Incêndios: Três mortes, casas destruídas e estradas cortadas no pior dia do ano
PAULO NOVAIS/LUSA

Incêndios: Três mortes, casas destruídas e estradas cortadas no pior dia do ano

Cinco fogos no distrito de Aveiro mobilizam mais de 1200 operacionais. Cerca de 70 pessoas retiradas e alguns imóveis atingidos no Norte e Centro
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As chamas que começaram domingo a norte de Aveiro alastraram hoje pelo distrito e foram responsáveis, direta e indiretamente, por três mortes, casas destruídas e estradas cortadas, um cenário que se repetiu em vários locais do norte e centro.

Na noite passada morreu um bombeiro de "doença súbita" quando combatia as chamas em Oliveira de Azeméis e hoje as autoridades anunciaram mais duas mortes, uma pessoa carbonizada no fogo de Albergaria-a-Velha e uma morte por ataque cardíaco em Sever do Vouga.

Num dos piores dias dos últimos anos em termos de incêndios, as chamas chegaram hoje, nomeadamente, aos distritos do Porto, em Gondomar, de Braga, em Cabeceiras de Basto, de Viseu, em Penalva do Castelo e Nelas (com seis feridos), e de Castelo Branco, em Louriçal do Campo. Mas foi o distrito de Aveiro, com 10 mil hectares já ardidos, o centro dos maiores focos de incêndio, primeiro em Oliveira de Azeméis e depois Sever do Vouga, Albergaria-a-Velha e Águeda.

Além dos mortos, os fogos do distrito já provocaram vários feridos.

Devido aos fogos no distrito estiveram cortadas ao trânsito, ao longo do dia, as autoestradas A1, A25 e A29, mas também outras vias sofreram cortes, como o IC2 e várias estradas nacionais. Já esta noite foram cortadas a A1 e a A13 na zona de Coimbra. A circulação ferroviária na linha do Norte também esteve cortada esta manhã.

A Zona Industrial de Oliveirinha, no concelho de Carregal do Sal, está rodeada de chamas disse à agência Lusa, pelas 22:00 de hoje, fonte dos bombeiros.

"Agora a situação está crítica. Estamos a reforçar os meios na Zona Industrial de Oliveirinha para tentar evitar que as chamas entrem" naquele espaço, disse à agência Lusa o comandante dos Bombeiros Voluntários de Nelas, Guilherme Almeida.

O incêndio que está agora junto da zona industrial do concelho de Carregal do Sal teve início em Senhorim, no concelho de Nelas (distrito de Viseu), e passou para o município vizinho, "inclusive pelo IC12" (Itinerário Complementar 12), acrescentou o comandante.

As populações de Vale de Madeiros e Lapa do Lobo, concelho de Nelas, "não estão propriamente ameaçadas, mas estão a ser protegidas", assim como Laceiras e Cabanas de Viriato, em Carregal do Sal, igualmente no distrito de Viseu.

Deste incêndio resultaram "seis pessoas feridas, três do Folhadal e outras três de Vale de Madeiros, com idades entre os 20 e os quase 70 anos. Entre elas, há duas pessoas em estado grave, que inspiram alguns cuidados", referiu o comandante de Nelas.

Guilherme Almeida disse que os dois feridos graves "são entre as pessoas mais velhas que estavam a tentar salvaguardar os seus bens", uma em Folhadal e outra em Vale de Madeiros, freguesia de Canas de Senhorim, concelho de Nelas.

Pelas 22:00, o Comando Sub-regional Viseu Dão Lafões mobilizava 287 operacionais, apoiados por 78 veículos, para o incêndio de Folhadal, cujo alerta foi pelas 11:53.

No incêndio de Senhorim, também em Nelas, que teve início pelas 11:34, estavam mobilizados, à mesma hora, 55 operacionais, apoiados por 15 veículos.

Em Penalva do Castelo continua ativo o incêndio que deflagrou em Miuzela, concelho de Penalva do Castelo, pelas 00:15 de hoje, que se propagou ao concelho vizinho de Mangualde e mobilizava, cerca das 22:00, 119 operacionais com 40 veículos.

Ainda no concelho de Penalva do Castelo, distrito de Viseu, um outro incêndio, que começou às 20:16 de domingo, também em mato, na localidade de Valamoso, freguesia de Esmolfe, pelas 22:00 mobilizava 86 operacionais, apoiados por 25 veículos.

Entretanto, também no distrito de Viseu, no concelho de Vila Nova de Paiva, com início pelas 17:18 em Vila Cova à Coelheira, um incêndio em povoamento florestal mobilizava, à mesma hora, 115 operacionais com 33 veículos.

Segundo fonte da Guarda Nacional Republicana (GNR), os incêndios obrigaram ao corte ao trânsito de várias vias, como o Itinerário Complementar 12 (IC12) em Nelas e as estradas nacionais (EN) 231 e 329, em Nelas e Penalva do Castelo.

Os dois grandes incêndios que lavram hoje em Baião, distrito do Porto, consumiram uma viatura dos Bombeiros de Santa Marinha do Zêzere, uma dezena de habitações e vários veículos, disse o presidente da câmara.

Em declarações à Lusa, Paulo Pereira lamenta o prejuízo relacionado com a viatura dos bombeiros, mas mostra-se satisfeito por não haver danos físicos nos operacionais no terreno.

O incêndio que destruiu a viatura começou às 10:53 na zona de Gestaçô e tem avançado em várias frentes, em zonas de forte declive, preocupando pelas 22:00 a zona de Viariz, muito próxima da serra da Aboboreira, conhecida pela sua rica biodiversidade.

O autarca disse recear que aquele incêndio se possa juntar a outro que evolui, na Aboboreira, na zona da Folhada, do lado de Marco de Canaveses.

Às 22:27, de acordo com dados da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil, o incêndio de Gestaçô estava a ser combatido por um dispositivo formado por 42 operacionais e 14 viaturas.

Ao mesmo tempo, contou, mantém-se ativo o incêndio que naquele concelho mais tem preocupado os meios da proteção civil, que começou na zona de Gôve, durante a manhã, e que ao longo do dia destruiu mais de uma dezena de casas, em várias localidades, segundo o autarca.

Paulo Pereira disse que, às 22:00, se mantinham ativas várias frentes, obrigando os bombeiros a posicionarem meios para protegerem as zonas habitadas durante a noite.

"Vai com certeza ser uma noite muito difícil", referiu, enquanto lamentava a insuficiência de meios de combate.

Às 22:23, de acordo com dados Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil, o incêndio estava a ser combatido por um dispositivo formado por 105 operacionais e 31 viaturas.

O incêndio que lavra nos arredores da cidade de Coimbra desde as 16:18 está quase dominado e já não coloca casas em perigo, disse o comandante sub-regional da Proteção Civil da Região de Coimbra.

Num ponto de situação feito à agência Lusa, às 21:45, Carlos Luís Tavares adiantou que o combate ao incêndio estava "a correr de forma muito favorável" e que as chamas estavam "quase dominadas".

"Só se for o vento a criar surpresas", frisou o comandante, salientando que as previsões apontam para um aumento da velocidade do vento.

Nesta fase, também já não existem casas em perigo, como aconteceu ao final da tarde, em que habitações das localidades de Carvalhosas e Lagoas estiveram ameaçadas, com os operacionais nos locais a conseguirem garantir a sua proteção.

O fogo que deflagrou às 16:18 em Carvalhosas, na freguesia das Torres do Mondego, muito perto da área urbana de Coimbra, apresentou três frentes ativas, com cerca de três quilómetros cada uma.

Por causa deste incêndio, a autoestrada A13, entre os nós de Coimbra e da A13-1, em Almalaguês, foi cortada ao trânsito durante a tarde, situação que, segundo o comandante sub-regional da Proteção Civil e Emergência da Região Centro, se vai manter nas próximas horas.

Numa mensagem colocada nas redes sociais ao início da noite, o presidente da Câmara de Coimbra, José Manuel Silva, destacou os "parâmetros climáticos mais favoráveis" e o facto de o fogo estar confinado.

Para o autarca, a evolução "depende agora da velocidade do vento noturno".

Às 22:05, as chamas estavam a ser combatidas por 325 operacionais, apoiados por 103 viaturas.

 presidente da Câmara de Vila Verde, distrito de Braga, anunciou hoje a criação de um dispositivo com militares da GNR para patrulhar e vigiar o concelho durante a noite, período onde se regista a maioria dos incêndios.

Em declarações à agência Lusa, Júlia Rodrigues Fernandes (PSD) explicou que, em colaboração com o comando sub-regional do Cávado, "foi desenvolvido um dispositivo" para patrulhamento e vigilância, nas próximas 48 horas, de zonas do concelho que têm sido fustigadas nos "últimos dois, três dias" com incêndios sucessivos e constantes, sobretudo à noite.

"O objetivo é, por um lado, conseguirmos estar mais alertas e evitar estas catástrofes, e, por outro, tentar apanhar estes terroristas que têm atacado durante a noite e que estão a pôr em causa o nosso concelho", explicou a autarca.

Esta "vigilância mais apertada" e o reforço policial com militares da GNR arrancou hoje e prolonga-se pelas próximas 48 horas, as "mais cruciais" no que a incêndios rurais e florestais diz respeito.

As freguesias mais atingidas pelos incêndios nos últimos dias são Ribeira do Neiva, onde pelas 21:00 estava um fogo ativo combatido por 63 operacionais apoiados por 19 viaturas, Aboim da Nóbrega e Gondomar, Prado São Miguel e Vade.

Júlia Rodrigues Fernandes disse que os incêndios nestas freguesias "têm sido constantes", dando o exemplo de "três incêndios que deflagraram ao mesmo tempo" na antiga freguesia de Duas Igrejas durante a noite.

A autarca apelou à população para que esteja "atenta e vigilante", dando conta também da ajuda das juntas de freguesia neste esforço conjunto, elogiando o trabalho "incansável" dos Bombeiros Voluntários de Vila Verde, e do seu comandante.

A presidente do município de Vila Verde destacou também o trabalho do comando sub-regional do Cávado e "a solidariedade" entre as várias corporações de bombeiros, que têm vindo a ajudar no combate a vários "incêndios complicados" no concelho.

O Governo vai prolongar a declaração de situação de alerta até ao final do dia de quinta-feira, face às previsões meteorológicas, adiantou hoje o comandante nacional da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC).

"Face à situação operacional e ao não desagravamento da situação meteorológica, o Governo vai prolongar a declaração de situação de alerta até às 23:59 do próximo dia 19, ou seja, quinta-feira", disse André Fernandes, comandante nacional da ANEPC, no ponto de situação relativo aos incêndios ativos no território continental, feito pelas 20:00, na sede do organismo.

