Crocodilos cor de laranja podem ser uma nova espécie

Comem morcegos e grilos e vivem em cavernas na mais completa escuridão
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Cientistas acreditam que os crocodilos cor de laranja, encontrados em cavernas na região de Abanda, no Gabão, em 2009, podem pertencer a uma nova espécie mutante dos crocodilos anões africanos: não só os genes são diferentes, como também a dieta e o habitat.

O cientista Olivier Testa garante que, no decorrer do seu trabalho, já encontrou criaturas muito estranhas, mas nenhuma como esta: um réptil laranja de olhos vermelhos.

Testa e o seu colega, Matt Shirley, especialista em crocodilos, visitaram pela primeira vez as cavernas em 2009, depois de um arqueólogo chamado Richard Oslisly ter avistado os crocodilos na caverna, localizada numa região isolada do Gabão.
"Primeiro, confirmamos que havia crocodilos na caverna e quando trouxemos um deles para o exterior, ele era laranja brilhante. Foi incrível", disse o cientista, citado pela CNN.


Entretanto, pesquisas recentes conduzidas por Shirley sugerem que estes crocodilos podem ser, afinal, uma espécie totalmente nova.
A espécie pode ter sofrido uma mutação, pois tem um haplótipo genético [grupo genético] diferente dos crocodilos africanos anões que vivem no exterior, o que significa que o réptil se adaptou à vida na escuridão", disse o investigador.

Os cientistas consideram que a alteração da cor se deve ao facto de passarem muito tempo numa solução alcalina de água, mas também devido à acumulação de excrementos dos morcegos ali existentes, que constituem também uma parte significativa da alimentação destes répteis.

A equipa de investigadores descobriu cerca de 30 crocodilos, dos quais uma dezena é cor de laranja: os mais pequenos conseguem sair pelas aberturas das cavernas e é por isso que não terão adquirido a tonalidade laranja.

Estes crocodilos alaranjados são geneticamente diferentes das outras espécies que também vivem no Gabão e comem "dezenas de milhares de morcegos e grilos que vivem nessas cavernas".

A equipa de investigadores quer agora isolar o habitat para que esta seja preservada, uma vez que é o único lugar do mundo onde foi encontrada esta nova espécie.

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