Polícia Marítima. Lancha rápida roubada, comandante demitido

Uma lancha que tinha sido apreendida a narcotraficantes pela Polícia Marítima foi furtada do cais em Faro, numa zona reservada a esta força de segurança. Em Novembro tinha sido roubada uma à GNR, em Vila Real de Santo António.
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O chefe de Estado-maior da Armada (CEMA) exonerou ontem o comandante da Zona Marítima do Sul e comandante local da Polícia Marítima (PM), Rui Santos Pereira.

A decisão de Gouveia e Melo, que acumula a função de CEMA com a de Autoridade Marítima Nacional (AMN), de que depende a PM, surgiu na sequência do furto de uma lancha rápida que estava atracada num cais em Faro, reservado à Polícia Marítima, sob a responsabilidade do comandante Santos Pereira.

Esta lancha tinha sido apreendida pela própria Polícia Marítima no âmbito de uma das muitas operações contra o narcotráfico, de que já resultou a apreensão de mais de 20 toneladas de droga só neste ano.

O furto terá acontecido durante o fim de semana e, ao que o DN soube, as autoridades tentaram de imediato localizar a embarcação, sem sucesso até ao momento.

Suspeitam que poderá já ter regressado de novo à região de Marrocos, de onde tem sido, de uma forma geral, a origem dos narcotraficantes que tentam alcançar a costa portuguesa e espanhola para comercializar a droga, principalmente haxixe.

Contactado pelo DN, o porta-voz da AMN e da Marinha declinou comentar, quer a exoneração, quer a investigação para tentar localizar a lancha. "Não comentamos operações em curso", assinalou esta fonte oficial.

Santos Pereira tinha tomado posse em outubro do ano passado e acabou por estar no cargo apenas nove meses, em vez dos habituais dois ou três anos que duram estas colocações.

No seu discurso de tomada de posse, afirmou que tudo faria "para honrar as tradições e os valores que projetam a imagem da instituição" com total lealdade, firme determinação e completo empenhamento. De acordo com a página oficial da AMN, o comandante Santos Pereira enalteceu a "confiança, profissionalismo e dedicação" a "todos os que servem a AMN", garantindo-lhes "total apoio e solidariedade" no exercício das suas funções.

Para o substituir, Gouveia e Melo escolheu Mário Figueiredo, que desce da Capitania da Nazaré para o Algarve. Capitão-de-Fragata, tinha sido nomeado para este cargo a 6 de setembro passado.

Recorde-se que em novembro de 2022 a GNR também sofreu o furto de uma lancha rápida que era sua e que estava atracada num cais fechado ao público em Vila Real de Santo António.

De acordo com o que foi na altura noticiado, tratava-se de um semirrígido de 10 metros que estava no porto às seis da manhã quando a patrulha da Unidade de Controlo Costeiro saiu para o Guadiana, mas que uma hora depois, quando os militares regressaram, tinha desaparecido.

Em comunicado, a GNR salientou que o cais, de uso exclusivo da guarda, estava fechado e vedado ao público e que o acesso era apenas possível por via marítima, pelo porto de pesca.

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