Morreu António Ferreira de Amorim, um dos quatro irmãos que revolucionaram a Corticeira Amorim
Morreu esta quarta-feira de madrugada, aos 95 anos, António Ferreira de Amorim, um dos quatro irmãos que assumiram o controlo da Corticeira Amorim a partir da década de 1950 e transformou a empresa na líder mundial da indústria da cortiça, confirmou ao DN fonte do Grupo Amorim.
Terceiro filho de Albertina e de Américo Alves Amorim, é pai do atual presidente do conselho de administração da Corticeira, António Rios de Amorim.
António Ferreira de Amorim começou a trabalhar no grupo em 1949, depois de fazer a tropa em Tavira, mas já na adolescência havia tido um primeiro contacto com o negócio da família enquanto estudava no Colégio São Luís em Espinho e na Escola Académica do Porto.
“Dos quatro irmãos empenhados no desenvolvimento do grupo (José, António, Américo e Joaquim), era o que mais privava com os operários, com quem convivia com elevado sentido de humanidade. Foi sempre um homem de ação, do terreno. Alguém habituado a ouvir e a falar. Alguém que gostava de sentir o pulso da empresa a partir de dentro. Ainda hoje é assim”, pode ler-se numa publicação de maio de 2020 do site do Grupo Amorim.
“Gostei sempre de trabalhar na fábrica; gosto do ambiente da fábrica, junto dos trabalhadores fabris. (…) Acompanhava todas as cargas e descargas; antigamente, os fardos de cortiça e de aparas eram pesados um a um e tomava-se nota dos pesos. Quem vendia e quem comprava anotava os pesos fardo a fardo e só depois é que eram levados para os armazéns, ou então carregados para exportar por Vila Nova de Gaia, Matosinhos ou por Lisboa”, acrescenta o texto.
António Ferreira de Amorim era o 18.º mais risco de Portugal, com uma fortuna avaliada em cerca de 790 milhões de euros, segundo a Forbes.