Jogos Olímpicos já têm a sua foto. Na Venezuela a vitória esperada e contestada
SÁBADO
O amargo e o doce do dia de estreia nacional nos Jogos Olímpicos
HUGO DELGADO/LUSA
O primeiro dia de competição nos Jogos Olímpicos foi agridoce para a comitiva portuguesa. No judo, Catarina Costa (em -48 kg) foi afastada da competição ao segundo combate, quando a adversária paraguaia Gabriela Narvaez a projetou num ippon após 1.20 minutos do golden score. Uma desilusão para a atleta que sempre assumiu estar em Paris para fazer uns bons JO. “Claro que fica um grande amargo de boca, porque trabalhei para voos maiores e, infelizmente, termino por aqui a competição”, disse a judoca que agora vai continuar na alta competição e depois “logo se vê” se cumpre o próximo ciclo olímpico. Dia mais feliz teve o ciclista Nelson Oliveira - a parte doce do dia, para Portugal - que no contrarrelógio obteve o 7.º lugar e o primeiro diploma olímpico para Portugal. “Sabia que as medalhas eram bastante complicadas, mas impossíveis não eram. Mas o diploma olímpico sabia que estava ao meu alcance”, reconheceu o atleta, antes de completar: “O sonho é sempre uma medalha, não é? Mas sabemos que há que ser realista e há que pensar que há outros melhores.”
O outro ciclista português presente foi Rui Costa que ficou no 25.º lugar a 2.47 do Campeão Olímpico Remco Evenepoel.
DOMINGO
As Eleições Presidenciais ganhas antes de acabarem
Yuri CORTEZ / AFP
Os venezuelanos escolheram neste dia o seu presidente da República. Foi um sufrágio seguido à distância com atenção por todo o mundo - in loco foi mais difícil, devido à recusa do país em deixar entrar alguns observadores internacionais, incluindo o grupo da União Europeia, em que estava o eurodeputado português Sebastião Bugalho - pela expectativa de que o atual líder Nicolás Maduro poderia não ganhar. Depois de um dia tranquilo surgiram os primeiros dados da votação com versões contraditórias: o Conselho Nacional Eleitoral proclamou Nicolás Maduro como o vencedor com 51% dos votos, já a oposição garantia que o seu candidato Edmundo González Urrutia tinha conseguido 70%.
Ficaram assim lançados os dados para uma semana muito complicada na Venezuela, com protestos nas ruas e relatos de opressão.
SEGUNDA-FEIRA
O tubo perfeito de Gabriel Medina. E a foto de que se fala
Jerome Brouillet / AFP
Há imagens que ficam para a posteridade e os Jogos Olímpicos de Paris ganharam uma logo ao quarto dia. Foi o repórter fotográfico da AFP Jerome Brouillet que obteve o momento que correu mundo e quase fez esquecer que o atleta em destaque na foto obteve uma pontuação de 9.90, ou seja, foi um momento praticamente perfeito com uma das maiores ondas da competição de surf disputada em Teahupo’o, na Ilha de Taiti (Polinésia francesa). O atleta chama-se Gabriel Medina e é um dos melhores do mundo nesta modalidade, o surf. Mas a verdade é que a imagem do brasileiro a pairar em suspenso acima das ondas acabou por ofuscar a proeza do surfista Tricampeão do Mundo (2014, 2018 e 20121), que obteve a melhor marca de sempre nos Jogos Olímpicos.
TERÇA-FEIRA
Protestos e detenções na Venezuela
Os resultados das Eleições Presidenciais na Venezuela não agradaram a uma grande parte da população e até países tidos como apoiantes de Nicolás Maduro - o Brasil, por exemplo, não reconheceu de forma explícita a recondução de Maduro, ao contrário do que fizeram a China, Rússia e Peru - mostraram reticências sobre os resultados. Certo é que o presidente e os seus apoiantes já festejaram a reeleição, isto enquanto aumentou a contestação nas ruas com detenções de elementos da oposição e de manifestantes que foram acusados de “resistência à autoridade” e de “terrorismo”, segundo anunciou o procurador-geral Tarek William Saab.
QUARTA-FEIRA
Israel ataca Hamas e Hezbollah. Aumenta tensão no Médio Oriente
Arif ALI / AFP
Em dois dias, Israel matou dois elementos importantes em organizações que combate: o Hezbollah e o Hamas. Neste 31 de julho, na sequência de um ataque aéreo, os israelitas terão - não confirmaram ser os autores - provocado a morte a Ismail Haniyeh, considerado o líder do Hamas e um dos alvos das Forças Armadas israelitas, objetivo reforçado após o ataque de 7 de outubro em Israel, em que foram mortas mais de 1200 pessoas. Haniyeh, de 62 anos, estava em Teerão, onde foi para marcar presença na tomada de posse do novo presidente do Irão, Masoud Pezeshkian, mas vivia exilado no Qatar. Na véspera, o ataque foi direcionado a Fouad Chokr, o líder militar de mais alta patente do Hezbollah, e que terá sido um dos responsáveis pelo ataque que provocou a morte de dez crianças, no dia 27 de julho, nos Montes Golã ocupados por Israel. Dois ataques que aumentaram a tensão no Médio Oriente, esperando-se agora a anunciada retaliação do Irão e dos seus aliados.
QUINTA-FEIRA
A inesperada primeira medalha para Portugal
HUGO DELGADO/LUSA
A judoca Patrícia Sampaio conquistou a primeira medalha para Portugal na edição deste ano dos Jogos Olímpicos. O Bronze em -78 kg coloca a atleta no lote de 29 medalhados nacionais, sendo que é o quarto 3.º lugar que a modalidade consegue em JO, após Nuno Delgado (Sydney2000, -81 kg), Telma Monteiro (Rio2016, -57 kg) e Jorge Fonseca (Tóquio2020, -100 kg). Após muitas lágrimas e abraços, Patrícia Sampaio subiu mais um lugar na carreira que já conta com medalhas em Mundiais e Europeus em juniores e cadetes. O seu triunfo foi festejado especialmente em Tomar, cidade onde mora e a que pertence a Sociedade Filarmónica Gualdim Pais, o seu clube. Neste dia merecem destaque, entre outros atletas nacionais, Ana Cabecinha, que acabou a carreira ao cortar a meta nos 20km marcha em 43.º e sob os aplausos dos milhares de pessoas que assistiram à prova. E Filipa Martins, que ficou em 20.º lugar e se tornou a primeira ginasta portuguesa a marcar presença numa final de ginástica artística.
SEXTA-FEIRA
Espiões, jornalistas e ativisas “trocados” entre Rússia e EUA
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EUA e Rússia foram os protagonistas principais de uma das mais importantes trocas de prisioneiros nos últimos anos. Mediada pela Turquia, esta troca envolveu 26 prisioneiros, tendo sido transferidas para a Rússia dez pessoas (incluindo dois menores), 13 para a Alemanha e três para os Estados Unidos. Neste conjunto estava o jornalista do Wall Street Journal Evan Gershkovich, bem como um membro dos serviços secretos russo, FSB, que estava detido na Alemanha por ter morto Zelimkhan Tornike Khangoshvili, um cidadão de etnia chechena, em Berlim. Os dois menores que seguiram para a Rússia são filhos de um casal de alegados espiões que tinham sido detidos na Eslovénia sob a acusação de espionagem.
Esta operação foi elogiada por praticamente todo o mundo, exceto pelo candidato às eleições presidenciais Donald Trump, que considerou a troca resultado de “um mau acordo”.