O incêndio que lavra hoje em Albergaria-a-Velha, no distrito de Aveiro, já consumiu cerca de cinco mil hectares de área florestal e tem agora quatro frentes ativas, informaram fontes da autarquia e bombeiros.

Os dados foram avançados pelo presidente da Câmara de Albergaria-a-Velha, António Loureiro, durante um 'briefing' realizado cerca das 20:30.

Na mesma ocasião, o comandante dos Bombeiros de Albergaria-a-Velha, Albano Ferreira, referiu que, pelas 20:45, o incêndio com quatro frentes ativas estava a ser combatido por 400 operacionais e 125 viaturas.

Segundo o mesmo responsável, as situações mais complicadas verificam-se em dois lugares no norte do concelho, nomeadamente Vilarinho de São Roque e Carvalhal.

"Estas zonas estão a ser salvaguardadas para minorar os riscos de haver algum tipo de constrangimento para as populações", adiantou.

O comandante disse esperar que, "com a ligeira baixa de temperatura", o combate ao incêndio possa evoluir favoravelmente durante a noite e madrugada, apesar de admitir que continua a haver "um risco acrescido".

O presidente da câmara começou por lamentar a morte de duas pessoas na sequência deste incêndio, além de cinco feridos, dois dos quais em estado grave.

Segundo o autarca, as vítimas mortais são "um idoso que sofreu um enfarte e um colaborador de uma empresa que estava a combater as chamas e acabou por ficar carbonizado".

António Loureiro contabilizou ainda mais de 20 habitações afetadas pelas chamas, três armazém, um escritório e dois stands de automóveis, admitindo que este número possa ser superior.

Segundo a autarquia, há ainda cerca de 20 pessoas desalojadas que vão pernoitar no pavilhão municipal de Albergaria-a-Velha.

"Estão todas bem de saúde", disse o presidente da âmara, adiantando que a autarquia procedeu também à retirada de cerca de 20 crianças da Associação Humanitária Mão Amiga "apenas por precaução".

O autarca acrescentou que na terça-feira as escolas e jardins-de-infância do concelho irão continuar encerrados.

O incêndio que lavra em Paços de Ferreira, distrito do Porto, desde as 13:02 atingiu grandes proporções e tem obrigado os bombeiros a defender zonas de densamente habitadas, disse à Lusa o comandante da corporação de Freamunde.

"Isto atingiu proporções muito grandes e não temos meios. A nossa prioridade é salvar casas e pessoas", contou José Domingos, pelas 21:40, lamentando a inexistência de meios suficientes para o combate às chamas.

Nas últimas horas, contou, o esforço foi grande para evitar que as chamas chegassem às casas e até a uma fábrica.

O incêndio começou na zona de Lamoso/Codessos, mas rapidamente evoluiu para outras localidades do concelho.

Às 21:48, a zona da Citânia de Sanfins era uma das que mais preocupava os operacionais no terreno, porque está próxima de zonas densamente habitadas, além de um número significativo de fábricas.

"Estamos a posicionar os meios para evitar o pior", acentuou José Domingos.

Às 21:45, de acordo com dados Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil, o incêndio estava a ser combatido por um dispositivo formado por 81 operacionais e 26 viaturas.

O Governo vai prolongar a declaração de situação de alerta até ao final do dia de quinta-feira, face às previsões meteorológicas, adiantou hoje o comandante nacional da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC).

"Face à situação operacional e ao não desagravamento da situação meteorológica, o Governo vai prolongar a declaração de situação de alerta até às 23:59 do próximo dia 19, ou seja, quinta-feira", disse André Fernandes, comandante nacional da ANEPC, no ponto de situação relativo aos incêndios ativos no território continental, feito pelas 20:00, na sede do organismo.

Nesta área estavam mobilizados, às 19:30, 1.262 operacionais, apoiados por 437 veículos.

 A empresa de transporte Luís Simões declarou hoje, num comunicado, que enfrentou constrangimentos e atrasos na entrega das mercadorias aos seus clientes devido aos cortes nas rodovias entre Lisboa e o Porto causados pelos incêndios que atingem o país.

"Na Luis Simões registámos uma interrupção temporária da circulação de viaturas entre Lisboa e Porto [A1], nos dois sentidos, devido aos cortes das vias entre as 10:00 e às 17:00. Tivemos, desde as primeiras horas do dia, viaturas na zona do incêndio, que seguiram as indicações das autoridades, algumas usando alternativas que se foram gerando e outras recuando para parques seguros", referiu na nota Tiago Garcia, diretor de operações da Luís Simões.

De acordo com o comunicado, como plano de contingência para minimizar o impacto, foram desenvolvidas "operações de carga -- quer na zona de Lisboa, quer na zona do Porto -- para procurar avançar com as viaturas para zonas seguras próximas dos pontos de constrangimento".

"Desta forma, estamos preparados para, num curto espaço de tempo, poder fazer chegar as mercadorias e repor o abastecimento dos nossos clientes", indicou o diretor de operações da empresa.

"Neste momento estamos a retomar a operação norte/sul, com atraso e seguindo sempre as indicações das autoridades, num cenário que pode ter evoluções imprevisíveis. A esta hora a circulação está a ser possível, recorrendo para já à A17 e à A29", referiu a empresa transportadora.

"Os clientes e operadores logísticos, como já é cultura deste setor, estão a trabalhar em conjunto e em estreia colaboração, por exemplo flexibilizando horários para minimizar todos os impactos na cadeia logística", de acordo com a nota.

O comunicado também agradeceu a todas as forças de segurança, especialmente os bombeiros, que estão a combater os incêndios, manifestando ainda solidariedade com as vítimas e a população afetada.

Os incêndios que começaram domingo a norte de Aveiro alastraram hoje pelo distrito e foram responsáveis, direta e indiretamente, por três mortes, casas destruídas e estradas cortadas, um cenário que se repetiu em vários locais do norte e centro.

Devido aos fogos estiveram cortadas ao trânsito, ao longo do dia, as autoestradas A1, A25 e A29, mas também outras vias sofreram cortes, como o IC2 e várias estradas nacionais. Já esta noite foram cortadas a A1 e a A13 na zona de Coimbra.

A circulação ferroviária na linha do Norte também esteve cortada esta manhã. Devido aos incêndios estiveram suspensas ligações rodoviárias de passageiros.

O Governo vai prolongar a declaração de situação de alerta até ao final do dia de quinta-feira, face às previsões meteorológicas, adiantou hoje o comandante nacional da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC).

"Face à situação operacional e ao não desagravamento da situação meteorológica, o Governo vai prolongar a declaração de situação de alerta até às 23:59 do próximo dia 19, ou seja, quinta-feira", disse André Fernandes, comandante nacional da ANEPC, no ponto de situação relativo aos incêndios ativos no território continental, feito pelas 20:00, na sede do organismo.

Três casas arderam na aldeia de Zimão onde vários idosos estão a ser deslocados para locais mais seguros devido aos três incêndios que lavram hoje em Vila Pouca de Aguiar, informou a Câmara.

De acordo com a presidente da Câmara, Ana Rita Dias, três casas foram consumidas pelas chamas e "pelo menos cinco idosos foram retirados de casa, para lugares mais seguros", medida que irá ser extensiva a outros habitantes.

Os cinco idosos foram instalados num lar da região e a autarca afirmou à agência Lusa que está a ser preparada uma escola primária para acolher mais pessoas.

No concelho do distrito de Vila Real lavravam, às 22:00, três fogos em Bornes de Aguiar, Telões e Quintã de Jales.

O incêndio de Telões é um dos que se mantém como um dos mais preocupantes dada a proximidade das chamas a alguns habitações e a uma urbanização.

O alerta para este incêndio foi dado às 07:36 e, segundo a página na Internet da Autoridade Nacional e Emergência e Proteção Civil (ANEPC), pelas 21:56 estavam mobilizados para o combate nas três frentes ativas 63 bombeiros apoiados por 13 viaturas.

O "complexo de incêndios" que integra os três maiores fogos rurais a lavrar hoje entre a Área Metropolitana do Porto e a região de Aveiro atingiu até ao início da noite 10 mil hectares, segundo a Proteção Civil.

Em conferência de imprensa às 20:00, para um ponto de situação, o comandante nacional de Emergência e Proteção Civil, André Fernandes, indicou que em causa estão os três incêndios que deflagraram entre domingo e hoje nos concelhos de Sever do Vouga, Albergaria-a-Velha e Oliveira de Azeméis, atingindo ainda os municípios de Vale de Cambra, Águeda e Aveiro.

Nesta área estavam mobilizados, às 19:30, 1.262 operacionais, apoiados por 437 veículos.

Segundo André Fernandes, neste território, "a área atingida estimada é já de cerca de 10 mil hectares, com potencial estimado de 30 mil hectares que podem arder".

O primeiro-ministro manifestou esta segunda-feira “solidariedade a todos os afetados” e solidariedade “com as autoridades que estão no terreno”, salientando que os “bombeiros a dar grande demonstração de capacidade”.

Luís Montenegro deu ainda conta do prolongamento do estado de alerta por mais 48 horas, até às 23:59 de quinta-feira, e da criação de equipa multidisciplinar que se vai instalar no concelho de Aveiro, com governantes e autarcas.

A equipa integrará elementos de seis ministérios e coordenada pelo ministro-adjunto e da Coesão Territorial, Manuel Castro Almeida. 

“Vamos passar horas difíceis nos próximos dias. Vamos preparar-nos para isso e temos de estar juntos”, vaticinou o líder do Governo, em declaraçõs proferidas aos jornalistas na sede da Proteção Civil, em Carnaxide.

O Presidente da República agradeceu esta segunda-feira às populações atingidas pelos incêndios dos últimos dias e deixou-lhes uma palavra de solidariedade.

“A minha primeira palavra é para as populações atingidas, de agradecimento e por outro lado solidariedade. Agradecimento pela forma como enfrentaram situação repentina próxima do sítio onde vivem e acataram as indicações das autoridades e solidariedade porque sofreram pelo susto e pelos danos patrimoniais e pessoais e em três casos por mortes”, afirmou na sede da Proteção Civil, em Carnaxide, concelho de Oeiras.

Marcelo Rebelo de Sousa salientou que o “número de ocorrências subiu a pique e obrigou a um grande esforço”, agradeceu a ajuda dada pela União Europeia e revelou que vai cancelar uma deslocação a Espanha que tinha prevista para os próximos dias.

O Movimento Associativo de Apoio às Vítimas dos Incêndios de Midões (MAAVIM), criado após outubro de 2017, considerou hoje que as autoridades continuam "sem falar com quem está no terreno" e a entender a floresta e o mundo rural.

