Lisboa conclui primeiro túnel do Plano Geral de Drenagem: 5 km contra cheias e desperdício de água
O primeiro túnel do Plano Geral de Drenagem de Lisboa (PGDL), uma infraestrutura que liga Campolide a Santa Apolónia, ficou concluído esta terça-feira. São cerca de 5 km com o objetivo de proteger a cidade face às cheias e reutilizar a água da chuva, enfrentando os efeitos das alterações climáticas e a escassez hídrica.
“Hoje é um dia histórico. Esta é a maior obra do género na Europa continental”, afirmou Carlos Moedas, presidente da Câmara Municipal de Lisboa, numa cerimónia que contou ainda com a presença da Ministra do Ambiente e da Energia, Maria da Graça Carvalho, e da Comissária Europeia para o Ambiente, Jéssica Roswall.
O autarca destacou que o túnel passa a entre 40 a 70 metros de profundidade, atravessando zonas críticas da cidade como a Avenida da Liberdade, o Hospital de Santa Marta e a Almirante Reis.
Além de mitigar cheias, o projeto inclui um reservatório com capacidade para 17 mil metros cúbicos, onde será armazenada água da chuva para reaproveitamento. “É uma obra de futuro, pensada para lidar com a escassez de água que já sentimos e que vai agravar-se”, disse Moedas.
A ministra do Ambiente reforçou a relevância do projeto na estratégia nacional para o uso eficiente da água. “Esta é uma das prioridades do Governo. A água é um bem escasso, e combater as perdas e desperdícios é fundamental”, afirmou Maria da Graça Carvalho.
A comissária europeia Jéssica Roswall elogiou o trabalho da autarquia lisboeta: “Precisamos de ação concreta como esta. A resiliência hídrica é uma prioridade europeia, e Lisboa está a dar o exemplo”.
Com um investimento total de 250 milhões de euros, o PGDL - considerado uma obra importante para enfrentar cheias e inundações na capital - foi originalmente anunciado em 2006, mas só avançou em 2015. A construção dos túneis começou em 2023, já sob a presidência de Carlos Moedas. Só em 2025, a obra mobiliza 79 milhões de euros.
Segue-se agora a construção do segundo túnel, que ligará o Beato a Chelas. A previsão é que esteja concluído até ao final de 2026.
* Com Lusa