Polestar 4: Um SUV coupé elétrico naturalmente estradista

Polestar 4: Um SUV coupé elétrico naturalmente estradista

Apresentado como um SUV Coupé, o Polestar 4 tem as dimensões e caraterísticas de um SUV, mas o aspeto de um coupé.
Publicado a
Atualizado a

Chega finalmente às estradas portuguesas o Polestar 4, um SUV Coupé  que é um estradista por excelência, pelo conforto e autonomia, e que suscitou interesse por ser o primeiro automóvel de passageiros sem vidro traseiro.

100% elétrico, como todos os modelos da marca de origem sueca, o Polestar 4 é proposto em duas versões, ambas com denominação Long Range. A de motor único de tração traseira debita 200kW de potência, enquanto a versão Dual Motor tem o dobro da potência, nada menos do que 400kW (536cv).

O Polestar 4 Single Motor tem um binário de 343Nm, enquanto na versão Dual Motor dobra para 686Nm, graças um motor montado em cada eixo. Números que estão bem patentes no tempo que os automóveis demoram a chegar dos 0 aos 100km/h: a versão Single demora 7,1 segundos e a versão Dual Motor atinge os 100km/h em apenas 3,8 segundos. Nada mal para automóveis que pesam mais de duas toneladas.

Tivemos a oportunidade de conduzir o Polestar 4. Mesmo a velocidades mais altas, o Polestar 4 continua a agarrar-se à estrada, graças ao seu centro de gravidade muito baixo. As duas versões do Polestar 4 têm como velocidade máxima os 200km/h.
A marca anuncia uma autonomia WTLP - singla inglesa para Procedimento Mundial Harmonizado de Teste para Veículos Ligeiros - de até 620km com o Long Range Single Motor  e de até 590km com a versão Dual Motor. Sem preocupações, fizemos qualquer coisa como 200 quilómetros num Polestar 4 Long Range Dual Motor, com uma bateria de 100kWh a alimentar um motor de 400kW, e chegámos ao final com 62% da bateria.

Fizemos o percurso sem pensar no consumo. Quer isto dizer que o ar condicionado esteve sempre ligado, a uma média de 120/ 130km/h na autoestrada. Parte do percurso foi em montanha, o que permitiu a regeneração da carga em 1%.
No regresso, o veículo utilizado foi o Polestar 2 Long Range Single Motor, e as condições as mesmas, mas o percurso foi todo feito em autoestrada. Chegámos ao destino com 26% da bateria após 400 quilómetros. O Polestar 4 é um automóvel bonito, de linhas fluidas, que exala conforto. Os bancos possuem afinação fina para encontrar a posição certa. Os materiais de alta qualidade são muito agradáveis ao toque e de aspeto durável.


Em andamento, a insonorização é quase total. Continuamos a ouvir o que nos rodeia, mas parece que o Polestar 4 não existe. É quase como se estivéssemos dentro de uns auscultadores com cancelamento de ruído.
Os bancos traseiros são espaçosos, cómodos e reclináveis. O espaço para as pernas está ao nível das melhores berlinas.

No exterior, a marca destaca o farol dianteiro que mantém a assinatura martelo de Thor da Volvo (onde estão as origens da Polestar), mas que neste modelo foi conseguida com dois faróis bipartidos.
Este é o primeiro automóvel de passageiros sem vidro traseiro e com uma câmara a transmitir para o retrovisor. A ausência do vidro traseiro não choca visualmente. Bem pelo contrário, o Polestar 4 é um automóvel elegante. 

Um SUV coupé?

O Polestar 4 é apresentado como sendo um SUV Coupé. Tem as dimensões e características de um SUV, mas o aspeto de um coupé. E isto foi conseguido porque o pilar foi deslocado para a traseira dos bancos da segunda fila. Ao fazerem isto, os designers  conseguiram ganhar altura para os passageiros, mas não sobrou espaço para o vidro e resolveram que o melhor era substituí-lo por uma câmara traseira.
São já vários os modelos que oferecem a imagem de câmaras no retrovisor, mas este é o primeiro em que não há outra solução. A equipa da Polestar disse-nos que precisaríamos de alguns dias para nos habituarmos à imagem da câmara no retrovisor.

É verdade que se tem uma visão muito melhor do que se passa atrás de nós com a imagem da câmara. Não há todo o habitáculo a acrescentar camadas de informação. Mas sentimos problemas de adaptação. Talvez por o retrovisor estar colocado muito perto da nossa cabeça, tínhamos de focar a vista para termos uma imagem nítida. Além de que, dequando em vez, a imagem como que dá um salto, ajustando a lente. Ficamos assim sem termos certezas quanto à distância a que estão os veículos.
O Polestar 4 dispõe de condução autónoma de nível 2, que permite a mudança de faixa, e liga os quatro piscas encostando à berma se algo acontece ao condutor. Um sistema que foi testado na viagem de regresso a Madrid.

Está equipado com um ecrã de 15,4 polegadas montado na horizontal e é o primeiro da marca com o sistema operativo Android Automotive. Além do ecrã principal, o Polestar 4 tem um painel de instrumentos com as principais informações para a condução atrás do volante e ainda um head-up display. No ecrã, é possível fazer uma miríade de ajustes à condução, desde o nível de resistência do pedal até ao tipo de suspensão ou de resposta do volante, entre outros.
As primeiras impressões sobre o Polestar 4 são francamente positivas. Estamos na presença de um automóvel elétrico que é um estradista de excelência, com boa dose de autonomia e um conforto superlativo.

O Polestar 4 Long Range Single Motor está à venda a partir de 66 700€ e o Polestar 4 Long Range Dual Motor é comercializado a partir de 73 700€. Às versões de série, a marca propõe os packs  Performance, Pilot, Pro e Plus.

Artigos Relacionados

No stories found.
Diário de Notícias
www.dn.pt