Numa nota, o movimento constituído na sequência dos fogos de outubro de 2017 disse que "continua a reivindicar ajudas aos seus lesados e à população afetada", considerando que "os incêndios continuam a ser esquecidos durante o ano e só quando aparecem na TV é que são lembrados".

As autoridades responsáveis continuam "sem falar com quem está no terreno" e a "entender o que se passa na floresta e no mundo mural, que também existe dentro das cidades", apontou o movimento do concelho de Tábua, no distrito de Coimbra.

"Enquanto se continuar a gerir a floresta, a agricultura e a problemática dos incêndios desde os gabinetes em Lisboa, tudo vai continuar igual e as catástrofes infelizmente vão continuar", lê-se na nota.

O movimento referiu que, a um mês de se completar sete anos após os incêndios de 15 de outubro de 2017, ainda "existem centenas de famílias sem habitação e as habitações que entraram em contratação pela CCDR-C [Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Centro] ainda não foram terminadas".

Além disso, há agricultores e produtores florestais que nunca tiveram qualquer apoio, por "falta de abertura de candidaturas específicas para a sua atividade" ou "de elegibilidade".

Para o movimento, "faltam acessibilidades que seriam um bem urgente para ajudar economicamente a região" e vias como o Itinerário Complementar (IC) 6, IC7, IC12, IC37 ou ligação a sul ao Itinerário Principal (IP) 3, entre outras, "não seguiram para obra e até foram retiradas do PRR [Plano de Recuperação e Resiliência]".

O PRR, aliás, "seria uma forma mais rápida para executar estes investimentos que são prometidos há décadas e que teimam em não passarem de promessas", destaca-se na nota.

"Não somos portugueses de segunda, somos todos iguais e todos devemos ter o mesmo tratamento", apelou o movimento, acrescentando: "Só queremos que cumpram as promessas aos que ainda por cá resistem".

Também em comunicado, o STAL - Sindicato Nacional dos Trabalhadores da Administração Local e Regional manifestou "a sua solidariedade" e louvou "o esforço e dedicação dos bombeiros profissionais e voluntários, dos profissionais da Proteção Civil, bem como dos trabalhadores das autarquias locais, que combatem heroicamente as chamas, arriscando as próprias vidas em socorro das populações afetadas".

"Perante a verdadeira catástrofe que flagela várias regiões do país, não esquecendo a tragédia humana, o STAL insiste na urgência da adoção de verdadeiras políticas de prevenção e combate aos incêndios e da tomada de medidas de proteção civil que garantam a segurança das populações e dos operacionais", sublinhou.

A direção nacional do STAL apontou ainda "a necessidade de responder às exigências de melhoria das condições de trabalho dos bombeiros e da regulamentação da sua carreira, medidas que o Governo continua a protelar".

 A circulação nas autoestradas A29 e A17 e na Estrada Nacional (EN) 109 já foi retomada depois dos incêndios que hoje lavram no distrito de Aveiro terem obrigado ao seu corte, revelou à Lusa fonte da GNR.

O Comando Territorial da GNR de Aveiro avançou à Lusa que as três vias já estão transitáveis, sem adiantar a hora a que foram reabertas.

Segundo a GNR, permanece cortada a circulação na A1 entre Coimbra norte e Grijó (nó da A41), na A25 entre Angeja e Reigoso (Viseu), e na EN16 entre Cacia e Albergaria-a-Velha.

Cinco incêndios de grandes dimensões no distrito de Aveiro, que hoje provocaram já dois mortos, mobilizavam, pelas 17:00, mais de 1.200 homens, apoiados por 391 viaturas e 12 helicópteros.

Segundo a Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC), uma pessoa ficou carbonizada no fogo de Sever do Vouga e outra sofreu um ataque cardíaco no incêndio de Albergaria-a-Velha.

Entretanto, a Guarda Nacional Republicana esclareceu em comunicado que foi encontrado cerca das 15:30 um corpo carbonizado na zona florestal do Sobreiro, no concelho de Albergaria-a-Velha.

No domingo, um bombeiro que combatia um incêndio na região de Oliveira de Azeméis morreu vítima de doença súbita.

Foram também contabilizados quatro feridos, sendo que três estão internados no hospital de Aveiro e um quarto foi transferido para os Hospitais da Universidade de Coimbra, informou a proteção civil.

Cerca de 70 pessoas tiveram de ser retiradas e pelo menos cinco imóveis, incluindo habitações, foram atingidos pelas chamas em diferentes incêndios rurais que deflagraram entre domingo e hoje nas regiões Norte e Centro, segundo a Proteção Civil.

O presidente da Câmara de Mangualde ativou o Plano Municipal de Proteção Civil devido à "violência dos incêndios" no concelho, anunciou, em comunicado, Marco Almeida.

"O presidente da Câmara Municipal de Mangualde, Marco Almeida, decidiu ativar esta segunda-feira, às 19:12, o Plano Municipal de Proteção Civil devido à violência dos incêndios que decorrem em várias localidades do concelho", escreve no documento.

Com esta ativação, refere, "pretende-se proteger as pessoas e os seus bens".

À agência Lusa o segundo-comandante do Comando Sub-regional Viseu Dão Lafões, João Cardoso, disse que o incêndio que teve início em Miuzela, concelho de Penalva do Castelo, propagou-se ao concelho vizinho de Mangualde.

Por volta das 19:00, o incêndio colocou a aldeia de Quintela de Azurara "em risco de ser atingida pelas chamas", no concelho de Mangualde, no distrito de Viseu.

Este incêndio em mato, cujo alerta aconteceu pelas 00:15, mobilizava, pelas 20:00, 128 operacionais apoiados por 42 veículos.

Os incêndios que mais preocupam as autoridades são os que estão a deflagrar entre a Área Metropolitana do Porto e a Região de Aveiro, em Albergaria-a-Velha, Oliveira de Azeméis e Sever do Vouga, afirmou esta segunda-feira à noite o Comandante Nacional da Proteção Civil, André Fernandes, em conferência de imprensa.

De acordo com o responsável, trata-se de uma área de 30 mil hectares. No terreno já estiveram dois meios aéreos de Espanha, que fizeram 20 descargas. "Certamente que amanhã ainda vão estar ativos, mas a expetativa é que estabilizem durante a noite", explicou.

André Fernandes deu ainda conta que a Proteção Civil prolongou a situação de alerta máximo de incêndios até quinta-feira.

Atualmente existem 139 ocorrências, 19 das quais significativas, estando no terreno 5307 ocorrências, apoiados por 1600 viaturas.

“A prioridade é salvaguardar a vida das pessoas e os seus bens”, frisou André Fernandes, que deu conta de 44 ignições noturnas.

Desde ontem já se registaram três mortes, nove feridos ligeiros e dois feridos graves.

O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, e o primeiro-ministro, Luís Montenegro, vão fazer uma declaração ao país, às 21h00, sobre a situação dos incêndios em Portugal.

Seis pessoas ficaram hoje feridas, duas delas em estado grave, na sequência de dois dos três incêndios ativos em Nelas, disse fonte dos bombeiros.

De acordo com a mesma fonte, no concelho de Mangualde há uma população em risco de ser atingida pelas chamas.

"Há seis pessoas feridas, três do Folhadal e outras três de Vale de Madeiros, entre os 20 anos e os quase 70. Entre eles, há dois em estado grave, que inspiram alguns cuidados", disse à agência Lusa o comandante dos Bombeiros Voluntários de Nelas.

Guilherme Almeida disse que os dois feridos graves "são entre as pessoas mais velhas que estavam a tentar salvaguardar os seus bens", uma em Folhadal e outra em Vale de Madeiros, freguesia de Canas de Senhorim, Nelas.

O incêndio que teve início em Miuzela, concelho de Penalva do Castelo, propagou-se ao concelho vizinho de Mangualde e "colocou, neste momento, [cerca das 19:00] uma aldeia em risco, Quintela de Azurara", disse à agência Lusa o segundo-comandante do Comando Sub-regional Viseu Dão Lafões.

João Cardoso acrescentou que as duas aldeias, Casal das Donas e Sandiães, no concelho de Penalva do Castelo. que estavam em risco de serem atingidas pelas chamas, "já não estão e ficaram livres de perigo".

Segundo fonte da Guarda Nacional Republicana (GNR), os incêndios obrigaram ao corte ao trânsito de várias vias, como o Itinerário Complementar 12 (IC12) em Nelas e as estradas nacionais 231 e 329, em Nelas e Penalva do Castelo.

Em Penalva do Castelo, há a registar, desde as 00:15, um incêndio em mato na localidade de Miuzela, que, cerca das 19:00, mobilizava 114 operacionais apoiados por 38 veículos.

Ainda no concelho de Penalva do Castelo há um outro incêndio, que começou às 20:16 de domingo, também em mato, na localidade de Valamoso.

Estava a ser combatido, pela mesma hora, por 95 operacionais, apoiados por 22 veículos e dois meios aéreos.

No concelho de Nelas, o incêndio em Vale de Madeiros, desde as 14:19, mobiliza 73 operacionais e dois meios aéreos.

Em Folhadal, o incêndio para cujo alerta foi dado pelas 11:53, está a ser combatido por 281 bombeiros, apoiados por 80 veículos e um meio aéreo.

Em Senhorim, o incêndio começou pelas 11:34 e concentra 71 operacionais, apoiados por 19 veículos e um meio aéreo.

 A região do Ave tem hoje incêndios ativos nos concelhos de Fafe, Famalicão, Póvoa de Lanhoso, Guimarães e em Cabeceiras de Basto, este último com 190 operacionais no terreno apoiados por 58 viaturas, indicou a Proteção Civil.

Num balanço feito pelas 19:15, o comandante sub-regional de Emergência e Proteção Civil do Ave disse que o combate ao incêndio em Cabeceiras de Basto, distrito de Braga, que lavra desde as 07:00 de hoje e que já destruiu duas casas, uma de primeira habitação, vai prolongar-se nas próximas horas, provavelmente durante a noite, não havendo, de momento, casas em risco.

"Estamos com muitos incêndios ativos na região [do Ave] e a nossa prioridade é, acima de tudo, a proteçao das pessoas e dos seus bens e a segurança dos nossos operacionais. Tivemos uma mobilização massiva de todos os meios disponíveis. O vento está forte e as ocorrências têm um grande potencial logo na sua fase inicial", sublinhou Rui Costa.

Este responsável deu conta de 13 incêndios ativos na região do Ave, alguns dos quais vão ter reforço de meios, acrescentando que os dois fogos da Póvoa de Lanhoso, distrito de Braga, são aqueles que, atualmente, causam mais preocupação, pois, um deles (Garfe), está a lavrar próximo de habitações.

