Programa Compete garante "gestão rigorosa" dos fundos europeus

Programa Compete garante "gestão rigorosa" dos fundos europeus

Programa Compete garante estar "a colaborar" nos procedimentos policiais em curso no âmbito da Operação Maestro, que investiga projetos cofinanciados por fundos comunitários, assumindo o seu "compromisso com a gestão rigorosa e transparente" dos fundos públicos.
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O programa Compete garantiu esta terça-feira estar "a colaborar" nos procedimentos policiais em curso no âmbito da Operação Maestro, que investiga projetos cofinanciados por fundos comunitários, assumindo o seu "compromisso com a gestão rigorosa e transparente" dos fundos públicos.

Em comunicado, o Compete confirma que "está a colaborar com procedimentos em curso por parte da Polícia Judiciária, no âmbito de uma investigação a projetos implementados com o apoio de fundos europeus, no âmbito do programa Compete 2020".

"O Compete desconhece os contornos da investigação e está a colaborar com as autoridades", refere, assegurando estar "totalmente disponível para prestar todas as informações e o apoio necessário para o bom andamento da investigação" e reiterando o seu "compromisso com a gestão rigorosa e transparente dos fundos públicos".

A Polícia Judiciária (PJ) está hoje a realizar 78 buscas no âmbito da Operação Maestro, que visa projetos cofinanciados por fundos comunitários, que terão permitido aos suspeitos ganhos ilícitos de quase 39 milhões de euros, entre 2015 e 2023.

Em comunicado, a PJ explica que, "através dos 14 projetos cofinanciados pelo FEDER [Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional], executados entre 2015 e 2023, os suspeitos lograram obter, até ao momento, o pagamento de incentivos no valor global de, pelo menos, 38.938.631,46 euros".

Fonte judicial disse anteriormente à agência Lusa que entre os vários suspeitos estão o empresário portuense Manuel Serrão e o jornalista Júlio Magalhães, que a Lusa tentou contactar, mas sem sucesso.

"Em causa estão esquemas organizados de fraude que beneficiaram um conjunto de pessoas singulares e coletivas, lesando os interesses financeiros da União Europeia e do Estado português, quer em sede de financiamento através do Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional (FEDER), quer através da subtração aos impostos devidos", explica a PJ.

Segunda esta força de investigação criminal, "o 'modus operandi' assenta na criação de estruturas empresariais complexas".

"Visando a montagem de justificações contratuais, referentes a prestações de serviços e fornecimentos de bens para captação fraudulenta de fundos comunitários no âmbito de, pelo menos, 14 operações aprovadas, na sua maioria, no quadro do Programa Operacional Competitividade e Internacionalização (POCI ou Compete 2020), executadas desde 2015", acredita a investigação.

Em causa estão suspeitas de um esquema relacionado com a indústria têxtil que terá rendido aos visados, de forma ilícita, quase 40 milhões de euros através de candidaturas a fundos com despesas fictícias e inflacionadas.

O Compete 2020 mobilizou os Fundos Europeus Estruturais e de Investimento para o período 2014-20 no âmbito do domínio "Competitividade e Internacionalização" do Portugal 2020, tendo as pequenas e médias empresas (PME) como "destinatárias preferenciais".

Assumindo como finalidade "contribuir para a criação de uma economia mais competitiva, baseada em atividades intensivas em conhecimento, na aposta de bens e serviços transacionáveis ou internacionalizáveis e no reforço da qualificação e da orientação exportadora das empresas portuguesas", o programa propunha-se igualmente promover "a redução de custos associada a uma maior eficiência dos serviços públicos e à melhoria dos transportes".

Nas PME, o Compete 2020 apostou em "estimular o empreendedorismo, a capacidade inovadora e o desenvolvimento de estratégias mais avançadas, baseadas em recursos humanos qualificados e com um forte enfoque na cooperação e noutras formas de parceria, como redes e 'clusters'".

Já na administração pública, o objetivo foi "melhorar o serviço prestado aos cidadãos e empresas, em especial com recurso às tecnologias de informação e comunicação", enquanto no domínio dos transportes visou "promover a intermodalidade e a conetividade com a Europa e com o resto do mundo, apostando num sistema mais eficiente e sustentável".

Visando a temática da competitividade, estava orientado sobretudo para as regiões menos desenvolvidas do continente -- Norte, Centro e Alentejo.

No contexto da sucessão do Portugal 2020 para o Portugal 2030, o Compete 2030 - Programa Inovação e Transição Digital sucedeu ao Compete 2020, para o período de programação 2021-2027.

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