Raspadinha ou Euromilhões, onde é que os portugueses apostam mais?
Os portugueses apostaram mais na 'Raspadinha' em 2015 e menos no Euromilhões, face a 2014, anunciou hoje a Santa Casa de Lisboa, revelando um crescimento de 19,1% das vendas brutas dos jogos no ano passado.
Segundo o relatório relativo aos jogos sociais da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa (SCML), hoje apresentado, em 2015 "as vendas brutas dos jogos cresceram 19,1%, para 2.240,3 milhões de euros, o que se traduziu num rendimento total de 696,4 milhões de euros, 13,2% acima do ano anterior".
Na apresentação dos resultados, a Santa Casa esclareceu que 97% do valor apostado em jogos sociais em 2015 foram devolvidos à sociedade "sob a forma de prémios, remunerações pagas pelos apostadores aos mediadores, Imposto do Selo, financiamento de Boas Causas, patrocínios e investimentos na promoção da legalidade e do jogo responsável, representando um valor global de mais de 2.173 milhões de euros".
Relativamente às vendas brutas por jogo, a Lotaria Instantânea 'Raspadinha' registou um "forte crescimento" de mais 55%, para 1,1 mil milhões de euros, enquanto as vendas do Euromilhões registaram uma quebra de -10,5%, para 820,5 milhões euros.
Também as apostas no Joker registaram um decréscimo (-9,5%), para 35,6 milhões de euros, assim como as da Lotaria Popular, com -2,6% face a 2014, para 25,1 milhões de euros de vendas brutas em 2015.
Em 2015, as vendas brutas do totobola aumentaram 10,8% face ao ano anterior, para 11,3 milhões de euros, o Totoloto 2,3% (para 129 milhões de euros) e a Lotaria Clássica 1,5% (para 51,8 milhões de euros).
As novas apostas desportivas Placard, lançadas no último trimestre do ano, "já representam, em 2015, 2,9% do total das vendas brutas, contribuindo para as receitas totais com um montante na ordem dos 65,4 milhões de euros", esclarece o relatório.
Em contrapartida, as despesas aumentaram para 95 milhões de euros nos gastos dos Jogos Santa Casa, o que representa um acréscimo de 23,2%.
Para este aumento da despesa nos jogos contribuíram o custo das mercadorias (aumento de 34,6%), os fornecimentos/serviços externos (27,7%) e os gastos com o pessoal (16%), decorrentes do lançamento do mais recente jogo social do Estado, o Placard, devido aos gastos com consumíveis, publicidade e recursos humanos.
O total de prémios atribuídos no ano passado em Portugal ascendeu a 1.295,6 milhões de euros, um aumento de 21,6% face ao período homólogo.
"Só o Euromilhões contribuiu com cinco primeiros prémios em território português, num valor aproximado de 320 milhões de euros, elevando para 58 o número de primeiros prémios atribuídos em Portugal até ao final do ano passado, desde o seu lançamento em 2004", esclareceu a Santa Casa.
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A Santa Casa realçou ainda que o Imposto do Selo gerado pelos jogos sociais atingiu o valor de 178,4 milhões de euros - 96,5 milhões de euros de Imposto do Selo sobre vendas e 81,9 milhões de euros de Imposto do Selo sobre prémios.
"Este valor representa um crescimento de 23% face ao ano anterior e um peso de 13,1% no peso do total das receitas fiscais do Estado em Imposto do Selo, o montante mais elevado até à data, consequência não apenas do crescimento do volume de vendas, mas também de um ano bastante favorável em montantes de prémios atribuídos em Portugal", salientou.
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Os mediadores dos jogos sociais do Estado foram remunerados em 171 milhões de euros, "o que permitiu assegurar, pelo menos, 12.000 postos de trabalho", acrescentou.