Foi no combate ao incêndio na freguesia de Garfe que um bombeiro ficou ligeiramente ferido, fruto de uma queda, e teve necessidade de ir ao hospital, adiantou o comandante sub-regional de Emergência e Proteção Civil do Ave.

Segundo este responsável, ainda no concelho da Póvoa de Lanhoso "arderam vários barracões e alfaias agrícolas, e um anexo de uma habitação".

Em relação ao empenho de meios aéreos, estes não puderam operar devidamente, ao longo do dia, face à fraca visibilidade provocada pela extensa e espessa barreira de fumo.

"Quero realçar a disponibilidade de todos os agentes de Proteçao Civil, bombeiros e restantes entidades, num dia de meteorologia severa, em que há um número abismal de ignições que, de pequenos incêndios, rapidamente se transformam em grandes incêndios. Apelo ainda à população para que adote comportamentos responsáveis", declarou o comandante sub-regional de Emergência e Proteção Civil do Ave.

A unidade local de Saúde da Região de Aveiro (ULSRA) informou que hoje, até às 18:00, deram entrada na Urgência de Aveiro cinco pessoas com queimaduras, na sequência dos incêndios que lavram na região.

Destas, uma foi transferida para a ULS de Coimbra, tendo também entrado na Urgência do Hospital de Aveiro três pessoas com dificuldades respiratórias, decorrentes da inalação de fumo e duas com traumatismos, decorrentes do esforço de combate aos incêndios.

Na mesma nota, a ULSRA refere que foram atendidas 127 pessoas nas instalações dos Cuidados de Saúde Primários, não especificando, contudo, se se tratam todos de casos relacionados com os incêndios.

A ULRSA activou hoje pelas 13:00 o seu plano de emergência externa que prevê o atendimento dos doentes com pulseiras azul e verde na Unidade de Saúde Familiar Fénix, de forma a aliviar potencial pressão sobre as urgências do hospital de aveiro

Mais de três quartos dos utentes dizem respeito ao concelho de Albergaria-a-Velha. No Serviço de Atendimento Complementar de Albergaria-a-Velha foram atendidas 57 pessoas e na Unidade de Cuidados Personalizados da Branca foram atendidos 43 doentes.

A ULSRA deu ainda conta do reforço de meios nas urgências do Hospital de Aveiro, nomeadamente nas equipas de Medicina Interna, bem como a equipa de Anestesiologia, em apoio à Sala de Emergência.

"A equipa de Pneumologia mantém-se em atividade até às 20:00, passando a estar, depois desta hora, em regime de prevenção", lê-se na mesma nota.

Relativamente aos Cuidados de Saúde Primários, a ULSRA refere que o Serviço de Atendimento Complementar do Centro de Saúde de Albergaria-a-Velha vai estar aberto ininterruptamente até às 20:00 do dia 17 de setembro e a Unidade de Cuidados de Saúde Personalizados da Branca (Albergaria-a-Velha), que também reforçou a equipa médica e de enfermagem, vai estar aberta até às 20:00 de hoje.

A presidente da Câmara Municipal de Tondela, Carla Antunes Borges, anunciou que os espetáculos agendados para a noite de hoje foram adiados para 2025 devido aos incêndios nos concelhos vizinhos.

"Tendo em consideração as frentes de incêndio em desenvolvimento nos municípios limítrofes, numa medida preventiva e tendo como objetivo garantir a segurança de pessoas e bens, decidimos adiar os espetáculos agendados para esta noite".

Uma decisão também assente num "fogo já ocorrido no município e à situação de alerta decretada para todo o país pelo Governo", referiu a autarca, que adiou os festejos noturnos do Dia do Município de Tondela e último da Feira Industrial e Comercial de Tondela (FICTON), que tinham como cabeça de cartaz Os Quatro e Meia.

"Atendendo ao facto de os espetáculos musicais como os de hoje mobilizarem milhares de pessoas e tendo em consideração as condições de evacuação do recinto, o nosso plano de emergência, e tendo em consideração o aconselhamento das autoridades, do nosso serviço de proteção civil e após avaliação da situação dos incêndios que lavram nos concelhos vizinhos, entendeu-se por bem e por forma a garantir a segurança de todos adiar os eventos desta noite", acrescentou.

Segundo a nota de imprensa, "os espetáculos foram adiados e já remarcados para 16 de setembro do próximo ano e os ingressos de hoje serão válidos para 2025".

"O município lamenta o sucedido e agradece a compreensão de todos", pediu a autarca, que decidiu encerrar o recinto a partir das 19:30.

O bispo de Aveiro, António Moiteiro, anunciou hoje que a diocese disponibiliza os meios das "paróquias e instituições, a fim de mitigar os prejuízos imediatos com o alojamento dos deslocados da sua residência", face aos fogos naquela região.

Em nota publicada na página da diocese na Internet, o prelado apela a todas as paróquias para que estejam presentes com todos os meios ao seu alcance" e compromete "a diocese de Aveiro, através das suas instituições, com uma campanha em favor dos danificados".

António Moiteiro manifesta, ainda, solidariedade com as vítimas da "situação dramática em que se encontram as populações do distrito de Aveiro devido aos incêndios que alastram e afligem muitas" localidades.

Perto de cinco mil operacionais combatiam às 17:40 de hoje os 126 incêndios ativos em Portugal Continental, sendo o que deflagrou no domingo no concelho de Oliveira de Azeméis aquele que mobiliza mais meios, segundo a Proteção Civil.

Também no distrito de Aveiro, no concelho de Albergaria-a-Velha estavam mobilizados 195 operacionais, apoiados por 57 viaturas e um meio aéreo.

Uma pessoa ficou carbonizada no fogo de Sever do Vouga e outra sofreu um ataque cardíaco no incêndio de Albergaria-a-Velha, adiantou a Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil.

Segundo a proteção civil, quatro pessoas ficaram ainda feridas, estando três internadas no hospital de Aveiro e uma quarta transferida para os Hospitais da Universidade de Coimbra.

Os incêndios já causaram a retirada de cerca de 70 pessoas e queimaram pelo menos cinco imóveis, incluindo habitações, que foram atingidos pelas chamas em diferentes incêndios rurais que deflagraram entre domingo e hoje nas regiões Norte e Centro, diz a Proteção Civil.

As chamas obrigaram a cortes de trânsito em várias vias, tais como a A1 entre Coimbra Norte e Estarreja, A25 entre o Nó Aveiro e Reigoso, a A29 sentido norte-sul entre Estarreja e Angeja, IC2 entre Salreu e Águeda, a EN238 em Sever do Vouga, a EN109 entre Estarreja e Aveiro e a EN16 entre Cacia e Albergaria-a-Velha.

O presidente da Liga dos Bombeiros Portugueses (LBP) disse que a chuva que caiu durante o verão contribuiu para "alimentar os pastos para as chamas", avançando que os incêndios de hoje fazem lembrar o que aconteceu em outubro de 2017.

"Não tem havido ocorrências [incêndios], quando há ocorrências a situação fica descontrolada", disse à Lusa António Nunes, considerando que a Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC) tem que coordenar e devia ter antecipado o que está acontecer devido às previsões meteorológicos e enviar mais cedo grupos de reforço para o centro e norte do país.

O presidente da LBP sustentou que os principais problemas que se estão hoje a colocar são massa de ar quente e seco e vento forte, a que se junta "alguma chuva que caiu" no verão, ajudando ao crescimento de erva e mato para queimar.

Questionado sobre os dados do Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas da semana passada que davam contam que este ano o número de fogos e a área ardida registavam o valor mais reduzido na década, António Nunes afirmou que "as contas fazem-se no fim".

O mesmo responsável disse ainda que os fogos de hoje fazem lembrar o que aconteceu em 15 de outubro de 2017, quando vários incêndios deflagraram no norte e centro do país.

Segundo o presidente da LBP, cinco bombeiros sofreram ferimentos e um carro dos bombeiros voluntários de Penalva do Castelo (distrito de Viseu) ardeu devido aos incêndios que estão a atingir o país, sobretudo na região Norte e Centro, obrigando ao corte de estradas, ferrovia e encerramento de escolas, além de já terem ardido diversas casas.

Segundo a ANEPC, os fogos provocaram a morte a dois civis e um bombeiro no distrito de Aveiro.

No domingo, o Governo declarou situação de alerta para todo o território do continente até às 23:59 de terça-feira devido ao agravamento do perigo de incêndios rurais.

Portugal pediu ajuda à União Europeia ao abrigo do Mecanismo Europeu de Proteção Civil e já disponibilizaram meios aéreos França, Itália, Espanha e Grécia, num total de oito aviões 'canadair'.

Os dois aviões pesados enviados por Espanha já estão a atuar no combate aos incêndios.

- Mais de 270 operacionais continuavam a combater, cerca das 17:05, o incêndio na zona de Louriçal do Campo, concelho de Castelo Branco, estando as chamas a evoluir de forma favorável, segundo a Proteção Civil.

De acordo com o Comando Sub-regional da Beira Baixa, pelas 17:05, combatiam o incêndio 271 operacionais, apoiados por 91 viaturas e três meios aéreos.

O incêndio deflagrou cerca das 23:00 de domingo, na região de Louriçal do Campo, no concelho de Castelo Branco.

Segundo disse à agência Lusa fonte da Proteção Civil, "o incêndio ainda não está dominado e têm existido várias reativações".

"Há frente de fogo ativa, sendo que a cabeça do incêndio está neste momento dominada. O combate está a decorrer de forma favorável", sintetizou.

O Exército mobilizou para a zona de Cinfães um Destacamento de Engenharia, em apoio aos agentes de Proteção Civil em Viseu, com um trator de lagartas pesado, com a finalidade de executar faixas de contenção para impedir a progressão do incêndio, bem como, efetuar a apropriação e melhoria de itinerários em apoio aos bombeiros no combate indireto aos incêndios.

Foi disponibilizado ainda, alojamento e alimentação a 62 elementos das equipas de bombeiros preposicionadas para fazer face à situação de alerta especial.

Um incêndio rural que está a lavrar desde cerca das 15:30 de hoje em Vale da Guarda, no concelho de Mafra, obrigou ao corte da Estrada Nacional (EN) 8, disse o comandante dos bombeiros da Malveira.

Miguel Oliveira afirmou à agência Lusa que a EN8 se encontra cortada entre as localidades da Malveira e do Jeromelo, no mesmo concelho do distrito de Lisboa, devido ao fogo, que começou em Vale da Guarda, na freguesia do Milharado.

Segundo o comandante, o incêndio não afeta pessoas, nem bens materiais.

De acordo com a página da Internet da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil, às 18:30 o fogo encontrava-se já em resolução, estando no terreno 224 operacionais e 66 veículos.

