Lisboa. Ministério quer "Via Verde" para centros de saúde o mais rápido possível
Doentes não-urgentes, com pulseiras azuis e verdes, serão reenviados para cuidados primários com consulta marcada. E já foram contratadas 700 vagas para internamento dos chamados casos sociais no setor social. O objetivo é aliviar as urgências dos hospitais.
O ministro da Saúde reuniu ontem de urgência com as direções de todas as unidades de Lisboa e Vale do Tejo, com a Administração Regional de Saúde (ARS) e com o INEM. Em causa, a situação de alguns Serviços de Urgência hospitalar, quer geral, quer de ginecologia-obstetrícia e pediatra, já que vários hospitais da região têm estado sob grande pressão.
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Só esta semana, os hospitais Beatriz Ângelo, em Loures, e o Garcia de Orta, em Almada, voltaram a pedir o encaminhamento de doentes urgentes para outras unidades e o de Setúbal já anunciou que, a partir desta quarta-feira, vai ter de fechar a Urgência de Pediatria. O Centro Hospitalar Universitário Lisboa Norte. Sobre o qual se ficou a saber ontem que vai ver a sua administração substituída, voltou a estar sob pressão com a afluência em excesso de utentes de outras áreas.
E o objetivo da reunião de ontem entre tutela e unidades era precisamente o de fazer um ponto de situação e o de tentar agilizar o mais rápido possível algumas das medidas que integram o Plano de Resposta Sazonal da Saúde ao Inverno 2022-23 para libertar os Serviços de Urgência hospitalares desta região.
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Neste sentido, o DN sabe que foi pedido às unidades que acelerem a operacionalização da "Via Verde ACES" nos Serviços de Urgência, para que os utentes triados com pulseira verde ou azul possam ser referenciados dos hospitais para os centros de saúde, com data e hora previamente definida (próximas 24 horas), bem como o reforço dos atendimentos em horário alargado e complementar - medidas consideradas fulcrais pelas instituições presentes na reunião para se aliviar a pressão nas Urgências hospitalares.
Neste momento, há já uma listagem de 27 ACeS distribuídos pelas cinco ARS que estão a funcionar na modalidade de horário prolongado, pertencendo oito à ARS de Lisboa e Vale do Tejo, e 19 à ARS do Norte.
Segundo explica o Ministério da Saúde numa nota enviada às redações, estes 27 ACeS representam atualmente 49% do total dos ACES (55), bem como os respetivos hospitais com que se articulam.
Outra das medidas em que a tutela pediu urgência foi também na criação de equipas de gestão das vagas de internamento em cada unidade para se tentar melhorar a resposta nos Serviços de Urgência. Neste momento, foram já contratualizadas 700 vagas para internamento com o setor social, para dar resposta aos chamados casos sociais, que irão sendo abertas de forma faseada e à medida das necessidades.
Estas medidas devem ser tidas em conta para todo o país, mas o objetivo é avançar o mais rápido possível na Região de Lisboa e Vale do Tejo para fazer face ao acréscimo da procura, sobretudo nas Urgências Gerais e nas Urgências Pediátricas.
De acordo com a tutela, a afluência aos Serviços de Urgência Geral encontra-se neste momento acima do período homólogo de 2021, verificando-se um acréscimo no recurso à Urgência Pediátrica, observando-se duas realidades: "Por um lado, um recurso elevado às Urgências em situações não urgentes; por outro lado, situações de maior complexidade clínica relacionadas com patologia crónica e com o envelhecimento da população, que motivam maior pressão sobre o internamento".
Na mesma nota, o Ministério da Saúde reforça a importância de em situações não emergentes contactar em primeiro lugar o SNS 24, para o encaminhamento adequado a cada situação.