Professores vão unir-se para uma marcha lenta junto à Ponte 25 de Abril
Iniciativa espera juntar "entre 500 a mil pessoas" pelas 18.23 - hora que vai assinalar o tempo de congelamento da carreira docente.
Perante o "braço de ferro" entre o Ministério da Educação e os sindicatos do setor - que parece não ter fim - os professores querem agora ocupar os acessos pedonais da Ponte 25 de Abril, numa manifestação que promete ser "diferente" e alertar para a mudança de "uma carreira sem qualquer incentivo". Sob o mote "A Escola constrói pontes! Ajudem-nos a desbravar caminhos!", 13 professores do movimento apartidário "Missão Escola Pública", uniram-se para criar esta iniciativa que prevê uma marcha lenta na Ponte do Pragal, na próxima segunda-feira (20 de março) pelas 18.23 - hora que vai assinalar o tempo de congelamento da carreira docente: 6 anos, 6 meses e 23 dias.
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Em conversa com o DN, Rui Foles, professor de Educação Especial do Agrupamento de Escolas da Caparica e um dos organizadores desta marcha, conta que continua a ser necessário manifestar os direitos dos professores, desta vez com uma iniciativa que marca pela diferença.
"Já estamos há mais de três meses a lutar de várias formas: desde vigílias aos portões das escolas e muitos dias de greve e manifestações. Ao longo do tempo temos de ser criativos e encontrar mais formas de chamar à atenção para as nossas reivindicações", explica.
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No entanto, porque a Ponte do Pragal? Segundo Rui Foles, "esta é uma ponte histórica porque em 1994 deu-se ali uma grande volta na história de Portugal com o bloqueio dos camionistas. Pelo simbolismo que tem aquela ponte decidimos manifestarmo-nos lá com ações que vão decorrer entre as 18h e as 20h".
Apesar de esta iniciativa se dirigir à zona da Ponte 25 de Abril, o professor apela a que por todo o país "mais pessoas se juntem e que parem nem que seja por um minuto para simbolicamente marcar o tempo de congelação da carreira docente".
Já para Lisboa, as expectativas estão altas: "Vamos ter muitos carros a aderir que vêm de sul e de norte de Lisboa para se dirigirem à ponte. Esperamos entre 500 a mil pessoas."
Ainda que esta marcha lenta possa causar constrangimentos no trânsito em hora de ponta, Rui Foles garante: "Vamos querer fazer tudo de forma pacífica e tudo feito dentro da lei, com o apoio das autoridades."
ines.dias@dn.pt
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