Morreu o general Carlos Azeredo, aos 90 anos, no Porto, vítima de doença prolongada..Carlos Azeredo foi o último governador civil do Distrito Autónomo do Funchal e presidente da Junta Governativa da Madeira..Nascido no seio de uma família nobre e monárquica em Marco de Canaveses, a 4 outubro de 1930, Carlos Azeredo ingressou na Escola do Exército em 1948 e no decorrer da sua carreira militar cumpriu cinco missões no Ultramar..Também teve um papel importante no 25 de Abril de 1974, enquanto tenente-coronel, tendo liderado a força do Centro de Instrução de Condução Auto Nº 1 (CICA 1), à qual mais tarde se juntaram as forças de Lamego, que tomou o Quartel-General da Região Militar do Porto..Além dos cargos que desempenhou na Madeira, também foi Comandante da Região Militar do Norte e Chefe da Casa Militar do Presidente da República Mário Soares, tendo sido condecorado com a Medalha Militar de Ouro de Serviços Distintos com Palma e com a Medalha Militar de 1.ª Classe da Cruz de Guerra..Em 1997 concorreu nas autárquicas à Câmara Municipal do Porto pela coligação PSD/CDS, tendo sido derrotado pelo socialista Fernando Gomes..Em 2004, publicou um livro intitulado "Trabalhos e Dias de um Soldado do Império" no qual aborda aspetos relacionados com a invasão do Estado Português na Índia, a guerra colonial, o 25 de abril e o acidente de Camarate que vitimou Sá Carneiro e Adelino Amaro da Costa..A notícia do falecimento de Carlos Azeredo, aos 90 anos, vítima de doença prolongada, foi avançada pelo Diário de Notícias da Madeira, que cita fonte da família..Em nota de pesar, o presidente da Assembleia Legislativa da Madeira, José Manuel Rodrigues, manifestou a sua "profunda tristeza pela morte do general Carlos Azeredo", um homem que, na sua opinião, "soube interpretar de forma digna e corajosa os ideais da implantação da democracia e da conquista da autonomia da Madeira"..José Manuel Rodrigues considera que "a História lhe reserva um papel crucial na transição do poder central para o poder regional, de auto governação, consagrado na Constituição da República Portuguesa"..No seu entender, a Madeira tem "uma enorme dívida de gratidão a um homem íntegro e de princípios, que soube dar corpo aos anseios autonomistas das populações da Madeira e do Porto Santo".."A Assembleia Legislativa da Região Autónoma da Madeira dirige à família as mais sentidas condolências", conclui..Também o líder do governo regional, Miguel Albuquerque, manifestou "o mais profundo pesar" pelo falecimento de Carlos Azeredo e endereçou à família os "mais respeitosos votos de pesar".."Carlos de Azeredo Pinto Melo e Leme foi o último Governador Civil do Funchal e Presidente da Junta Governativa da Madeira, órgão de gestão governativa que antecedeu a Autonomia Política e Administrativa", recorda o chefe do executivo madeirense.