Sentados em banquinhos de lona, “à sombra” dos vetustos “coches”, os miúdos vindos de todas as partes da cidade (até parecem meninas do Ramalhão que já não tiveram lugar), aprendem o &
Sentados em banquinhos de lona, “à sombra” dos vetustos “coches”, os miúdos vindos de todas as partes da cidade (até parecem meninas do Ramalhão que já não tiveram lugar), aprendem o &

Os “terroristas” da LUAR tinham apoio

Publicado a
Atualizado a

As organizações terroristas L.U.A.R. e F.P.L.N. tinham um núcleo de apoio no país”, assim rezava o título de uma notícia do Diário de Notícias, veiculando “uma informação fornecida pela Direção-Geral de Segurança”, vulgo PIDE. O jornal divulgava uma nota de imprensa da polícia política que relatava a suposta prisão de “um grupo de terroristas pertencentes à organização intitulada LUAR e chefiada por Hermínio da Palma Inácio. Também nessa investigação sobre as atuações da LUAR revelaram o apoio de vários indivíduos residentes no país.”

A LUAR, por extenso, Liga de Unidade e Ação Revolucionária, foi fundada em 19 de julho de 1967. A sua fundação foi posterior ao assalto ao Banco de Portugal na Figueira da Foz, a 17 de maio de 1967, pelas 15.55 h, naquela localidade. Foram retirados do banco cerca de 29 mil contos, valor que equivaleria a cerca de 10 milhões de euros. Desse dinheiro, apenas sete mil  contos puderam ser utilizados, porque as outras eram notas novas que nunca tinham entrado em circulação e podiam ser retiradas.

“Hoje, quando penso nesse assunto, acho que o mais importante não foi fazer a Figueira da Foz, o mais importante foi o click em que chegamos a um momento e a gente diz, sim senhora, mesmo que a minha vida acabe ali temos de ir buscar o dinheiro para fazer a revolução”, afirmou à Agência Lusa Camilo Mortágua, um dos operacionais do assalto de 17 de maio de 1967.

Na direção inicial da LUAR participaram Camilo Mortágua, pai das dirigentes do Bloco de Esquerda Mariana e Joana Mortágua, Emídio Guerreiro, que veio a dirigir o PPD (atual PSD), na ausência, por doença, de Sá Carneiro, e Fernando Pereira Marques, futuro deputado do PS. A LUAR foi dissolvida, depois da revolução, em 1976. Hermínio da Palma Inácio e a maior parte dos seus quadros integraram ou colaboraram com o Partido Socialista a partir daí.

Juntamente com as Brigadas Revolucionárias e a Ação Revolucionária Armada, a LUAR foi uma das organizações que fez ações de luta armada para combater a ditadura fascista que mandou em Portugal durante 48 anos. 

Artigos Relacionados

No stories found.
Diário de Notícias
www.dn.pt