O clube dos lisboetas temporários

O aluguer de apartamentos a turistas disparou no centro histórico de Lisboa. Quem vem procura a autenticidade de bairro. Quem está divide-se entre o ambiente novo que trazem e a perda de identidade. A cidade há muito não via tantos prédios recuperados. Resta saber quem vai habitá-los
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Lenine estende tapetes num fio que debrua o Pátio do Prior. Como se a casa que há 72 anos habita tivesse uma divisão extra naquele largo de luz e pedra onde todos os dias centenas de turistas passam na descoberta de Alfama. E outros que partilham com ele o bairrismo, ainda que por uma semana ou duas. Pululam pelo bairro apartamentos de alojamento local, ponto de partida para muitos estrangeiros descobrirem a cidade. Não é difícil dar com eles: é seguir o rasto dos prédios recuperados.

Lenine Oliveira da Silva já sabe que naquela janela em frente há de assomar gente de terras longínquas. Alguma do mesmo azimute do político famoso de quem herdou o nome. Diz não se incomodar. "Eles vêm descobrir Lisboa. Andam por aí, vão à praia, chegam ao fim do dia ou à noite." Como se naquela semana fossem lisboetas como ele e Felicidade Casanova da Silva, a sua mulher, que se junta à conversa. Vivem naquela casa minúscula que parece encravada debaixo das escadinhas, um T1 com cozinha e sala de jantar, zona de estar e quarto no andar de cima - a única divisão que tem janela. A porta semiaberta dá para a sala. Lenine mostra a casa com orgulho. Felicidade faz jus ao nome na boa disposição. Reconhece que o comércio que conhecia há décadas está a desaparecer mas foi-se adaptando. Faz compras "nos indianos" da Rua de São Miguel. "Chamam-me tia, veja lá a senhora." Quando os sacos se tornam mais pesados, não a deixam carregá-los a meia dúzia de metros até casa.

O casal Silva parece tranquilo com a pressão imobiliária em Alfama. Mas há muitos moradores que se queixam de ser assediados por agentes imobiliários para vender a casa ou por senhorios para as deixar. O bairro está a mudar e há uma banda sonora dos dias: as rebarbadoras. Há azulejos a ser cortados, casas de banho e kitchenettes a nascer. Os prédios que ainda não brilham de tinta fresca e obras recentes estão em obras. Há apartamentos à venda aqui e ali - um T1 de 30 metros quadrados anda na ordem dos 120 mil euros. As fachadas com rachas e tinta que já perdeu o tom indiciam, regra geral, casas arrendadas e rendas baixas.

Manuela Gonçalves acaba de ver uma fotografia sua impressa em calcário inaugurada à porta da mercearia na Rua de São Pedro pelo presidente da câmara, com direito a beijinho e fotografia. Mora em Alfama há 44 anos, veio para aqui com 20. Foi escolhida para integrar a exposição permanente Alma de Alfama, com retratos da fotógrafa britânica radicada em Lisboa (Mouraria) há uma década Camila Watson. Uma exposição para preservar e perpetuar a tradição, mostrando 20 rostos e histórias de gente do bairro. Mas a tradição está a perder-se. Os turistas estão a tornar-se os residentes flutuantes de Alfama. Manuela "do João", como surge no retrato, conta que tem na mercearia "mais de 50 folhetos" de agentes imobiliários que ali vão marcar presença constante. Querem casas, têm clientes. Ela diz que não deixa a casa, mesmo por cima da mercearia, e para isso parece disposta a enfrentar um temporal. Mas não consegue ter perto de si a filha - "quem é que pode pagar rendas de mil euros?" Os preços dos novos arrendamentos dos T0 e T1 que são a maior parte das tipologias do bairro dispararam no último ano, ano e meio. Os jovens não conseguem fixar-se, os velhos estão a ser pressionados a sair. Nos prédios recuperados residem, por períodos curtos, turistas. Saem de casa de manhã para descobrir a cidade, são lisboetas por dois dias ou duas semanas. Gostam de viver num bairro típico como se assim sentissem mais a cidade e recorreram ao aluguer de curta duração. Elena e Mario entram com um saco de compras no sempre apinhado elétrico 28 (onde muitas vezes o único português é o guarda-freio). Já vai para as nove e trataram de acautelar o jantar. Uma garrafa de vinho tinto, pão e queijo. Levam um serra e não se preocupam com as calorias, estão "fartos de caminhar". Espanhóis de Sevilha, vieram por cinco dias e estão com amigos num apartamento na Baixa. Não se importam de manter a rotina de compras e cozinha em férias. "É engraçado descobrir outros produtos e viver como se fôssemos lisboetas." E o que é ser lisboeta? "É andar rua abaixo rua acima, ter esta cidade lindíssima por companhia todos os dias." Riem-se.

