Isalita Pereira desafia jornais a criar a "Coluna dos Cravos da Liberdade"

Isalita Pereira desafia jornais a criar a "Coluna dos Cravos da Liberdade"

A historiadora começou por partilhar a sua poesia com o seu círculo de amizades. Os 50 anos do 25 de abril deram ainda mais força à sua inspiração.
Publicado a
Atualizado a

Isalita Pereira é historiadora e nos últimos anos a poesia tornou-se num companheiro. Nos 50 anos do 25 de abril a inspiração para escrever sobre este evento da história portuguesa foi aumentando, e resultou no projeto “Coluna dos Cravos da Liberdade”. Isalita desafiou vários jornais regionais a publicarem esta coluna e criar um ramo de cravos espalhado pelo país, em que cada jornal representa um cravo.

Como historiadora sempre quis criar um projeto em que pudesse homenagear os heróis da resistência durante a Segunda Guerra Mundial, em Portugal ou na Alemanha, onde nasceu e viveu até 2007. “Em Portugal tínhamos o Aristides de Sousa Mendes, com é evidente, e o eterno capitão Salgueiro Maia. Admirava-me essas pessoas que nos momentos mais difíceis da vida não olhavam para trás e seguiam o seu fado”, afirma Isalita Pereira.

Começou por partilhar a sua poesia com o seu círculo de amizades e foram eles quem incentivaram a historiadora a criar esta “Coluna dos Cravos da Liberdade” e partilhá-la com o mundo. Começou por receber confirmação do Correio do Ribatejo, em Santarém, de onde partiu a coluna militar em direção ao Terreiro do Paço, em Lisboa, em abril de 1974. “Comecei este projeto sozinha mas agora já é de todos os jornais que têm participado”, diz a historiadora.

Coluna dos Cravos da Liberdade

"Chegada da Coluna Militar a Lisboa – Revolução dos Cravos

Histórica Decisão da Revolução

Na escura Noite da Ditadura -

A Coragem começou uma Aventura.

Movimento das Forças Armadas –

Para Novos Tempos foram designadas.

“Meus Senhores,

como todos sabem, há diversas

modalidades de Estado. Os estados

socialistas, os estados capitalistas e

o estado a que isto chegou. Ora, nesta

noite solene, vamos acabar com o estado

a que chegámos! De maneira que, quem

quiser vir comigo, vamos para Lisboa e

acabamos com isto. Quem for voluntário,

sai e forma. Quem não quiser sair, fica aqui!”

A Lisboa a Coluna Militar chegou.

“Acabar com isto!”, declarou.

Com corajoso Segredo começou.

No silêncio da Esperança se iniciou.

Duas Senhas lançaram.

Quantas Preces rezaram!?

Capitães Suas Vidas arriscaram.

“Operação Fim-Regime” alvoreceram.

Ao Sinal Encarnado pararam.

“... o jipe trava de repente e dou comigo

parado num sinal vermelho do cruzamento

da Cidade Universitária. .... Achei que era

demais parar a Revolução ao sinal vermelho ...”.

Revolução! –

Com Sirenes para o Terreiro do Paço avançaram.

Perante Tanques de Guerra um Capitão.

Longe demais! – Para Rendição.

Lenço Branco – o perigo enfrenta.

No Pensar: “O que o Destino apresenta?”

Ordem de Fogo – perante Resistência.

Insubordinação contra Obediência.

Momento decisivo –

Paz! – Não Guerra! – O Objetivo.

Do Chaimite à Fragata –

Ameaça não abstrata.

O Caminho a Coragem.

Na Não-Desistência a Mensagem.

Confiantes do Seu Fado não recuaram.

A Libertação da Ditadura conquistaram.

Do Segredo ao Cravo oferecido.

Na Espingarda jamais esquecido.

Revolução dos Cravos nasceu.

Ao Mundo Imagem de Paz ofereceu.

Consagraram uma Revolução sem precedente.

Na Vida –

Admirada até ao Presente.

Consciência e Humildade.

Coragem e Seriedade.

Com Dignidade dirigiram a Revolução.

Capitães de Abril – Heróis da Nação.

Glorioso Louvor –

Olhando para o Passado:

Coragem dos Capitães –

Para sempre, Nosso Fado:

Cavaleiros, Heróis e Guardiães - 

Espingarda com Cravo, para sempre Nossos Capitães! 

25 de Abril de 1974, 

Revolução dos Cravos"

"Secreta Poeta", Isalita Pereira. 

Artigos Relacionados

No stories found.
Diário de Notícias
www.dn.pt