Ministro do Ambiente garante que abastecimento de água nos próximos dois anos "não está em causa"
Embora tenha deixado essa garantia, Matos Fernandes apelou a uma racionalização do consumo de água.
O ministro do Ambiente e Ação Climática garantiu esta quinta-feira na CNN Portugal que o abastecimento de água durante os próximos dois anos não está em causa, apesar da suspensão da produção de eletricidade em quatro barragens devidos aos baixos níveis de água.
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"Temos de garantir, apesar de não estar em nenhuma que lei, que temos água para consumo humano durante dois anos, e isso não está posto em causa em nenhuma das albufeiras portuguesas", afirmou João Pedro Matos Fernandes no Jornal da CNN.
Ainda assim, o governante apelou a um racionalizado consumo de água. "Temos mesmo de poupar e gastar menos água. Alterações climáticas não querem dizer, necessariamente, menos água, mas na bacia do Mediterrâneo, não há dúvidas nenhumas: quer dizer menos água. Temos de nos adaptar. As perspetivas são de, em 20 anos, haver menos de 25% de pluviosidade em Portugal", salientou.
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Para combater a escassez de água, o ministro do ambiente apontou para a realização de ações de sensibilização e para o investimento no sistema de abastecimento de águas.
"Estamos a investir 500 milhões no sistema de abastecimento de águas, temos de perder menos água nas condutas. Não conhecemos as perdas de água no abastecimento agrícola, só no abastecimento urbano. A média é 30% (no abastecimento urbano), e há uma coisa que sabemos: na agricultura, a média é certamente superior a este número, e por isso temos de fazer estes investimentos", contou.
Em relação à exploração do lítio, que considera vital para a independência da Europa e para a transição energética e digitalização, Matos Fernandes estranha as acusações de "falta de transparência" em todo o processo, garantindo que as autarquias foram informadas.
"Nenhum deste lítio que vai ser extraído em Portugal pode ser exportado em bruto, tem de ser transformado em Portugal. Temos um projeto industrial, que vai desde a extração à reciclagem das baterias", assegurou, deixando em aberto se vai continuar no Governo.