As rodinhas infernais

Há uma nova Lisboa, a dos prédios recuperados, de fachadas com azulejos brilhantes ou pinturas frescas. Nessa Lisboa os turistas têm chave de casa e entram com sacos de compras ou caixas de piza. Está a acontecer um pouco por toda a cidade com maior expressão nos bairros históricos de Alfama, Mouraria e Castelo. Segundo um estudo da Associação do Alojamento Local em Portugal (ALEP), Santa Maria Maior é a "freguesia com maior presença de alojamento local, hotelaria e turismo em geral". Só aqui, no coração de Lisboa (Baixa, Chiado, Alfama e Castelo), há 1653 apartamentos para turistas.

Segundo a Airbnb, no ano passado 450 mil hóspedes usaram aquela plataforma online (a maior a operar atualmente) para visitar Lisboa. Uma realidade crescente enquanto cidades como Barcelona e Berlim já estão a limitar a Airbnb devido à massificação do turismo. Ricardo Macieira lembra que a plataforma "só existe há oito anos". O responsável de mercado da Airbnb em Portugal diz: "Estamos comprometidos em trabalhar com autoridades em todo o mundo para nos assegurarmos de que eles ficam a saber mais sobre este assunto e que a partilha de casa torna os bairros sítios melhores para viver, trabalhar e visitar." E assegura que "numa escala até 5, a avaliação dos hóspedes que ficam em Lisboa é de 4.6, o que prova que os anfitriões lisboetas estão de facto a dar experiências muito positivas aos visitantes".

Mas há o reverso da medalha e nas classificações de alguns residentes os turistas têm nota negativa. Em Alfama, Manuela "do João" diz que os turistas não respeitam as gentes do bairro e exemplifica. Com histórias de barulheira e bebedeiras noite fora e com uma foto que tirou com o telemóvel, para registar a indignação: um estrangeiro que saiu à rua (de São Pedro) em cuecas quando uma mãe seguia de mão dada com a filha. "Eles não fazem isto na terra deles, de certeza!" Mas a questão do sossego não se fica por aqui. No bairro onde o fado sai à rua nas noites ainda de verão, a comerciante apresenta outra reclamação: "A câmara tirou os caixotes do lixo daqui por causa do barulho das rodinhas e a gente agora não sabe o que fazer ao lixo. Pois agora é rodinhas às três e quatro da manhã mas são as rodinhas das malas dos turistas!"

As rodinhas dos tróleis são agora outra banda sonora da cidade. E os moradores replicam as queixas, seja em Alfama seja no Chiado. Fernanda Martins escolheu aquela casa na Travessa da Laranjeira para morar há 31 anos quando se casou. Ali cresceram os dois filhos, ali fez parte de uma outra família. "Se precisava do eletricista tinha o senhor Silvino, se os miúdos vinham da escola e eu ainda não estava em casa havia sempre alguém que dava apoio, fazíamos almoçaradas na rua todos juntos", diz fazendo por segundos desaparecer do olhar a tristeza e as olheiras. Agora a vida assemelha-se a um inferno. Dorme pouco porque as janelas fechadas não isolam toda a barulheira de festas a desoras em alojamento local "de luxo" do outro lado da rua íngreme. Há umas semanas a festa começou às quatro da manhã, com música alta. Fernanda atirou "um pacotinho de manteiga" à janela e conseguiu chamar a atenção de "uma senhora" que, contrariada, lá baixou o volume. Mas a história repete-se: "Estão de férias, não se preocupam com quem está e com quem fica."

