Manuel Pimenta foi também militante do PS e membro ativo da Constituinte de 1976 que aprovou a Constituição Portuguesa.
Manuel Pimenta foi também militante do PS e membro ativo da Constituinte de 1976 que aprovou a Constituição Portuguesa.facebook.com

Morreu Manuel Pimenta, farmacêutico e membro da Constituinte de 1976

Figura de relevo em Ponte de Lima, morreu esta quinta-feira, aos 86 anos. O corpo está em câmara ardente na Igreja da Misericórdia de Ponte de Lima e o funeral realiza-se esta sexta-feira, às 16.30, no Cemitério Municipal.
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Manuel Amadeu Pinto de Araújo Pimenta considerado, pela Ordem dos Farmacêuticos, como “um dos mais notáveis farmacêuticos portugueses e um cidadão com um sentido cívico notável”, e conhecido farmacêutico de Ponte de Lima, morreu esta quinta-feira, aos 86 anos.

DIstinguido com a Medalha de Honra da Ordem dos Farmacêuticos, em 2017, na nota de pesar divulgada por esta organização foi sublinhado o caráter humanista de Manuel Pimenta, salientando-se que "desde cedo se envolveu também em ações de natureza social, no associativismo e na vida política".

Militante do Partido Socialista, Manuel Pimenta combateu ativamente a ditadura e empenhou-se na construção da democracia, tendo sido deputado à Assembleia Constituinte.

Foi, portanto, um dos responsáveis pela redação e aprovação da Constituição da República Portuguesa de 1976. Facto que conduziu a fosse um dos homenageados aquando da comemoração dos 40 anos Constituição da República Portuguesa.

Descendente de várias gerações de farmacêuticos, Manuel Pimenta manteve a tradição - que transmitiu aos seus filhos - e manteve-se sempre ligado à Área de Fármácia e à de Análises Clinicas, em que se especializou, acabando por criar ele próprio o Laboratório de Análises Manuel Pimenta, em finais da década de 1970, que existe em Ponte de Lima e expandiu para os concelhos vizinhos.

Já no século XXI, em 2009, lançou a Fundação Manuel Pimenta com o objetivo de alargar a sua atuação da área da saúde à educação e de Portugal à Guiné, país que lhe ficou no coração dos os tempos do Serviço Militar Obrigatório, em que a Guerra Colonial o atirou para a direção do do Laboratório de Análises Clinicas do Hospital Militar e do Hospital Civil, ambos de Bissau.

“O seu caráter altruísta está também patente no trabalho que tem sido desenvolvido na fundação com o seu nome e que tem como missão intervir nas áreas da Saúde e Educação, principalmente no domínio da cooperação com os países de língua oficial portuguesa”, slienta, por isso, a Ordem dos Farmacêuticos na sua nota.

A Fundação Manuel Pimenta ajudou a construir ua Maternidade do Cacheu, primeira localidade onde os portugueses aportaram na Guiné e que, durante muitos anos, foi o grande entreposto comercial na Costa ocidental de África. Um projeto estreitou as relações entre as “cidades-gémeas” de  Viana do Castelo e de Cacheu, cobrindo um universo populacional de seis mil pessoas.

Esta sexta-feira, Ponte de Lima despede-se um homem que se tornou uma referência de ação social e uma figura de proa da farmacêutica nacional.

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