Pelas 17:30, as chamas estavam a ser combatidas por dois meios aéreos, 249 operacionais e 72 veículos.

 A prioridade dos bombeiros que combatem o incêndio que deflagrou esta tarde nos arredores da cidade de Coimbra é a proteção das habitações, disse à agência Lusa o comandante sub-regional de Emergência e Proteção Civil.

O fogo que deflagrou às 16:18 em Carvalhosas, na freguesia das Torres do Mondego, muito perto da área urbana de Coimbra, apresenta três frentes ativas, com cerca de três quilómetros cada uma, adiantou Carlos Luís Tavares.

"É um fogo de vento já na área urbana/florestal da cidade de Coimbra e a nossa prioridade é proteger as casas", referiu o comandante sub-regional de Emergência e Proteção Civil da Região de Coimbra, salientando que as chamas estão por controlar e a evoluir na direção da localidade de Ceira.

Nas localidades de Carvalhosas e Lagoas existem casas em perigo, mas segundo Carlos Luís Tavares existem meios nos locais para garantir a sua proteção.

Às 18:45, o incêndio estava a ser combatido por 247 operacionais, apoiados por 66 veículos e quatro meios aéreos.

Seis bombeiros sofreram hoje ferimentos ligeiros, tendo um sido transportado ao hospital, na sequência do incêndio que lavra em Jovim, em Gondomar, distrito do Porto, revelou em comunicado a autarquia.

Fonte da autarquia revelou à Lusa que o bombeiro foi transportado para o Hospital Santo António, no Porto.

O incêndio teve início às 13:02 e, "por precaução, e no sentido de evitar a inalação de fumo, foi evacuado o Lar da Santa Casa da Misericórdia de Gondomar, tendo sido retirados 30 idosos. Os idosos foram transportados para o Multiusos de Gondomar, estando acompanhados pelos técnicos do próprio lar e pelos técnicos das áreas da saúde e da ação social da Câmara Municipal de Gondomar", lê-se no comunicado.

Pela mesma razão, continua a nota de imprensa, "foram evacuados três estabelecimentos de ensino -- EB1 de Ramalde (S. Cosme), EB1 de Aguiar (Jovim) e Jardim de Infância de Trás da Serra (Jovim), tendo, dos cerca de 100 alunos dos três estabelecimentos, 20 sido transportados para o Multiusos de Gondomar, tendo, entretanto, já sido recolhidos pelos encarregados de educação".

Permanecem cortadas a Autoestrada 43 (Gondomar a Gens) e a Estrada D. Miguel (entre a rotunda de acesso à A43 e Jovim), lê-se no comunicado.

O município revela ainda que ardeu uma casa devoluta em São Cosme, freguesia vizinha de Jovim onde deflagrou o incêndio.

A contabilidade dos meios, segundo a câmara, assinala 243 operacionais envolvidos no combate às chamas (137 bombeiros voluntários, 80 militares da GNR, sete agentes da PSP, 15 da Polícia Municipal e quatro da empresa de proteção florestal AFOCELCA), apoiados por 37 viaturas e um meio aéreo.

O incêndio, sublinha o município, encontra-se em fase de evolução e com várias frentes ativas.

O cardeal Américo Aguiar deixou hoje uma mensagem de "solidariedade, de oração, de apoio aos bombeiros e aos homens e mulheres da proteção civil", face aos fogos que estão a assolar o país.

Numa mensagem enviada à agência Lusa, Américo Aguiar, que é o Capelão Nacional da Liga dos Bombeiros Portugueses, lembra que "a época de fogos de 2024 já está, infelizmente, marcada pela morte".

"Primeiro, os nossos muito queridos militares da GNR que faleceram no acidente de helicóptero no Douro e, agora, o falecimento de um bombeiro de São Mamede de Infesta, e tantos outros em situação de ferimentos graves", afirma o também bispo de Setúbal, acrescentando: "Os dias e as horas que estamos a viver são necessariamente de comunhão de todos, de mãos dadas, para sermos capazes de ultrapassar este desafio maior que está a ser o fogo incontrolado, as temperaturas, os ventos (...), qualquer coisa que nenhum de nós está devidamente preparado para corresponder".

Para o cardeal, agora não é o momento "de fazer juízos, nem de ideologicamente fazer considerações".

"São momentos de darmos as mãos e vencermos o inimigo. E o inimigo são os fogos que estão a deflagrar e estão a destruir o património, o ambiente e, infelizmente, também, vidas humanas", acrescentou na mensagem.

 Um incêndio rural que está a lavrar desde cerca das 15:30 de hoje em Vale da Guarda, no concelho de Mafra, obrigou ao corte da Estrada Nacional (EN) 8, disse o comandante dos bombeiros da Malveira.

Miguel Oliveira afirmou à agência Lusa que a EN8 se encontra cortada entre as localidades da Malveira e do Jeromelo, no mesmo concelho do distrito de Lisboa, devido ao fogo, que começou em Vale da Guarda, na freguesia do Milharado.

Segundo o comandante, o incêndio não afeta pessoas, nem bens materiais.

De acordo com a página da Internet da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil, às 18:30 o fogo encontrava-se já em resolução, estando no terreno 224 operacionais e 66 veículos.

Pelas 17:30, as chamas estavam a ser combatidas por dois meios aéreos, 249 operacionais e 72 veículos.

Perto de cinco mil operacionais combatiam às 17:40 de hoje os 126 incêndios ativos em Portugal Continental, sendo o que deflagrou no domingo no concelho de Oliveira de Azeméis aquele que mobiliza mais meios, segundo a Proteção Civil.

De acordo com a informação disponível às 17:40 no 'site' da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC), no terreno a combater os fogos ativos estavam 4.946 operacionais, apoiados por 1.500 viaturas e 39 meios aéreos.

O incêndio que deflagrou no domingo, às 14:52, na União de Freguesias de Pinheiro da Bemposta, Travanca e Palmaz, em Oliveira de Azeméis, no distrito de Aveiro, era o que, às 17:40, concentrava mais meios no local, mobilizando 584 operacionais, apoiados por 198 veículos e seis meios aéreos.

Este incêndio já causou quatro feridos, entre os quais uma bombeira que inspira "mais cuidados".

Desses quatro feridos, três estão internados no hospital de Aveiro e um quarto foi transferido para os Hospitais da Universidade de Coimbra, informou a Proteção Civil.

Ainda no distrito de Aveiro, 272 operacionais, apoiados por 88 viaturas e quatro meios aéreos combatem um incêndio que deflagrou no domingo no concelho de Sever do Vouga.

Também neste distrito, no concelho de Albergaria-a-Velha estavam mobilizados 195 operacionais, apoiados por 57 viaturas e um meio aéreo.

Mais a sul, o incêndio que deflagrou no domingo na freguesia de Louriçal do Campo, no concelho de Castelo Branco, estava às 17:40 a ser combatido por 244 bombeiros, apoiados por 84 viaturas e dois meios aéreos.

No distrito de Lisboa, um incêndio que deflagrou às 15:35 numa zona de mato do concelho de Mafra, mobilizava 223 operacionais, 65 veículos terrestres e dois meios aéreos.

Segundo a ANEPC, uma pessoa ficou carbonizada no fogo de Sever do Vouga e outra sofreu um ataque cardíaco no incêndio de Albergaria-a-Velha.

Cerca de 70 pessoas tiveram de ser retiradas e pelo menos cinco imóveis, incluindo habitações, foram atingidos pelas chamas em diferentes incêndios rurais que deflagraram entre domingo e hoje nas regiões Norte e Centro, segundo a Proteção Civil.

Em conferência de imprensa, às 13:00, o comandante nacional de Emergência e Proteção Civil, André Fernandes, indicou que as evacuações foram registadas nos fogos de Oliveira de Azeméis, Sever do Vouga e Cabeceiras de Basto, e têm "corrido dentro do expectável", com a colaboração das populações.

Portugal pediu ajuda à União Europeia ao abrigo do Mecanismo Europeu de Proteção Civil e já foram disponibilizados meios aéreos de França, Itália, Espanha e Grécia, num total de oito canadair.

Fonte do Ministério da Administração Interna disse à Lusa que os dois aviões canadair espanhóis já estão a atuar nos incêndios em Portugal.

As chamas obrigaram a cortes de trânsito em várias vias, tais como a A1 entre Coimbra Norte e Estarreja, A25 entre o Nó Aveiro e Reigoso, a A29 sentido norte-sul entre Estarreja e Angeja, IC2 entre Salreu e Águeda, a EN238 em Sever do Vouga, a EN109 entre Estarreja e Aveiro e a EN16 entre Cacia e Albergaria-a-Velha.

O incêndio que deflagrou no domingo à noite na zona de Louriçal do Campo, concelho de Castelo Branco, encontra-se em fase de resolução desde as 17:52, segundo a Proteção Civil.

De acordo com o Comando Sub-regional da Beira Baixa da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC), o incêndio encontra-se em "fase de resolução" desde as 17:52, mas mantêm-se no local 244 operacionais, apoiados por 84 viaturas e dois meios aéreos.

Os operacionais vão manter-se no terreno em operações de rescaldo e de vigilância.

O incêndio deflagrou cerca das 23:00 de domingo, em Louriçal do Campo, no concelho de Castelo Branco.

Segundo a GNR, não há neste momento, naquela região, quaisquer estradas cortadas ao trânsito.

O incêndio que lavra desde as 10:53 em Baião, no distrito do Porto, já terá consumido várias habitações e é considerado um dos maiores de sempre no concelho, segundo o presidente da câmara, Paulo Pereira.

"É uma tragédia, nunca se viu uma coisa destas", desabafou, em declarações à Lusa, admitindo que a situação está neste momento "incontrolável".

O autarca afirmou não conseguir precisar quantas casas foram atingidas pelas chamas, porque esse levantamento ainda decorre. Algumas das habitações estariam devolutas, outras talvez não, acrescentou.

Às 17:56, segundo as autoridades nacionais de proteção civil, o incêndio de Baião estava a ser combatido por 96 bombeiros, apoiados por 28 viaturas e um meio aéreo, dispositivo que o autarca considerou insuficiente face à dimensão do fogo.

A partir da localidade de Gôve, onde deflagrou o incêndio, as chamas evoluíram rapidamente às freguesias de Ancede, Santa Cruz do Douro, Grilo, Santa Leocádia e Mesquinhata.

Na zona, disse, o vento forte e as altas temperaturas têm dificultado o combate.

Comparando com outro incêndio de grande dimensão ocorrido em 2022, Paulo Pereira admite que o atual tem uma intensidade três vezes superior na sua propagação.