Ali a ocupação turística tem, segundo refere, um ingrediente extra: a droga. Desde que o Bairro Alto colocou as câmaras de videovigilância, os traficantes deslocaram-se para as imediações do Jardim de Santa Catarina e consigo trouxeram a insegurança. Fernanda admite mesmo que muitos escolhem aqueles alojamentos porque procuram, também, estupefacientes.

Tal como em Alfama, os dois apartamentos de que é proprietária são alvo de assédio. "Já me ofereceram mil euros de renda semanal para turistas pelo de cima [o mais pequeno]. Eu não quero alugar. Eu escolhi este bairro para viver, quero viver aqui." Mas no prédio já está sozinha com o marido. Nos andares de baixo, um está já tomado pelo alojamento local e o outro acaba de ser desocupado por um arquiteto que não terá conseguido vencer as investidas do senhorio (e será alojamento local, também). Na Mouraria, Cristina Resendes vê a questão do sossego de outro ângulo: "Aqui são os hóspedes que se queixam dos moradores que apanham bebedeiras ou têm discussões e ouve-se tudo." Proprietária de um T0 que aluga há um ano a turistas, garante que os seus hóspedes do prédio do Largo dos Trigueiros só ali levam boa vizinhança.

A zona parece ter um charme muito especial para os estrangeiros e ser da Mouraria já não é exatamente ser nascido e sido criado nas ruas e vielas do bairro. Camila Watson, fotógrafa britânica, instalou-se ali há uma década. Tem retratado a comunidade local e as fotografias que fez estão nas ruas da Mouraria - e, desde segunda-feira, também nas de Alfama. Todos a conhecem e ela conhece toda a gente. Assume que o esvaziamento dos centros pela população de sempre é um problema e tem tentado acalmar muitos velhotes e velhotas nervosos com a pressão dos senhorios. Tem o ateliê com porta para o Largo dos Trigueiros onde vende fotos da Lisboa que a encantou e que está a desaparecer.

Ao lado do ateliê abriu um café com esplanada no largo, que serve brunch ao fim de semana. É um dos muitos estabelecimentos comerciais que surgem por estes bairros. Na Rua das Farinhas resiste uma taberna ao lado de uma mercearia de indianos e lojas de artesanato. Em Alfama o cenário é semelhante: lojas gourmet e vintage, hambúrgueres, viagens turísticas. Na Rua dos Remédios, a padeira garante que o reflexo desta gente que se instala nos apartamentos é pouco. Um ou outro pão para o pequeno-almoço. A Manuela "do João" vende "uma garrafa de água, vinho, manteigas, queijo", mas não se deslumbra com os novos clientes. E não poupa críticas à concorrência: "Os gourmet vêm e instalam-se, mas quando vamos pedir para ajudar a marcha não dão nada. Perde-se a identidade", diz com a nostalgia de quem viveu o bairro como uma comunidade em que se sabia com quem contar do outro lado da rua.

Graça Joaquim, socióloga e professora da Escola Superior de Hotelaria e Turismo do Estoril, é testemunha do desassossego no Chiado, que está a ser esvaziado de habitantes. Diz que "pelo menos um terço dos turistas que visitaram Lisboa ficaram em alojamento local" e que este é um tipo de turismo com "pouco retorno do ponto de vista financeiro" e que o argumento de que "atrai famílias" não corresponde à realidade. E o cenário atual, grave, mostra a "classe média sem dinheiro para arrendar no centro", razão pela qual defende quotas: "Lisboa é uma cidade pequena, tem 500 mil habitantes, mais de dez turistas por habitante." "Um dia destes estava no café onde costumo ir e ouvi uns franceses a dizer: mas aqui só há turistas?"

