Foi a 29 de outubro, há quase 25 anos que os Armazéns do Chiado abriram após 11 longos anos de reabilitação daquela zona de Lisboa na sequência do incêndio de 1988. A festa de inauguração aconteceu apenas uns dia depois, a 9 de novembro, tempo necessário para que algumas lojas, nomeadamente a Fnac, estivessem prontas para receber clientes. O bairro encheu-se de gente e o trânsito na zona foi fechado. Esta sexta-feira deve aontecer o mesmo, visto que há festa na rua, com um espetáculo multimédia, para assinalar esse momento de renascimento do Chiado..O espetáculo será exibido na fachada. FOTO: Reinaldo Rodrigues.Uma “tela” gigante de 20 metros de altura e 5 metros de largura, constituída por 200 fitas de LED e um total de 10.000 LEDs irá cobrir toda a fachada principal do edifício e servir de palco a um espetáculo que fará uma viagem ao longo dos seus 25 anos, desde a génese, passando pelo incêndio, a recuperação das ruínas a partir de um projeo do aruiteto Álvaro Siza Vieira e a revitalização desta zona da cidade, sem esquecer o papel que os Armazéns do Chiado têm desde então até aos dias de hoje na dinamização económica, social e cultural de Lisboa. A acompanhar esta viagem, um conjunto de músicos interpretará ao vivo covers de alguns artistas nacionais, como Amália Rodrigues, Clã, Ana Moura e Salvador Sobral..Em 25 anos, muitos momentos marcantes ali aconteceram, mas o diretor dos Armazéns do Chiado elege três. O primeiro é a própria abertura do espaço, em 1999, “porque o incêndio tinha sido há 11 anos e, pela sua dimensão, história e diversidade de oferta, os armazéns funcionaram como uma âncora que permitiu alavancar a reabilitação urbana do Chiado”. “E fez com que os lisboetas voltassem novamente a esta zona, um hábito perdido desde o incêndio”, recorda Ricardo Esteves..Num salto rápido até 2004, o responsável lembra que, à boleia do Europeu de futebol, que nesse ano aconteceu em Portugal, “começou a florescer o turismo”, assistindo-se a uma mudança do perfil das pessoas que visitavam o Chiado. Passou a haver muitos mais turistas, muito mais gente, o que obrigou a uma adaptação a esta nova dinâmica..Até que em 2020 o cenário mudou radicalmente. “Aqui, no Chiado, passámos de ruas completamente cheias de pessoas para o vazio. De um momento para o outro ficou tudo escuro”, lembra Ricardo Esteves acerca desses dias em que o Covid fechou as pessoas em casa e impediu-as de sair à rua e viajar. “Isto tem uma vida fantástica e, de um momento para o outro, não se via ninguém na rua. Foi um choque. O silêncio era uma coisa muito marcante”, remata..Com o Chiado cheio de gente outra vez, os Armazéns do Chiado querem assumir-se como local de reencontros com a cultura e a história da cidade. Ao longo destes 25 anos, realizaram-se vários eventos na fachada do edifício, entre desfiles de moda, concertos, cinema ao ar livre e até a inauguração das tradiconais inaugurações de Natal..Esta sexta-feira, os Armazéns, que contam com 50 lojas, das quais 15 restaurantes, voltam a fazer esse reencontro através do espetáculo multimédia, o qual será apresentado três vezes – às 18h30, 19h30 e 20h30 – e poderá ser visto a partir da espécie de anfiteatro natual que é a Rua Garrett.