O Ministério Público levou esta quinta-feira a cabo novas buscas à residência do antigo ministro Manuel Pinho, avança a SIC..No início do último mês, foi negado ao ex-ministro o alargamento do raio de cobertura da pulseira eletrónica a que está sujeito no processo EDP..Manuel Pinho, que está em prisão domiciliária em Gondizalves, concelho de Braga, havia pedido a expansão da área para poder tratar de uma horta na Quinta do Assento, uma propriedade com uma área de cerca de um hectare e meio. No entanto, ficou obrigado a circular apenas no perímetro habitacional..O caso EDP está relacionado com os Custos de Manutenção do Equilíbrio Contratual (CMEC) no qual os antigos gestores António Mexia e Manso Neto são suspeitos de corrupção e participação económica em negócio para a manutenção do contrato das rendas excessivas, no qual, segundo o MP, terão corrompido o ex-ministro da Economia Manuel Pinho e o ex-secretário de Estado da Energia Artur Trindade..Manuel Pinho foi constituído arguido no verão de 2017, por suspeitas de corrupção e branqueamento de capitais, num processo relacionado com dinheiros provenientes do Grupo Espírito Santo (GES). No processo EDP/CMEC, o MP imputa aos antigos administradores António Mexia e Manso Neto, em coautoria, quatro crimes de corrupção ativa e um crime de participação económica em negócio..O processo tem ainda como arguidos Ricardo Salgado, antigo presidente do GES, João Conceição, administrador da REN e antigo consultor de Manuel Pinho, e Artur Trindade, ex-secretário de Estado da Energia de um governo PSD..Em outubro, o Tribunal da Relação de Lisboa (TRL) decidiu revogar a apreensão da pensão de reforma de Manuel Pinho, que tinha sido decretada pelo Tribunal Central de Instrução Criminal no âmbito do Caso EDP..A apreensão da pensão de reforma de Manuel Pinho - na ordem dos 26 mil euros por mês - foi decretada pelo juiz Carlos Alexandre num despacho de 25 de janeiro de 2022, ficando o valor a receber limitado a três salários mínimos (cerca de 2100 euros) além dos saldos de várias contas bancárias..Já em abril, a Relação de Lisboa tinha dado parcialmente razão a um recurso da defesa do antigo ministro, obrigando então o juiz Carlos Alexandre a refazer o despacho das medidas de coação na parte em que impunha a substituição da prisão domiciliária por uma caução. Manuel Pinho foi alvo em dezembro de 2021 de uma caução de seis milhões de euros, o valor mais alto de sempre em Portugal (a par da caução posteriormente imposta a Álvaro Sobrinho no processo BESA).