"Amiguinhos da Airbnb"

O presidente da Junta de Freguesia de Santa Maria Maior, Miguel Coelho (PS), está preocupado e pede medidas urgentes, a começar pela revisão da lei das rendas e por um agravamento da fiscalidade. "Aquilo que está a acontecer sobretudo em Alfama de forma acentuada mas também na Mouraria é uma espécie de assalto em que as pessoas que nasceram nestes territórios e que sempre viveram lá estão a ser empurradas para fora", diz. O autarca não afasta a possibilidade de aplicar em Lisboa o modelo de Barcelona: "Talvez seja o mais viável, isto é, tem de haver residentes nos prédios, e os residentes têm de concordar. Mas neste momento é preciso travar. Estamos tão desesperados, qualquer exemplo de fora é bom."

Nesta semana o secretário de Estado do Ambiente, José Mendes, admitiu que a reabilitação urbanística está a desertificar os centros das cidades e adiantou que o governo já identificou linhas de atuação que passam por aumento de impostos de forma a equiparar este modelo de negócio com o arrendamento de longa duração (o alojamento local é tributável em 15% dos rendimentos, o arrendamento de longa duração em 28% e o local está isento de IVA até dez mil euros de rendimento anual). No mesmo dia, na inauguração da exposição Alma de Alfama em Lisboa, Fernando Medina ouviu o alerta de Miguel Coelho perante a população local, ouviu os aplausos mas não se referiu ao tema quente do momento e, questionado pelo DN, remeteu a "questão complexa" para uma entrevista que deu ao jornal em abril, quando disse que o turismo na Baixa não afastou os residentes porque eles já lá não estavam e admitiu preocupação com a situação do peso do alojamento local em Alfama e Santo António.

Cristina Resendes tem o seu T0 no Largo dos Trigueiros há um ano. Comprou-o por 90 mil euros já com obras feitas. Encantou-se com a luz do espaço e tratou de mudar de vida. Educadora de infância durante 35 anos, foi despedida e resolveu aplicar um dinheiro que tinha guardado. Todo o prédio tinha sido recuperado e a maioria dos 32 apartamentos passaram a ter o mesmo fim, receber turistas. Empenha-se em esperar todos os seus hóspedes em frente à Igreja de São Cristóvão, depois de lhes dar indicações precisas de como lá chegar. Tem tido ocupação quase total do apartamento com cama de casal, kitchenette e WC. É ela quem faz a limpeza e trata de todos os problemas de manutenção, "o pior deste negócio". Sempre que pode recorre aos ofícios locais para as reparações e trata os habitantes do bairro pelo nome, como se também ela fosse uma deles há muitos anos. Cristina só explora uma casa e "mima" os hóspedes com chocolates, garrafas de vinho ou iogurtes, se têm um bebé. Sabe que a atenção aos pormenores faz a diferença. E os hóspedes retribuem. Há quem deixe flores - "os casais gay são os mais amorosos", diz.

Miguel Ribeiro tem 15 apartamentos para cuidar em Lisboa e nenhum é seu. É outra figura deste mundo do alojamento local, o gestor. Isto porque muitos proprietários são estrangeiros ou portugueses que vivem fora do país. Tem casas de italianos, alemães, polacos. Os portugueses, em alguns casos, são pessoas do bairro que emigraram e puseram a casa a render. Miguel leva a empregada de uma empresa de limpezas pela primeira vez ao T1 do Largo dos Trigueiros - com a dimensão do seu negócio não dá para contratar as limpezas no bairro, "uma fica doente, a outra tem de ir buscar o filho à escola, não posso ficar pendurado". Saíram uns hóspedes, no dia seguinte chega outro. O apartamento está todo remodelado e tem uma pequena cozinha equipada, com os utensílios inox a brilhar de pouco uso. "A Cristina sabe que existem 17 tipos de infiltrações diferentes?", pergunta divertido à vizinha que foi espreitar a concorrência. O gestor da Lisbon Windows ri-se mas a observação é fruto das dores de cabeça que manter todas as casas impecáveis dá. "Não temos apartamentos baratos", diz. O T1 da Mouraria custa 50 euros por noite mas o T1 da Rua das Chagas (Cais do Sodré), de 200 metros quadrados, no prédio com o elevador mais antigo de Lisboa (e uma bela vista), chega aos 200 euros. Ali tem uma clientela muito específica: casais americanos ou canadianos na casa dos 60 anos.