Para agravar a situação, indicou, outro fogo rural foi detetado na tarde de hoje (15:53) na zona de Gestaçô, nas proximidades das serras do Marão, Aboboreira e Castelo.

O presidente da câmara receia que, face à insuficiência de meios de combate no terreno, as chamas possam evoluir para zonas florestais de grande valor naquelas serras.

Para esta ocorrência estão mobilizados 30 operacionais e 10 viaturas.

A Escola Básica do 2.º e 3.º ciclos do Ensino Básico de Ceira, no concelho de Coimbra, foi evacuada esta tarde devido ao incêndio que deflagrou às 16:18 nas Carvalhosas, informou a Câmara Municipal.

A autarquia de Coimbra salientou que aquele estabelecimento de ensino foi evacuado "por precaução, numa operação conjunta entre as autoridades no terreno e os serviços municipais".

Às 18:00, o fogo lavrava em duas frentes na freguesia de Torres do Mondego, muito perto da área urbana de Coimbra, mobilizava 213 operacionais, apoiados por 53 viaturas e cinco meios aéreos, de acordo com a página da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil Nacional (ANEPC) na Internet.

Em declarações à agência Lusa, o presidente da Junta de Freguesia de Torres do Mondego, Paulo Cardoso, adiantou que na localidade de Carvalhosas as chamas ameaçaram três habitações, mas foram salvas pela ação dos operacionais no terreno.

 As viagens da rede de autocarros Unir, que serve a Área Metropolitana do Porto (AMP), estão a ser "fortemente condicionadas" na Autoestrada do Douro Litoral (A32) devido aos incêndios que lavram na região Norte.

À Lusa, fonte da Área Metropolitana do Porto avançou que os serviços que passam na A32, autoestrada que liga Vila Nova de Gaia a Oliveira de Azeméis, estão a ser fortemente condicionados.

Por esta autoestrada passam alguns autocarros de ligação entre o Porto e Oliveira de Azeméis, São João da Madeira e Santa Maria da Feira.

Fonte da AMP avançou ainda que, devido aos incêndios, está suspensa a linha 1204, que opera dentro no concelho de Oliveira de Azeméis e passa na União de Freguesias de Pinheiro da Bemposta, Travanca e Palmaz.

 A situação agravou-se no incêndio em Vila Pouca de Aguiar, que se aproxima da aldeia de Vila Meã, disse hoje a presidente da câmara, que pediu mais meios para combater os três fogos verificados no concelho.

Num ponto de situação feito à agência Lusa pelas 17:00, Ana Rita Dias referiu que depois de lavrar próximo de Bornes de Aguiar, zona onde foi dado o alerta de incêndio pelas 07:36, o fogo avança para outra aldeia desta freguesia, Vila Meã.

"Estamos a solicitar meios, só que está difícil de virem. Se tivessem mandado os meios logo que foram solicitados nesta altura não teríamos este caos aqui", lamentou a autarca, que realçou que desde as 09:30 que são pedidos meios aéreos para ajudar no combate a este incêndio.

A falta de meio aéreos, na opinião de Ana Rita Dias, é precisamente a maior dificuldade no combate a este fogo que lavra numa zona de pinhal e mato, numa zona montanhosa.

O vento foi também outra dificuldade apontada pela autarca, que referiu que se verificam várias projeções no terreno.

"Já temos outro foco em Sabroso de Aguiar e acabámos de ser informados de que está outro em Telões", realçou ainda a autarca.

Nas redes sociais o município do distrito de Vila Real deixou um apelo à população para que mantenha a calma, não faça deslocações, para que regue à volta das habitações e se mantenha no interior das casas com janelas fechadas.

O alerta para o incêndio de Bornes de Aguiar foi dado às 07:36 e, segundo a página na Internet da Autoridade Nacional e Emergência e Proteção Civil (ANEPC), pelas 17:30 estavam mobilizados para o combate 149 operacionais e 43 viaturas.

Em Sabroso de Aguiar o alerta foi dado às 16:13 e empenhava 27 operacionais e seis viaturas, enquanto em Telões o alerta foi lançado às 16:52 e para o local foram mobilizados 10 operacionais e duas viaturas.

Duas pessoas morreram esta segunda-feira no incêndio Albergaria-a-Velha, no distrito de Aveiro.


Uma pessoa ficou carbonizada e outra sofreu um ataque cardíaco.

Entretanto, a Guarda Nacional Republicana esclareceu em comunicado que foi encontrado cerca das 15:30 um corpo carbonizado na zona florestal do Sobreiro, no concelho de Albergaria-a-Velha.

"Pelos factos apurados até ao momento, trata-se de um cidadão de nacionalidade brasileira, de 28 anos de idade, funcionário de uma empresa que se dedica à exploração florestal. Este cidadão terá ido, juntamente com outros funcionários da empresa, recuperar alguma maquinaria que se encontrava na zona afetada pelo incêndio", refere a GNR, adiantando que a Polícia Judiciária foi chamada ao local, e assume a investigação da ocorrência.

Inicialmente uma das mortes foi reportada pelas autoridades como tendo acontecido na sequência do fogo em Sever do Vouga, mas afinal foram ambas no seguimento do incêndio em Albergaria-a-Velha.

Dois lares e duas escolas de Jovim, em Gondomar, distrito do Porto, foram evacuados por precaução na sequência do incêndio que lavra desde o início da tarde, revelou à Lusa o vice-presidente da Câmara Municipal.

"A retirada dessas pessoas foi feita devido ao intenso fumo que se fazia sentir, [e foi feita] logo por precaução", disse Luís Filipe Araújo.

O autarca revelou ainda "ter ardido uma casa devoluta" e que um bombeiro "sofreu ferimentos ligeiros".

Sobre o incêndio, que deflagrou às 13:02 e que obrigou a condicionamentos no trânsito na Autoestrada 43 e na Estrada D. Miguel, o vice-presidente do município confirmou que as chamas "avançam na direção da Foz do Sousa e que podem chegar à Estrada Nacional 108", na marginal de Gondomar.

"Neste momento o incêndio decorre em mato", precisou Luís Filipe Araújo.

De acordo com o 'site' da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil, às 17:30 o fogo mobilizava 82 operacionais, apoiados por 20 veiculos.

A operadora de autocarros FlixBus suspendeu hoje as viagens nas regiões de Aveiro e do Porto devido aos incêndios que deflagram nas zona centro e norte do país, tendo já obrigado a cancelar 92 viagens.

"Neste momento não estão a sair autocarros e/ou viagens em direção a estas regiões", avançou à agência Lusa fonte da operadora de transportes.

Devido aos incêndios que deflagram nas regiões de Aveiro e do Porto, a FlixBus cancelou 92 viagens, tendo outras 37 sido afetadas.

À Lusa, fonte da empresa adiantou que vários autocarros ficaram retidos na estrada devido aos incêndios, não tendo, no entanto, sido registada nenhuma situação preocupante.

"Os autocarros que circulavam nas áreas mais atingidas conseguiram viajar em segurança até áreas de serviço, e outros, guiados pela polícia, conseguiram regressar e parquear no Terminal de Aveiro", acrescentou.

A FlixBus acrescenta ainda que os passageiros afetados pelos cancelamentos podem escolher entre remarcar a viagem ou ser reembolsados.

"Estamos a monitorizar a situação ao minuto, de forma a minimizar o impacto junto dos nossos passageiros. Isso implica, por exemplo, realizar apenas cancelamentos parciais nas viagens, cancelando apenas a viagem na região afetada pelos incêndios. Isto faz com que, por exemplo, em viagens com destino a Lisboa ou ao Algarve estejamos a conseguir realizar os trajetos de Coimbra até Lisboa ou até ao Algarve, mesmo quando estas eram originalmente realizadas por autocarros vindos do Norte do país", acrescentou.

Duas pessoas morreram hoje nos incêndios de Sever do Vouga e Albergaria-a-Velha, no distrito de Aveiro, disse à Lusa fonte da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC).

Segundo a ANEPC, uma pessoa ficou carbonizada no fogo de Sever do Vouga e outra sofreu um ataque cardíaco no incêndio de Albergaria-a-Velha.

O incêndio que lavra esta segunda-feira em Albergaria-a-Velha, no distrito de Aveiro, já atingiu 20 casas e deixou vários desalojados, tendo causado ainda ferimentos em quatro pessoas, disse o presidente da câmara António Loureiro.

"Neste momento, o incêndio está espalhado pelas seis freguesias e por várias localidades. Temos a lamentar quatro feridos, um deles com alguma gravidade", disse o autarca durante um 'briefing' pelas 14:45.

Entretanto, a Guarda Nacional Republicana esclareceu em comunicado que foi encontrado cerca das 15:30 um corpo carbonizado na zona florestal do Sobreiro, no concelho de Albergaria-a-Velha.

"Pelos factos apurados até ao momento, trata-se de um cidadão de nacionalidade brasileira, de 28 anos de idade, funcionário de uma empresa que se dedica à exploração florestal. Este cidadão terá ido, juntamente com outros funcionários da empresa, recuperar alguma maquinaria que se encontrava na zona afetada pelo incêndio", refere a GNR, adiantando que a Polícia Judiciária foi chamada ao local, e assume a investigação da ocorrência.

No domingo, um bombeiro que combatia um incêndio na região de Oliveira de Azeméis morreu vítima de "doença súbita".

O Itinerário Complementar 12 (IC12) em Nelas e as estradas nacionais 231 e 329, em Nelas e Penalva do Castelo, estão cortadas ao trânsito devido aos incêndios florestais, informou hoje a Guarda Nacional Republicana (GNR).

Numa nota publicada nas redes sociais, o Comando Territorial de Viseu da GNR informa que estão cortadas ao trânsito a Estrada Nacional (EN) 231, entre Nelas e Seia, em ambos os sentidos, assim como a EN 329, que liga Penalva do Castelo a Sátão.

Fonte da GNR disse à agência Lusa que "também o IC12 em Nelas está cortado, devido aos incêndios florestais que decorrem nessas zonas".

Em alternativa, a mesma fonte indicou que "há, nalguns casos, possibilidade de ir por dentro das localidades, como acontece em Nelas", mas, no caso de Penalva do Castelo e Sátão, "só indo a Viseu".

"O ideal é todas as pessoas que não têm a obrigatoriedade de circular nestas estradas não o fazerem, de modo a não provocar nenhum congestionamento rodoviário provocando constrangimentos no combate às chamas", apelou a mesma fonte.

Segundo o Comando Sub-regional Viseu Dão Lafões da Proteção Civil, há cinco incêndios ativos, dois no concelho de Penalva do Castelo e três no de Nelas, ambos no distrito de Viseu.

