Paulo Dimas está satisfeito com o progresso feito pelos parceiros no Center for Responsible AI.
Paulo Dimas está satisfeito com o progresso feito pelos parceiros no Center for Responsible AI.Rita Chantre / Global Imagens

"Já criámos 145 postos de trabalho altamente qualificados e temos 50 doutoramentos e mestrados em curso"

A associação Center for Responsible AI está a cumprir o projeto de juntar startups, centros de investigação, universidades e grandes empresas para criar produtos comercialmente viáveis com recurso a Inteligência Artificial. E está a cumprir prazos, diz Paulo Dimas, um dos fundadores.
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Com 18 produtos em desenvolvimento, numa altura em que a execução vai "em cerca de 1/3" do tempo previsto, o Center for Responsible AI está em plena atividade para cumprir a promessa de se transformar no maior motor de produtos de Inteligência Artificial do país - e um dos maiores da Europa.

"Já criámos 145 postos de trabalho altamente qualificados e temos neste momento cerca de 50 doutoramentos e mestrados em curso", diz ao DN um dos fundadores do centro, Paulo Dimas, da startup Unbabel, uma das maiores promotoras do projeto.

Entre os produtos que estão já "a ter aplicação na vida das pessoas", Paulo Dimas destaca o Sword AI Telerehabilitation, desta startup tecnológica desenvolvido em parceria com o Hospital de S. João, no Porto, que "está a ser usado por Unidades Locais de Saúde para pessoas poderem recuperar de uma cirurgia à distância".

Trata-se de uma app que permite a pessoas que necessitam de fisioterapia fazê-la em casa de forma simplificada, usando um assistente virtual. "É um exemplo de um produto que permite democratizar o acesso à fisioterapia, portanto, as pessoas podem estar remotamente em regiões em que às vezes não há cuidados de saúde", acrescenta Paulo Dimas.

A app eventualmente será comercializada pela Sword Health, mas, para já, está a ser diponibilizada a pacientes de Unidades de Saúde ligadas ao Hospital de São João.

Outro caso na área da saúde que está já em teste num paciente é o Halo, desenvolvido em primeira linha pela Unbabel, que junta IA generativa e interfaces neuronais não-invasivas com o objetivo de restaurar a comunicação em pacientes que a perderam, devido a doença neurodegenerativa, como a Esclerose Lateral Amiotrófica.

Consegue, através de aparelhos como óculos e fones, reconhecer o ambiente em redor e as pessoas que se dirigem ao doente. Este, em contrapartida, é capaz de comunicar com maior facilidade via uma persona gerada por IA baseada na sua própria pessoa, enviando, por exemplo, mensagens de voz sintetizada com base naquilo que foi a sua voz natural.

Mas há mais. A Sonae "já usou, em grande escala, no regresso às aulas, um chatbot com IA generativa para facilitar a interação com os clientes do Continente", conta Paulo Dimas.

Sensivelmente a meio do período previsto de desenvolvimento - "temos ainda mais dois anos" - Dimas afirma-se satisfeito com o "ciclo virtuoso" que está a ser conseguido, ao pôr a conversar duas dezenas de startups, grandes empresas, universidades e centros de investigação. "Vem um problema da indústria, os centros de investigação trabalham na investigação fundamental e aplicam-se nestas áreas [da AI] para os resolver."

Com isto, conclui o especialista, o Center for Responsible AI consegue ainda um outro objetivo: "Estamos a reter talento cá em Portugal, que é sempre a nossa missão última."

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