Número de casos de varíola-dos-macacos em Portugal sobe para 39
O número de casos confirmados de varíola-dos-macacos em Portugal subiu para 39, anunciou esta terça-feira a Direção-Geral da Saúde (DGS).
Trata-se de um aumento de dois casos em relação à atualização anterior, divulgada esta segunda-feira.
A maioria das infeções humanas por vírus Monkeypox foram notificadas em Lisboa e Vale do Tejo, mas também há registo de casos nas regiões Norte e Algarve.
Segundo a DGS, todos os casos confirmados são de homens entre os 27 e os 61 anos, tendo a maioria menos de 40 anos, numa altura em que se aguardam resultados laboratoriais relativamente a outras amostras.
Os novos casos foram confirmados pelo Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge (INSA), "mantêm-se em acompanhamento clínico, encontrando-se estáveis e em ambulatório", estando em curso "os inquéritos epidemiológicos dos casos suspeitos que vão sendo detetados, com o objetivo de identificar cadeias de transmissão, potenciais novos casos, respetivos contactos e ainda eventuais locais de exposição."
O vírus é transmitido de uma pessoa para outra por contacto próximo com lesões, fluidos corporais, gotículas respiratórias e materiais contaminados.
A doença foi identificada pela primeira vez em humanos em 1970 na República Democrática do Congo, depois de o vírus ter sido detetado em 1958 no seguimento de dois surtos de uma doença semelhante à varíola que ocorreram em colónias de macacos mantidos em cativeiro para investigação - daí o nome "Monkeypox" ("monkey" significa macaco e "pox" varíola).
Não sendo os macacos o reservatório natural do vírus, que permanece desconhecido, especialistas consideram que é incorreto designar a doença ou a infeção como "varíola dos macacos".
O Monkeypox pertence ao género 'Orthopoxvirus', que inclui o vírus da varíola, o vírus 'Vaccinia' (usado na vacina contra a varíola) e o vírus da varíola bovina.
Em humanos, os sintomas da infeção com o vírus Monkeypox são semelhantes, mas mais leves, aos da varíola. No entanto, ao contrário da varíola, a Monkeypox faz com que os gânglios linfáticos inchem.
O período de incubação (tempo desde a infeção até ao aparecimento dos sintomas) do vírus Monkeypox é geralmente de 7 a 14 dias. A doença dura, em média, duas a quatro semanas.
Apesar de a doença não requerer uma terapêutica específica, a vacina contra a varíola, antivirais e a imunoglobulina 'vaccinia' (VIG) podem ser usados como prevenção e tratamento para a Monkeypox.
A Direção-Geral da Saúde recomenda às pessoas que apresentem lesões ulcerativas, erupção cutânea, gânglios palpáveis, eventualmente acompanhados de febre, arrepios, dores de cabeça, dores musculares e cansaço, a procurarem aconselhamento médico. Perante sintomas suspeitos, as pessoas devem abster-se de contactos físicos diretos.