Primeiro guia das espécies da Tapada da Ajuda é lançado amanhã

Em plena cidade de Lisboa, os cem hectares da Tapada albergam cerca de 130 espécies de aves, mamíferos e outros
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Esquilos-vermelhos, aves migradoras, como o papa-moscas-preto que em setembro e outubro invade os céus de Lisboa, ou exóticas, como o irrequieto periquito-rabijunco; sete espécies de cobras inofensivas, morcegos vários e até uma garça-real, uma vez por outra - a biodiversidade rica da fauna é uma das marcas da Tapada da Ajuda, em Lisboa. "Há cerca de 130 espécies que podem ser observadas ali", resume o biólogo e fotógrafo da natureza Diogo Oliveira que lança amanhã à tarde, pelas 17.30, no Salão Nobre do Instituto Superior de Agronomia, o Guia de Fauna, Tapada da Ajuda, o primeiro livro sobre as espécies animais que podem ser observadas naquele extenso espaço verde da capital.

Não só ali, na verdade. Com os seus 100 hectares, a Tapada da Ajuda pode até servir de refúgio a alguns morcegos, aves, ou esquilos-vermelhos - certamente é-o para os répteis e anfíbios, como as cobras, as salamandras, as rãs e os sapos seus residentes. Mas o corredor verde de Monsanto, que acaba por "ligar" a Tapada ao Parque Eduardo VII, no coração da capital, garante um espaço vital maior a esta avifauna e também à população dos esquilos que já se veem em diferentes espaços verdes de Lisboa.

Os esquilos-vermelhos são, talvez, uma das espécies mais emblemáticas que podem ser observadas na Tapada da Ajuda. "Fiz Biologia no Instituto Superior de Agronomia e, às vezes, quando víamos aparecer um esquilo, as aulas paravam completamente", recorda Diogo Oliveira.

A ideia de fazer um guia da fauna da Tapada surgiu-lhe naturalmente. Biólogo e fotógrafo da natureza, há muito que Diogo Oliveira calcorreava aquele espaço - e outros, no país - a observar as espécies e a fotografá-las. "Achei que era uma boa ideia fazer um guia, até porque não havia nada do género, e por isso contactei o Instituto Superior de Agronomia nesse sentido", conta.

O projeto acabou por ir para a frente em parceria com a Faculdade de Ciências, e com o apoio da Reitoria da Universidade de Lisboa, da Junta de Freguesia de Alcântara e do Instituto de Emprego e Formação Profissional. A edição, que se destina ao público em geral, é bilingue, em português e inglês, o que "é útil para os estrangeiros interessados nesta temática que visitem Portugal", diz o autor.

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