Polémica sobre alegada discriminação em livros para meninas e meninos
Livros de exercícios publicados em 2016 estão a ser analisados pela Comissão para a Cidadania e Igualdade de Género.
A Comissão para a Cidadania e Igualdade (CIG) está "a analisar" dois livros infantis publicados há um ano que aparentam ter exercícios com diferente grau de dificuldade para meninas e meninos.
"A CIG agradece a todas as pessoas que nos estão a alertar para a presença de estereótipos de género presentes em duas publicações infantis dirigidas a 'Meninas' e a 'Rapazes', da Porto Editora, informando que estamos a analisar as referidas publicações, para agir em conformidade", escreveu aquele organismo nas redes sociais.
A Porto Editora rejeitou as "acusações de sexismo e discriminação" que terça-feira foram motivo de polémica nas redes sociais, argumentando que os designados Bloco de Atividades para Meninas e Bloco de Atividades para Meninos (dos quatro aos seis anos) "têm como objetivo desenvolver determinadas competências essenciais em idade pré-escolar, nomeadamente a atenção e a concentração".
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"Em ambas as edições são trabalhadas as mesmas competências, na mesma sequência e com exercícios semelhantes. A diferença está na ilustração e na abordagem artística que as diferentes ilustradoras fizeram. E se há um exemplo em que o exercício no caso das meninas é aparentemente mais fácil, há vários outros em que os exercícios são aparentemente mais difíceis", escreveu a Porto Editora.
Esta posição levou Ana Brito a escrever, na própria página da editora, a seguinte crítica: "Creio que a questão não se prende com o grau de dificuldade das atividades propostas. A questão prende-se, na minha opinião, com a distinção feita à partida. Não há atividades para meninos nem atividades para meninas. Há atividades para crianças. O ponto de partida é, segundo creio, errado!"
Carlota Nóbrega acrescentou: "Numa sociedade que se diz evoluída, ainda há muito para refletir sobre a igualdade de género. Não há melhor prova do que esta. O que é triste é continuar, em alguns casos, de forma tão óbvia e atrevida no contexto educativo. Ficava mais bonito admitir o erro e pedir desculpa."
Pedro Malho opinou em sentido contrário: "Não vejo nenhum problema. Quem quer pode comprar o livro de rapaz e oferecer a uma menina. As crianças nesta idade já se interessam por coisas diferentes. Quem aqui não dá um carrinho a um miúdo e uma boneca a uma miúda. Pois,.. estão a discriminar...."
Cláudia Abreu adiantou: "Quem não gosta não compra! Que mania se tem hoje em dia de ditar aos outros o que pensar e como agir! Devem ter muito a ver com o facto de eu comprar um rosa para uma menina e um azul para um menino ou whatever!"