Tudo o que precisa de saber sobre o vírus Zika

Vírus propaga-se através de picada de mosquito. Ainda não há uma vacina, mas há medidas para prevenir a infeção.
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O que é o vírus Zika

É um vírus transmitido por picada de inseto, à semelhança do que se passa com a dengue, febre amarela ou vírus do Nilo Ocidental. Já foi descoberto em 1947 na floresta Zika (Uganda), que lhe deu o nome, mas só recentemente começou a propagar-se no Ocidente, com a ocorrência de um surto no Brasil, em maio. Poucos desenvolveram defesas contra o vírus.

Como se propaga?

Através de picada de mosquito, neste caso da espécie Aedes, que pode depositar os seus ovos em locais com água - os chamados criadouros - que nem precisam de ser de grandes dimensões. O aedes aegypti, o mosquito que costuma existir na Madeira, tem sido responsável pela maior parte dos casos de infeção, apesar de haver outros que o podem transmitir. Houve ainda um relato de um caso possível de transmissão através de transfusão de sangue ou sexo não protegido.

Quais os principais sintomas?

Os sintomas e sinais clínicos da doença são, em regra, ligeiros: febre, erupções cutâneas, dores nas articulações, conjuntivite, dores de cabeça e musculares. Com menor frequência, podem ainda ocorrer dores nos olhos e sintomas gastrointestinais. Há suspeitas (ainda não inteiramente comprovadas) que a doença possa provocar alterações fetais durante a gravidez, em particular microcefalia.

Por que motivo causa microcefalia nas crianças?

Ainda não há uma explicação para este facto. A verdade é que só no Brasil há 3500 casos reportados e em investigação, quando anualmente não passam de 150.

Como se pode detetar o vírus?

Não há um teste generalizado, mas pode confundir-se com dengue ou febre amarela porque reage aos testes para estes vírus. Para ter a certeza, tem de ser feito um teste laboratorial sofisticado.

Onde foram notificados casos até ao momento?

Recentemente, foram notificados casos de doença por vírus Zika em vários países, nomeadamente Brasil, Cabo Verde, Colômbia, El Salvador, Fiji, Guatemala, México, Nova Caledónia, Panamá, Paraguai, Porto Rico, Samoa, Ilhas Salomão, Suriname, Vanuatu, Venezuela, Martinica, Guiana Francesa e Honduras.

Qual o impacto da infeção em mulheres grávidas?

Considera-se que o maior impacto é no primeiro trimestre, altura em que o vírus entra na placenta e afeta o cérebro do feto em desenvolvimento. Mas ainda não se percebe bem por que motivo isto ocorre na gravidez. Perante as suspeitas, a Direção-Geral da Saúde aconselha as mulheres grávidas que tenham permanecido em áreas afetadas consultar o seu médico assistente mencionando a viagem por altura do seu regresso.

Há alguma vacina?

Não existe nenhuma vacina. A investigação nesta área acabou de ter início, o que significa que ainda haverá muitos anos sem uma proteção contra o vírus.

Que cuidados de deve ter para prevenir a infeção?

No caso de ir viajar, deverá optar por ir a uma consulta do viajante. Se estiver num país afetado tome as seguintes medidas: Utilizar vestuário adequado para diminuir a exposição corporal à picada (camisas de manga comprida, calças); Optar preferencialmente por alojamento com ar condicionado; Utilizar redes mosquiteiras; Ter especial atenção aos períodos do dia em que os mosquitos do género Aedes picam mais frequentemente (a meio da manhã e desde o entardecer ao por do sol); Aplicar repelentes de insetos observando as instruções do fabricante, bem como notar que: Crianças e mulheres grávidas podem utilizar repelentes de insetos apenas mediante aconselhamento de profissional de saúde; Não são recomendados para recém-nascidos com idade inferior a 3 meses Se tiver de utilizar protetor solar e repelente, aplicar primeiro o protetor solar e depois o repelente de insetos.

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