Pais querem respostas sobre falta de qualidade nas cantinas escolares
A federação de associações de pais de Lisboa exigiu, numa carta aberta dirigida ao ministro da Educação, deputados e presidentes de câmaras, respostas para a falta de qualidade da alimentação nas cantinas escolares recentemente denunciada.
Na carta aberta hoje divulgada, assinada pelo presidente da Federação Regional de Lisboa das Associações de Pais (Ferlap), Isidro Roque, afirma-se que "a alimentação não é de qualidade nem servida em quantidade em muitas das cantinas da escola pública".
Na missiva a Ferlap acusa ainda alguns diretores escolares de promover "a intimidação e a desinformação, junto de quem tenta resolver" os problemas nas cantinas.
"Enquanto português, pai e presidente de uma federação que representa mais de 50% das Associações de Pais de Portugal", Isidro Roque exige resposta do ministro da Educação, dos deputados e dos presidentes das autarquias sobre o que pretendem fazer a respeito destas duas situações.
A associação Transparência e Integridade solicitou hoje ao ministro da Educação que faça o levantamento de todos os casos em que alunos tenham sido alvo de processos disciplinares por denunciarem a má qualidade da comida das cantinas.
O pedido da associação, representante portuguesa da organização não-governamental anticorrupção Transparência Internacional, expresso numa carta enviada ao ministro, surge na sequência de queixas apresentadas por pais e encarregados de educação relacionadas com a qualidade das refeições escolares e de alegadas represálias exercidas sobre alunos que fotografaram ou filmaram comida de má qualidade nas cantinas.
O Jornal de Notícias avançou na sexta-feira que alunas de uma escola de Vila Nova de Gaia foram suspensas depois de terem divulgado fotografias e queixas nas redes sociais.
A má qualidade e pouca quantidade das refeições escolares têm sido denunciadas através de fotografias divulgadas por pais e encarregados de educação, que apresentaram cerca de 70 queixas à Direção-Geral de Estabelecimentos Escolares (DGEstE).
Contactado pela Lusa, o Ministério da Educação explicou que este ano foi iniciado um novo período de contratualização, por três anos, com as empresas prestadoras de serviços em refeitórios escolares.
O ministério salientou, no entanto, que a DGEstE "segue atentamente todas as queixas reportadas, analisando e intervindo efetivamente junto das empresas fornecedoras de forma à imediata regularização dos casos sinalizados".