ONU reunia devido a conjuntura económica
O estado da economia mundial preocupava as Nações Unidas. “O grave problema das matérias primas: Pela primeira vez a O.N.U. convocou uma sessão especial de natureza económica”, titulava o DN, há 50 anos.
“Foi perante uma imponente reunião de seis chefes de Estado, dois primeiros-ministros adjuntos, 45 ministros dos Negócios Estrangeiros e dez ministros do Comércio e das Finanças, que o secretário-geral da O.N.U., Kurt Waldhein, deu o tom à assembleia extraordinária da O.N.U. sobre matérias-primas e desenvolvimento, salientando que era urgente encontrar um remédio para a actual conjuntura económica mundial e que só uma verdadeira comunidade internacional o poderia encontrar”, podia ler-se, no texto que acompanhava a manchete.
“Disse Waldhein que a questão que se põe à assembleia é a seguinte: ‘A crescente interdependência das nações do mundo é uma força positiva ou uma força negativa?’”, escrevia o DN.
“O secretário-geral recomendou à assembleia que actue em seis domínios básicos: atacar a miséria que afecta dois terços dos habitantes deste planeta, limitar a população mundial, que sofrerá um aumento de mais de quatro milhões de almas durante as três semanas da sessão, constituir reservas alimentares para se poder enfrentar as situações críticas, conservar os recursos energéticos, diminuir as despesas militares, estabelecer um sistema monetário eficaz e atacar o “cancro da inflação”.
De França chegavam notícias da campanha eleitoral para a presidência da república. “Episódio dramático na campanha eleitoral: Malogrou-se a tentativa do primeiro-ministro francês para refazer a unidade gaulista”, titulava o DN. “Pierre Messmer dirigiu um apelo aos candidatos da maioria para que renunciassem a seu favor, mas, não tendo conseguido persuadir Chaban-Delmas, acabou ele próprio por desistir de se apresentar ao sufrágio”, lia-se no subtítulo. Depois, uma declaração de Pierre Messemer: “A minha decisão é irrevogável”.
O navio Niassa, usado para transportar militares para a guerra do Ultramar, foi alvo de um atentado e o DN dá conta disso numa foto-legenda, na primeira página.
Patricia Harris, a primeira embaixadora dos Estados Unidos, foi eleita “Mulher do Ano”.