Praias vão ter vigilância reforçada no fim de semana grande
As principais zonas balneares vão ter vigilância reforçada por parte da Polícia Marítima até domingo. Numa semana em que as temperaturas vão continuar elevadas, a que se junta o feriado de amanhã - assinala a Implantação da República -, prevê-se que muitas pessoas aproveitem os quatro dias para umas miniférias. E as áreas de costa podem ser a principal escolha.
Como nesta altura do ano a grande maioria das câmaras municipais já não tem praias com nadadores-salvadores contratados pelos concessionários, a Polícia Marítima terá "uma presença mais visível, em especial no fim de semana", disse ao DN fonte oficial.
Há, todavia, exemplos de areais vigiados. É o caso de Cascais, onde até 15 de outubro vão estar nas praias de Cresmina, Rainha, Carcavelos, Tamariz e Duquesa um total de 38 nadadores-salvadores, 25 deles contratados pela autarquia que decidiu manter a época balnear até 15 de outubro.
Em Almada, segundo soube o DN, serão cinco as praias com nadadores-salvadores devido a iniciativa dos concessionários, pois a câmara deu a época balnear por encerrada no concelho a 30 de setembro. Caso diferente é o da Nazaré: até dia 15 são quatro os elementos contratados. Dois estarão até domingo na praia e outros dois, com uma moto de água, vão manter-se em ações de vigilância até dezembro. E no Algarve alguns dos principais areais, nomeadamente em Albufeira, também continuam a ser vigiados.
Como forma de evitar a ausência de segurança nas praias, Alexandre Tadeia, presidente da Federação Portuguesa de Nadadores-Salvadores, defende a alteração da forma como se processa a contratação de nadadores-salvadores. "A assistência aos banhistas é paga pelos concessionários e muitos neste momento já não têm os estabelecimentos abertos", adiantou ao DN. Lembrou que "desde 2008 que propomos um modelo diferente de assistência aos banhistas, com o pagamento de uma taxa municipal e depois uma entidade do governo deveria contratar os nadadores-salvadores. Além disso, tem de se rever o modelo de incentivos, pois a maioria dos nadadores-salvadores são estudantes que nesta altura já estão na universidade".
Alerta para a água gelada
"É natural que se note uma maior presença da Polícia Marítima e dos salva-vidas [nos próximos dias]. É uma postura de prevenção", garantiu ao DN fonte oficial da Autoridade Marítima Nacional (que inclui a PM), antecipando que os próximos dias vão ser de grande afluência às praias e que será, assim, necessária uma maior atenção aos banhistas.
As previsões meteorológicas apontam para dias de muito calor - as temperaturas vão manter-se entre os 29 graus de hoje e os 32 de sábado em Lisboa, com uma descida no domingo, para 28 - e a autoridade marítima chama a atenção para um fator que pode surpreender quem decidir nadar. "A água do mar está gelada, entre os 16 e os 19 graus. As correntes marítimas não acompanham a temperatura ambiente, por isso as pessoas têm de ter muito cuidado", alerta a AMN.
Associando a água mais fria - que pode provocar choques térmicos e congestões quando se mergulha - ao facto de praticamente não existirem zonas vigiadas, a Autoridade Marítima Nacional vai ter uma ação preventiva. "Temos essa perspetiva de aumentar a cultura de prevenção e segurança. Tentamos incutir nas pessoas essa cultura", explicou ao DN o seu porta-voz.
Atitude idêntica defende a Federação Portuguesa de Nadadores--~Salvadores. "As pessoas têm de ter atenção quando vão à praia nesta altura. Não existindo nadador-salvador, se alguém ficar em perigo será difícil salvar a pessoa", disse.
Cuidados que a AMN lembra: não arriscar em ir a banhos quando tiver dúvidas sobre o estado do mar; respeitar um intervalo de três horas após uma refeição normal antes de ir a banhos; nunca virar as costas ao mar nem caminhar na areia molhada, pois um golpe de mar pode arrastar a pessoa para uma situação perigosa; vigiar as crianças e não as deixar brincar junto à linha de água e ter cuidado com a entrada na água devido à já referida baixa temperatura que pode provocar choques térmicos quando se mergulha.
A questão das práticas alimentares dos banhistas é um ponto que vai merecer muita atenção por parte da AMN, principalmente já a pensar na próxima época balnear. "Muitas das mortes nas praias não têm que ver com afogamentos. Algumas estão relacionadas com as práticas alimentares e para o ano temos de insistir mais nisso e nos cuidados com a exposição ao sol."