes de Aguiar, em Vila Pouca de Aguiar, disse esta segunda-feira a presidente da câmara.

"A situação agravou. Com o vento, o fogo acabou por fazer novas frentes e está perto das casas na aldeia de Bornes de Aguiar. Estamos a solicitar meios aéreos, o problema é que, face à situação nacional, está complicado termos aqui esta resposta", afirmou à Lusa Ana Rita Dias, num ponto de situação feito pelas 13:15.

O incêndio possui três frentes ativas e, segundo a autarca, o pedido é também para mais meios terrestres para ajudar no combate.

"Estamos aqui numa faixa de 100 metros das habitações e estamos a ficar preocupados", disse, salientando que a prioridade dos meios é a proteção às habitações.

O alerta para este incêndio foi dado às 07:36 e, segundo a página na Internet da Autoridade Nacional e Emergência e Proteção Civil (ANEPC), pelas 13:20 estavam mobilizados para o combate 123 operacionais, 33 viaturas e um meio aéreo.

Fogo em Cabeceiras de Basto com três frentes ativas, uma mais preocupante. Duas casas arderam totalmente, uma de primeira habitação

O presidente da Câmara de Cabeceiras de Basto, distrito de Braga, disse que o incêndio que lavra esta segunda-feira no concelho tem três frentes ativas, uma delas "mais preocupante", confirmando que duas casas arderam totalmente, uma de primeira habitação.

Num balanço feito à Lusa pelas 14:30, Francisco Alves (PS) afirmou que o incêndio continua com três frentes ativas, "uma mais preocupante" na localidade de Cambeses, freguesia de Riodouro, que é "a maior do concelho e a do distrito de Braga em termos de área".

O autarca deu conta de alguns focos de incêndio que foram surgindo nas últimas horas no concelho, nomeadamente perto do centro da vila, acrescentando que várias pessoas foram retiradas das suas casas "por precaução" e levadas para zonas seguras, sublinhando a "colaboração" dos moradores.

Francisco Alves confirmou que as chamas "destruíram totalmente duas casas habitáveis, uma de primeira habitação", e que uma outra foi "parcialmente consumida pelas chamas", assumindo a disponibilidade do município para a eventualidade de alguém necessitar de realojamento.

Quanto aos meios no local, o autarca falou em cerca de 160 operacionais apoiados por 45 veículos e dois meios aéreos, salientando que o vento "é muito forte e que muda constantemente de direção", complicando o combate às chamas.

"Os meios aéreos não conseguem atuar, pois há fumo por todos os lados. A visibilidade é quase nula, e os meios aéreos vão operando e fazendo as descargas onde é possível", explicou o autarca, compreendendo que os meios foram enviados "quando foi possível enviar", devido aos incêndios que lavram no país.

Num outro balanço realizado pelas 12:40, o comandante sub-regional de Emergência e Proteção Civil do Ave dava conta de que a "situação no terreno está a agravar-se" tendo sido pedidos mais meios aéreos e terrestres.

"A situação está cada vez pior. Já arderam duas casas, uma habitável, mas que não estava habitada, e outra de primeira habitação, na freguesia do Riodouro. Estamos apenas a proteger as habitações e a população, pois não temos capacidade para combater o incêndio", explicou, àquela hora, Rui Costa.

Segundo a página da internet da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC), o incêndio deflagrou numa zona de mato, pelas 07:00, na freguesia de Riodouro, concelho de Cabeceiras de Basto

Devido à previsão de risco elevado de incêndio na generalidade do território, a Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC) aumentou o estado de alerta e prontidão dos meios de socorro para o nível mais elevado, para hoje e terça-feira.

Após o alerta das entidades de proteção civil, também o Governo declarou Situação de Alerta para todo o território do continente até às 23:59 de terça-feira com medidas excecionais devido ao agravamento do perigo de incêndios rurais.

Segundo o Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA), estão hoje em perigo máximo de incêndio mais de 100 concelhos dos distritos de Faro, Portalegre, Castelo Branco, Santarém, Leiria, Coimbra, Guarda, Aveiro, Viseu, Porto, Bragança, Vila Real, Viana do Castelo e Braga.

Com Lusa

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