Em Penalva do Castelo, há a registar, desde as 00:15, um incêndio em mato na localidade de Miuzela, que, pelas 17:00, mobilizava 112 operacionais apoiados por 36 veículos e três meios aéreos.

Ainda no concelho de Penalva do Castelo um outro incêndio, que lavra desde as 20:16 de domingo, também em mato, na localidade de Valamoso, estava a ser combatido, pela mesma hora, por 74 operacionais, apoiados por 19 veículos.

No concelho de Nelas os incêndios ocorrem em Vale de Madeiros, desde as 14:19 e mobilizando 73 operacionais e dois meios aéreos, em Folhadal, cujo alerta foi dado pelas 11:53 e está a ser combatido por 150 bombeiros, apoiados por 44 veículos e um meio aéreo, e em Senhorim, que começou pelas 11:34 e concentra 63 operacionais, apoiados por 18 veículos.

Cinco incêndios de grandes dimensões no distrito de Aveiro, que provocaram já dois mortos, mobilizavam, pelas 17:00, mais de 1.200 homens, apoiados por 391 viaturas e 12 helicópteros.

Segundo o 'site' da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil, dos cinco incêndios significativos no distrito de Aveiro, o que deflagrou no domingo, às 14:52, na União de Freguesias de Pinheiro da Bemposta, Travanca e Palmaz, em Oliveira de Azeméis, era o que, pelas 17:00, concentrava mais meios no local, com 614 operacionais, 205 viaturas e cinco helicópteros.

No concelho de Sever do Vouga lavraram à mesma hora dois incêndios, um na freguesia de Sever do Vouga, que deflagrou no domingo, pelas 15:00, estando as chamas a ser combatidas por 242 operacionais, apoiados por 75 carros e cinco helicópteros, e o segundo na freguesia de Pessegueiro do Vouga, que contava com 95 operacionais, apoiados por 28 viaturas e um helicóptero.

Já o incêndio em Albergaria-a-Velha, que começou no domingo no concelho vizinho de Sever do Vouga e chegou hoje de manhã a habitações localizadas na Cruzinha e Vila das Laranjeiras, mobilizava 196 operacionais, 58 viaturas e um helicóptero.

Em Canedo, Santa Maria da Feira, o incêndio estava a ser combatido por 75 operacionais e 25 viaturas.

Até ao momento, o combate às chamas em Albergaria-a-Velha e Sever do Vouga provocou duas vítimas mortais, avançou fonte da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC).

Segundo a ANEPC, uma pessoa ficou carbonizada no fogo de Sever do Vouga e outra sofreu um ataque cardíaco no incêndio de Albergaria-a-Velha.

Foram também contabilizados quatro feridos, sendo que três estão internados no hospital de Aveiro e um quarto foi transferido para os Hospitais da Universidade de Coimbra, informou a proteção civil.

Cerca de 70 pessoas tiveram de ser retiradas e pelo menos cinco imóveis, incluindo habitações, foram atingidos pelas chamas em diferentes incêndios rurais que deflagraram entre domingo e hoje nas regiões Norte e Centro, segundo a Proteção Civil.

Em conferência de imprensa, às 13:00, o comandante nacional de Emergência e Proteção Civil, André Fernandes, indicou que as evacuações foram registadas nos fogos de Oliveira de Azeméis, Sever do Vouga e Cabeceiras de Basto, e têm "corrido dentro do expectável", com a colaboração das populações.

As chamas obrigaram a cortes de trânsito em várias vias, tais como a A1 entre Coimbra Norte e Estarreja, A25 entre o Nó Aveiro e Reigoso, a A29 sentido norte-sul entre Estarreja e Angeja, IC2 entre Salreu e Águeda, a EN238 em Sever do Vouga, a EN109 entre Estarreja e Aveiro e a EN16 entre Cacia e Albergaria-a-Velha.

A presidente do Parlamento Europeu (PE) expressou hoje solidariedade para com Portugal pelos incêndios "devastadores" e as cheias noutros países do bloco comunitário e anunciou um debate para avaliar a "prontidão de assistência" na União.

"Assistimos às consequências de fenómenos meteorológicos extremos, cheias na Polónia, Hungria, Áustria, Roménia, República Checa, Eslováquia e Alemanha. São devastadores, assim como são os grandes incêndios em Portugal", disse Roberta Metsola, na abertura da sessão do PE em Estrasburgo (França).

Roberta Metsola acrescentou que nos países da União Europeia (UE) que estão a tentar debelar estes fenómenos está a ser comprovada a capacidade de "ser corajoso sob pressão e de sobrevivência" e que "é um momento para solidariedade europeia".

"No pior dos momentos a nossa população tem de ver o melhor da UE. Deixe-me dizer que vamos fazer o que seja necessário para ajudar e, nesse sentido, os líderes dos grupos políticos concordaram com um debate, a realizar na quarta-feira, sobre a prontidão para assistência crucial nos países e regiões afetadas", completou a presidente do PE.

"Estão todos no nosso pensamento", disse a eurodeputada.

Os líderes do PS, Livre e CDS-PP manifestaram hoje a sua solidariedade com a população afetada pelos incêndios em várias localidades do centro e norte do país e agradeceram o papel das autoridades envolvidas.

Numa mensagem na rede social 'X' (antigo Twitter), o secretário-geral do PS, Pedro Nuno Santos, manifestou solidariedade "para com as populações afetadas pelos incêndios que assolam o país, particularmente na zona norte e centro do território continental".

"Apelo a todos para que sigamos as orientações das autoridades. O maior contributo que podemos dar neste momento é evitar comportamentos de risco e respeitar as indicações da Proteção Civil e demais autoridades", alertou.

O líder do PS deixou ainda uma "mensagem de força e coragem a todos os bombeiros no terreno, com especial apreço pela corporação de São Mamede de Infesta" e aos familiares e colegas do bombeiro João Silva, "que tragicamente perdeu a vida devido a uma doença súbita durante o combate ao incêndio em Oliveira de Azeméis", Pedro Nuno Santos deixou as suas "mais sinceras e profundas condolências".

Em comunicado, o presidente do CDS-PP, Nuno Melo, afirmou que o partido está a acompanhar "com grande atenção e preocupação a evolução dos incêndios que ocorrem em vários pontos do país" e agradeceu "o empenho abnegado, num cenário de enormes riscos, dos bombeiros, das forças de segurança e dos militares dos três ramos das Forças Armadas envolvidos no gigantesco esforço de prevenção e combate".

"O CDS apresenta sentimentos sinceros à família do bombeiro falecido em razão de «doença súbita», durante o combate a um incêndio em Oliveira de Azeméis, bem como à respetiva corporação e aos bombeiros portugueses", é acrescentado.

Em declarações aos jornalistas na Assembleia da República, o porta-voz do Livre Rui Tavares também disse estar a acompanhar com preocupação a situação vivida no país.

"Queremos exprimir a nossa solidariedade para com as vítimas destes incêndios, as pessoas que estão afetadas por eles e, evidentemente, prestar as nossas mais sentidas condolências à família e aos amigos do bombeiro que perdeu a vida nestes incêndios", lamentou.

Rui Tavares destacou a entreajuda à escala europeia da qual o país está a beneficiar -- com a receção de vários meios aéreos ao abrigo do Mecanismo Europeu de Proteção Civil -- e apelou para que todos "sigam as instruções das autoridades e se protejam".

No total, os incêndios que deflagraram no domingo já causaram três mortos: um bombeiro que combatia chamas na região de Oliveira de Azeméis, vítima de "doença súbita", e outras duas pessoas, uma carbonizada no fogo de Sever do Vouga e outra sofreu um ataque cardíaco no incêndio de Albergaria-a-Velha.

Portugal acionou o Mecanismo Europeu de Proteção Civil e, no âmbito dessa cooperação, chegam hoje a Portugal dois aviões canadair de Espanha e estão também previstos outros dois meios aéreos de França, disse à Lusa fonte do Ministério da Administração Interna (MAI).

Fonte da Proteção Civil disse entretanto à Lusa que também já manifestaram disponibilidade para apoiar Portugal a Itália e a Grécia, com dois aviões canadair cada, totalizando oito os meios aéreos que podem chegar a Portugal através do Mecanismo Europeu de Proteção Civil.

No domingo, o Governo declarou situação de alerta para todo o território do continente até às 23:59 de terça-feira devido ao agravamento do perigo de incêndios rurais.

Segundo o último balanço da ANEPC, ao final da manhã de hoje estavam ativos 36 incêndios, que mobilizavam mais de 2.100 operacionais, apoiados por 645 viaturas e 32 meios aéreos.

O Canil Intermunicipal das Terras de Santa Maria, instalado em Oliveira de Azeméis, está a pedir coleiras, trelas e transporte à população, para o caso de ter que realojar 170 cães devido ao incêndio a lavrar no concelho.

Esse equipamento do município do distrito de Aveiro e da Área Metropolitana do Porto acolhe animais errantes de seis concelhos da região -- não apenas Azeméis, mas também Arouca, Espinho, Santa Maria da Feira, São João da Madeira e Vale de Cambra -- e não dispõe de equipamento para uma retirada em massa.

"Temos sempre algumas coleiras e trelas, mas não as suficientes para 170 animais e é por isso que estamos a pedir o apoio da população e de várias entidades, numa medida preventiva", declarou Tereza Pouzada, secretária-geral da Associação de Municípios das Terras de Santa Maria, que gere o abrigo.

Essa responsável disse à Lusa que "o fogo não está muito próximo" de Ossela, onde está instalado o canil, mas realçou que o seu plano de evacuação "já foi acionado", pelo que "está tudo pronto para avançar se a Proteção Civil decidir que é preciso evacuar as instalações".

A pensar nessa eventualidade, algumas dezenas de cães já estão a ser encaminhados para outros locais, inclusive para a casa de famílias que, tendo agendado adoções para os próximos dias, estão a antecipar a recolha do seu animal a pedido do canil.

"Algumas associações também vieram buscar animais, por terem melhores condições para os acolher nesta altura, e há câmaras municipais que já estão a preparar pavilhões para abrigo temporário", acrescentou Teresa Pouzada.

É o caso da autarquia de Santa Maria da Feira, que estará a adaptar para essa eventualidade o edifício escolar do antigo ciclo e terá capacidade para aí recolher 100 cães. O mesmo se verifica com a Câmara de Vale de Cambra, que vem preparando idênticos ajustes num pavilhão municipal.

"Além disso, também houve casas particulares que se disponibilizaram para acolher alguns dos nossos animais se for necessário, portanto está tudo controlado", garantiu Teresa Pouzada.

A lavrar desde domingo após um reacendimento resultante de outro incêndio, o fogo no concelho de Oliveira de Azeméis já causou quatro feridos, entre os quais uma bombeira que inspira "mais cuidados".