Seja quem for que se instale nas casas há questões essenciais, diz o gestor: as boas-vindas personalizadas, "a nossa arma contra o hotel", e "ser amiguinho da Airbnb". É que o grande motor de toda esta revolução no turismo são as plataformas online, como a Airbnb, a Homeaway ou o Booking (entre outros), em que os quartos, apartamentos ou hostels de alojamento local ganharam visibilidade mundial. Na Airbnb, estão representadas 35 mil cidades de 190 países e é uma das mais poderosas revoluções no mercado do turismo. Se mostra o T1 na Mouraria a potenciais hóspedes em qualquer parte do mundo, trata também de fazer a ponte entre os dois, garante o pagamento por antecipação e transfere para a autarquia de Lisboa a taxa turística - um euro por noite até ao máximo de sete euros por estada. Mediante uma taxa de serviço, evidentemente. Segundo a Airbnb, em 2015, os 450 mil turistas que usaram a plataforma para visitar Lisboa movimentaram valores na ordem dos 268 milhões de euros. Ricardo Macieira não revela no entanto quanto recebeu a empresa com o negócio lisboeta. "A Airbnb não revela dados financeiros das suas operações", disse ao DN.

A experiência de seis anos de Miguel Ribeiro como gestor operacional da Lisbon Windows ensinou-lhe o poder do algoritmo "extremamente bem feito" da Airbnb, que faz que o anúncio tenha mais ou menos visibilidade na plataforma. Um dos critérios que parecem ser inquestionáveis são os comentários: quantos mais louvores dos hóspedes, melhor a vida do anúncio e maiores as probabilidades de o alojamento voltar a ser reservado. Por isso, tudo tem de correr bem para o ciclo funcionar.

Wolfgang Rieckmann escolheu o T1 na Costa do Castelo depois de fazer um zoom no Google Maps e achar que era uma boa zona para ficar em Lisboa, cidade onde nunca tinha estado. Aterrou na quarta-feira e chegou de táxi ao apartamento de cem metros quadrados com três enormes janelas sobre a cidade e foi recebido por Luís Miguel, que presta serviço à Lisbon Windows mas tem também ele uma empresa que gere várias casas em Lisboa e Sintra. Wolfgang, programador informático de 52 anos, vive em Hamburgo, Alemanha, e já viajou por todo o mundo. Mal o anfitrião lhe disse que havia um supermercado a dois passos (no mercado do Chão do Loureiro), perguntou logo se era grande. Não tardaria a ir comprar mantimentos mas não pensava cozinhar até chegar a mulher, dois dias depois. Vai pagar 320 euros por quatro noites: "Não é complicado reservar e posso fazer o que quero, comer quando quero", diz.

Há hordas de turistas em Alfama, como no Chiado. Aqui e ali, grupos guiados por alguém que assinala o sentido da marcha com um lenço a esvoaçar no topo de um pau de selfie distendido. Nas escadinhas abaixo das Portas do Sol ainda se ouve "Coimbra é uma lição" tocada em viola por um músico de rua na enorme varanda sobre a cidade lá em cima. Aqui segue um molho de gente e uma guia anafada que fala francês enquanto explica: "Alfama, onde as pessoas vivem da mesma maneira há sete séculos." Lá em baixo, segue a azáfama das rebarbadoras, de dia, do fado vadio, à noite. Mas às portas e janelas vão assomando outros rostos. Loiras e ruivas, morenos de outras paragens e sorrisos curiosos.

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