O "erro" de Medina, a polémica de Adão e a feminista vegana

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50 anos do 25 de Abril: Eanes e a polémica Adão e Silva

Ramalho Eanes aceitou o convite do Presidente da República para presidir à Comissão Nacional dos 50 anos do 25 de Abril. Mas foi a nomeação, pelo governo, de Pedro Adão e Silva para comissário executivo das comemora- ções que gerou polémica - e críticas à direita. Porquê? Em primeiro lugar porque o mandato do sociólogo e comentador político, grande fã de surf e antigo militante socialista, não só começa agora - quase três anos antes da data - como se prolonga até final de 2026. E segundo porque vai ter um salário bruto de 3745,26 euros, mais 780 euros em despesas de representação. Além de uma equipa que inclui um secretário pessoal e motorista. "Compensação" pelos comentários políticos, acusou Rio, "insulto", respondeu Costa.

A feminista, vegana e workaholic na liderança do PAN

Foi no dia em que celebrou os 41 anos que Inês Sousa Real assumiu a liderança do PAN. A saída de André Silva da política abriu a porta para a líder parlamentar do partido Pessoas-Animais-Natureza assumir a liderança, confirmada no congresso de Tomar. No discurso de encerramento garantiu que vai às legislativas "obviamente para ser governo", mas sem explicar em que condições. Vegana e workaholic convicta, desde a infância que Inês Sousa Real se guia pela paixão pelos animais. E se cursou Direito, foi em Direito dos Animais que fez o mestrado. E foi como jurista que a feminista que diz inspirar-se em Maria de Lourdes Pintasilgo chegou em 2010 ao partido que agora lidera.

Testes obrigatórios na fronteira? O recuo espanhol

Foi com espanto que os portugueses ficaram a saber que Espanha ia impor testes obrigatórios a todos os turistas que entrassem no país também por estrada. A medida já era obrigatória para quem chegava de avião ou por mar, mas o anúncio de que era alargada às fronteiras terrestres apanhou as autoridades de surpresa. Depois de horas de intensa pressão diplomática portuguesa e uma ameaça de aplicarmos "reciprocidade", no dia seguinte, Espanha admitiu o "erro" e pediu desculpas. Afinal vamos poder continuar a ir comer umas tapas ao país vizinho sem fazer teste e sem correr o risco de ter de pagar uma multa de 3 mil euros.

Guterres 2.0 na ONU entre críticas e aplausos

António Guterres discursava numa conferência sobre o Dia Mundial dos Oceanos quando o Conselho de Segurança aprovava, por unanimidade, uma recomendação para o seu segundo mandato como secretário-geral da ONU. O antigo primeiro-ministro português pode não se livrar das críticas das ONG que o acusam de não ter feito o suficiente na defesa dos direitos humanos nestes primeiros cinco anos, mas a sua capacidade para gerir as pressões garantiu-lhe a aprovação dos cinco membros permanentes do Conselho de Segurança para um segundo mandato. A posse é já no dia 18 e Guterres tem mais cinco anos para deixar o seu legado.

Desconfinamento antecipado, mas Lisboa fica na mesma

No dia seguinte o governo até anteciparia a próxima fase de desconfinamento de dia 14 para 11, mas Lisboa ficou a saber que as novas regras não são para ela. A capital, tal como Braga, Odemira e Vale de Cambra, fica na fase de 1 de maio. Na prática, o teletrabalho continua obrigatório, os restaurantes a fechar às 22h30, os transportes públicos mantêm a lotação inferior e o comércio a retalho fecha às 21h00 nos dias de semana e às 19h00 ao fim de semana. O resto do país avança para mais liberdade, mas com regras novas, como a testagem obrigatória em eventos desportivos, culturais e familiares. As máscaras na rua ficam até setembro. A normalidade, essa, não se sabe quando volta.

O "erro" de Medina, os ativistas russos e apelos à demissão

Um "erro lamentável", foi assim que Fernando Medina classificou o envio pela Câmara de Lisboa de dados pessoais de ativistas anti-Putin às autoridades russas. Os nomes, moradas e contactos de três cidadãos que em janeiro organizaram uma manifestação frente à embaixada russa contra a detenção do opositor Alexei Navalny foram entregues pela câmara. Medina explicou que foi seguido o procedimento normal, mas que neste caso "não podia nem devia ter sido aplicado". A meses das autárquicas, Carlos Moedas, candidato do PSD à Câmara de Lisboa, exigiu a demissão de Medina. O SIS está a avaliar a ameaça aos ativistas e a câmara abriu inquérito para apurar outros casos semelhantes.

Presentes, protestos, clima e vacinas no G7 de estreia de Biden

Manifestantes vestidos de Pikachu contra o abuso do carvão no Japão ou uma figura da morte vestida de preto com foice e tudo a alertar para o perigo das alterações climáticas; imaginação não faltou nos protestos junto à cimeira do G7 na Cornualha. O britânico Boris Johnson foi o anfitrião da reunião dos sete países mais industrializados + a UE, mas todos os olhos estavam em Joe Biden. Na sua primeira visita ao estrangeiro, o presidente dos EUA trouxe presentes e veio apelar à união dos aliados pelo clima, pela partilha de vacinas na luta contra a pandemia e contra a China. "Vamos trabalhar", afirmou.

helena.r.tecedeiro@dn.pt

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