Olhe para o céu: vem aí a chuva de meteoros Perseidas
"Um presente, um espetáculo de fogos gratuito, muito bonito e democrático". É assim que o astrofísico Pedro Machado define o fenómeno das Perseidas, a chuva de meteoros que será visível na noite deste domingo em Portugal. Quem não conseguir ver esta noite, pode ficar descansado: há grandes chances de haver mais na noite seguinte, segunda-feira.
Em entrevista ao DN, o investigador do Instituto de Astrofísica e Ciências do Espaço (IA) afirma que será possível ver o espetáculo ver a olho nu, sem a necessidade de equipamentos especiais. "É muito fácil, basta olha para Nordeste, é a região onde vão aparecer o maior número de meteoros", explica.
Segundo o professor, que leciona na Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa, o pico da chuva de meteoros deverá ser depois das 22h. A previsão é de 100 meteoros por hora. Para ter mais chances de ver o espetáculo, o investigador aconselha ir até uma zona afastada dos centros urbanos, como nos campos e zonas rurais. "Quanto mais escuro está o céu, mais podemos ver os meteoros, nas zonas de campos e montanhas são ideais", explica Pedro Machado, que dá nome a um asteróide descoberto em 2001.
As Perseidas são consideradas uma das chuvas de meteoros mais especiais. "A história é muito bonita. Chama-e também a Noite de São Lourenço ou Lágrimas de São Lourenço, porque há um cometa, que se desintegrou nesta zona do espaço, em que a Terra na sua órbita, à volta do Sol, passa nesta zona, todos os anos, nesta noite de agosto", relata o investigador.
As datas são sempre as mesmas: 11 ou 12 de agosto. "Um presente de verão", brinca o astrofísico. Logicamente, as Perseidas vão rasgar o céu durante o dia, mas impossível de se ver por causa da luz do sol. O especalista também lembrou que Portugal está com sorte: recentemente, foi possível ver um bólide, que atravessou o céu do Norte do país a 160km/h.
A bola de fogo apresentou vários explosões que provocaram aumentos da sua luminosidade ao longo da sua trajetória e que, devido à forte fricção, acabou por fragmentar-se. O fenómeno aconteceu na noite de 23 de janeiro. A Agência Espacial Europeia (ESA, sigla em inglês) classificou o meteoro como “impressionante”.