Governo diz que há avanços mas Sindicatos negam
Mário Nogueira considera que muitas questões ficaram sem resposta. Coordenador do STOP diz que ministro "está a disparar ao lado do que é essencial".
O secretário-geral da Fenprof, Mário Nogueira, afirmou que "não saiu nada" da reunião desta quinta-feira que teve com o ministro da Educação, que teve lugar no ministério tutelado por João Costa, em Lisboa.
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"Discordamos totalmente quanto ao Conselho Local de Diretores, do qual o ministério não abdica. Alguns professores deixam de estar limitados ao seu concelho para poderem ficar colocados num número alargado de concelhos. Isso jamais terá o nosso acordo. É um passo atrás em relação ao que já temos", disse aos jornalistas.
"Quanto ao tempo de serviço, a proposta é zero. Há muitas questões que não têm resposta", acrescentou. "Nos governos de Cavaco Silva encontramos uma forma de recuperar tempo de serviço. A Madeira e os Açores estão a recuperar de forma faseada. O que aconteceu foi que em 2011 as carreiras congelaram e hoje o Governo utiliza as vagas para impedir que os professores progridam na carreira. O Ministério parece querer acordozinhos", explicou.
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"Os colegas vão fazer greve amanhã em Viana do Castelo e na próxima semana no Porto e em Viseu e Vila Real", assegurou. "Amanhã daremos uma conferência de imprensa em que vamos divulgar o que vamos fazer", prosseguiu.
Já o coordenador do Sindicato de Todos os Profissionais de Educação (STOP) afirmou esta quinta-feira que o ministro da Educação "está a disparar ao lado do que é essencial", à saída da reunião entre o governante e sindicatos no Ministério da Educação, em Lisboa.
"Há uma grande revolta de quem trabalha nas escolas. Muito antes das greves, não estava a ser dado o apoio necessário aos alunos. Quando em sete dias o sindicato mais jovem que existe na educação junta mais de 100 mil pessoas é porque há uma revolta. É uma revolta real, não baseada em mentiras", afirmou André Pestana.
O coordenador do STOP diz que a população quer investimento na saúde e na educação e que, "se este Governo gastou 120 mil milhões de euros para tapar buracos, é porque há dinheiro".
"Do que tenho falado com muitos colegas de vários regiões, o nosso sentimento é que não queremos que sejam assinados memorandos e acordos de má memória nas costas dos trabalhadores", frisou.
Secretário de Estado diz que não faz show off
No entanto, o secretário de Estado da Educação considera que houve avanços da parte do Governo. "Fizemos uma proposta que melhora o número de professores que podem ser vinculados. Queremos combater a precariedade dos professores e promover a aproximação dos professores ao local onde habitam. O balanço que fazemos é de que há avanço da nossa parte", afirmou António de Oliveira Leita após a reunião. "Há concordância e avanço em muitas propostas", reiterou.
O governante garante que não existe show off por parte do Executivo. "A minha profissão não é show mediático, sou professor. É um processo negocial que pretende melhorar o recrutamento e as condições de vinculação de professores. Estamos a falar de quase 11 mil pessoas que vão poder vincular-se pela primeira vez", vincou.
"Fizemos uma proposta que melhora o número de professores que podem ser vinculados. Queremos combater a precariedade dos professores e promover a aproximação dos professores ao local onde habitam. O balanço que fazemos é de que há avanço da nossa parte", acrescentou, com esperança em que se chegue a acordo. "A negociação ainda não fechou. Vamos melhorar as condições de trabalho nas escolas", prometeu, assegurando que os serviços mínimos "estão em vigor e a ser cumpridos" e que "não se trata de nenhum ataque à lei da greve".