Às 16:50, o fogo nesse concelho estava a ser combatido por 200 operacionais, apoiados por 58 veículos e um meio aéreo.

Três dos feridos dos incêndios que lavram hoje no distrito de Aveiro estão internados no hospital de Aveiro e um quarto foi transferido para os Hospitais da Universidade de Coimbra, informou a proteção civil.

"Encontram-se internados no hospital de Aveiro três feridos (dois com queimaduras e um por efeitos de uma projeção/explosão), tendo um outro ferido grave sido evacuado para os Hospitais da Universidade de Coimbra", refere um comunicado da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil.

Fonte do hospital de Aveiro disse à Lusa que os feridos com queimaduras são dois civis e o terceiro é um bombeiro que sofreu ferimentos na sequência de uma projeção/explosão.

A mesma fonte adiantou ainda que estão a dar entrada muitas crianças com problemas respiratórios, tendo sido já reforçada a equipa de pneumologia.

O Centro Hospitalar do Baixo Vouga abriu pelas 13:00 a Unidade de Saúde Familiar Fénix, a funcionar no Centro de Saúde de Aveiro, para onde irão direcionar os doentes com patologias ligeiras (pulseiras verdes e azuis).

Pelas 16:30, segundo o 'site' da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil, havia cinco fogos de grandes dimensões no distrito de Aveiro, sendo o que envolve mais meios o de Oliveira de Azeméis com 616 operacionais, apoiados por 205 viaturas e sete meios aéreos.

Em Sever do Vouga há dois incêndios ativos que estão a ser combatidos por 338 operacionais, apoiados por 103 viaturas e oito meios aéreos.

Em Albergaria-a-Velha estão mobilizados 156 operacionais e 58 viaturas e em Santa Maria da Feira, 72 operacionais e 23 viaturas.

O Parque Biológico de Gaia foi hoje encerrado, por precaução, devido aos incêndios ativos no concelho e municípios vizinhos, situação que vai ser reavaliada na terça-feira, avançou hoje fonte do município.

A decisão foi avançada por fonte camarária antes do início da reunião do executivo municipal, que decorre sem a presença do presidente da Câmara de Vila Nova de Gaia, Eduardo Vítor Rodrigues, que está acompanhar o combate às chamas no concelho, nomeadamente no Monte da Virgem.

A decisão de encerramento do Parque Biológico será revalidada na terça-feira à hora do almoço, mediante as condições meteorológicas. Para já, a decisão de encerramento não abrange o Parque da Lavandeira.

  De acordo com a página na Internet da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil, pelas 16:30 lavrava um incêndio em Avintes, no concelho de Gaia, desde as 14:39, mobilizando 11 bombeiros e três viaturas.

O posto de comando das operações de combate ao incêndio que lavra desde domingo em Oliveira de Azeméis vai ser transferido de Palmaz, onde a situação acalmou, para Travanca, perto dos atuais focos de maior preocupação.

Segundo revelou hoje à tarde fonte oficial da referida autarquia do distrito de Aveiro e da Área Metropolitana do Porto, a transferência do referido posto de comando, com as suas estruturas portáteis, deve-se à necessidade de aproximação ao local onde agora se concentram os trabalhos -- que, devido a um fogo com três fontes ativas e vários focos, envolvia pelas 15:20 a intervenção de 559 operacionais, apoiados por 188 veículos e sete meios aéreos.

"A situação em Palmaz ficou mais tranquila e o posto de comando vai ser transferido para Travanca, numa localização entre a igreja e o cemitério, que agora é mais conveniente para as operações", disse a fonte da Câmara Municipal.

Um dos pontos próximos de Travanca que agora gera preocupação é uma carpintaria de Macinhata da Seixa, que os operacionais no terreno estão a tentar proteger do avanço do fogo.

"É uma fábrica modesta, com duas pessoas, mas tem lá uma quantidade considerável de madeiras", informa Ana Paula Tavares, secretária da Junta da União de Freguesias de Macinhata, Oliveira de Azeméis, Ul, Santiago de Riba Ul e Madaíl.

Essa responsável afirma, ainda assim, que "de manhã a situação era muito pior".

"Há umas horas é que estava mesmo grave. Mas a Proteção Civil foi incansável, nunca nos faltaram cá pessoas a ajudar e neste momento as coisas estão mais controladas. Há pequenos reacendimentos, mas os helicópteros ainda cá andam e não nos tem faltado apoio", declara Ana Paula Tavares.

O presidente da mesma Junta, Manuel Alberto Pereira, diz que a população está "sensibilizada" para a necessidade de proteger os seus próprios bens, mas lamenta as fracas condições de visibilidade na região, cujos céus estão agora obscurecidos por fumo e cinza.

"Não há forma de os helicópteros fazerem o ataque ao foco sem visibilidade", refere.

A presidente da Junta da União de Freguesias de Pinheiro da Bemposta e Palmaz, Susana Mortágua, também afirma que "a situação já não está tão má como de manhã" e refere que há meios de combate em todos os pontos habitacionais mais próximos das chamas.

É o caso de Vilarinho de São Luís, povoado classificado como "Aldeia de Portugal". De acordo com a presidente da junta, nesse local "há algumas casas habitadas, mas o que está a arder é o mato em volta e os bombeiros estão lá a controlar o avanço do fogo".

A lavrar desde domingo na sequência de um reacendimento resultante de outro incêndio, o fogo no concelho de Oliveira de Azeméis já causou quatro feridos, entre os quais uma bombeira que, segundo explicou o presidente da autarquia à Lusa esta manhã, estará "a inspirar mais cuidados".

O comando local de operações continuou indisponivel para esclarecimentos mas o Ministério da administração interna informou que o Governo já acionou entretanto a ajuda internacional, requisitando quatro parelhas de aviões Canadair para intervir no território -- não apenas Oliveira de Azeméis, mas também Albergaria-a-Velha e Sever do Vouga, atualmente com outros grandes incêndios.

Esses meios vão chegar de Espanha, Grécia, Itália e França, sendo que os primeiros são esperados em Portugal por volta das 20:00.

A operação da rede Expressos entre Lisboa e Porto e Lisboa e Bragança está hoje suspensa, pelo menos até às 20:00, devido aos incêndios que lavram na zona centro e norte do país, foi hoje revelado.

Em declarações à agência Lusa, o gabinete de comunicação da Rede Expressos avançou que pelas 20:00 será feita uma reavaliação com as autoridades.

Neste momento, as viagens entre Lisboa e Porto estão suspensas, funcionando o serviço apenas entre Lisboa e Coimbra.

Também a operação entre Lisboa e Bragança está suspensa, permanecendo, no entanto, em funcionamento a ligação Lisboa -- Viseu -- Bragança.

À Lusa, fonte da empresa assegurou que está a ser dado apoio aos passageiros.

Cerca de 70 pessoas tiveram de ser retiradas e pelo menos cinco imóveis, incluindo habitações, foram atingidos pelas chamas em diferentes incêndios rurais que deflagraram entre domingo e hoje nas regiões Norte e Centro, segundo a Proteção Civil.

Em conferência de imprensa, às 13:00, o comandante nacional de Emergência e Proteção Civil, André Fernandes, indicou que as evacuações foram registadas nos fogos de Oliveira de Azeméis, Sever do Vouga e Cabeceiras de Basto, e têm "corrido dentro do expectável", com a colaboração das populações.

As chamas obrigaram a cortes de trânsito nas autoestradas A25, A1 (incluindo no nó com a A41), A29, A17 e A32 e no Itinerário Complementar (IC) 2, além de motivarem alguns condicionamentos ferroviários.

O segundo-comandante do Comando Sub-regional Viseu Dão Lafões, João Cardoso, disse à agência Lusa pelas 15:00 de hoje que há duas aldeias ameaçadas pelas chamas do incêndio que deflagrou na zona de Miuzela.

"Neste momento o incêndio está com três frentes ativas e há duas populações em risco: Casal das Donas e Sandiães. Vila Cova do Covelo já esteve, confinamos a aldeia, mas já está livre de perigo", adiantou João Cardoso.

Fonte do Comando Sub-regional de Viseu Dão Lafões disse à agência Lusa que este incêndio, que teve início pelas 00:15, mobilizava, pelas 15:00, três meios aéreos e 121 operacionais.

Ainda no concelho de Penalva do Castelo, no distrito de Viseu, há um outro incêndio, desde as 20:16 de domingo, também em mato, em Valamoso, que mobiliza 75 operacionais e um meio aéreo, indicou a mesma fonte.

Na região Viseu Dão Lafões estão igualmente ativos três outros incêndios, estes no concelho de Nelas: em Vale de Madeiros, que desde as 14:19 mobiliza 73 operacionais e dois meios aéreos, em Folhadal, cujo alerta foi dado pelas 11:53 e está a ser combatido por 129 bombeiros, e em Senhorim, que começou pelas 11:34 e concentra 64 operacionais.

Três casas arderam hoje no incêndio que está a lavrar na freguesia de Jovim, em Gondomar, revelou à Lusa fonte da GNR, confirmando haver pessoas desalojadas, sem contudo especificar a quantidade.

O incêndio, em curso desde as 13:02, já avançou na direção da freguesia vizinha da Foz do Sousa, tendo sido encerradas, por precaução, escolas locais, revelou fonte da Proteção Civil.

Devido ao avançar das chamas, mantém-se o corte na circulação na Autoestrada (A) 43, entre Gondomar Este e nó da A41, e na Estrada D. Miguel, ambas em Gondomar.

Numa publicação na sua página no Facebook, o presidente da Câmara de Gondomar, Marco Martins, assinalou, ao início da tarde a possibilidade de corte da Estrada Nacional 108, que junto ao rio Douro liga o Porto e Entre-os-Rios.

A página do Comando Sub-Regional da Área Metropolitana do Porto indicava às 14:24 que estavam no combate às chamas 35 operacionais apoiados por nove viaturas.

O presidente da Câmara de Águeda, Jorge Almeida, disse hoje à Lusa que há um bombeiro da corporação local que ficou ferido no combate aos incêndios que lavram no concelho e atingiram várias casas.

"Temos casas atingidas e um bombeiro ferido, da corporação de Águeda, e neste momento [15:20] são zonas críticas com fogos ativos Macinhata, Soutelo e Serém", disse à Lusa Jorge Almeida.

"Desde manhã que o incêndio vindo de Sever do Vouga atingiu o concelho de Águeda", disse, acrescentado ter sido necessário retirar pessoas em Jafafe, Macinhata, Serém, Cavada Nova e Sernada.

De acordo com o autarca, há casas consumidas pelo fogo, não só edifícios devolutos, mas também algumas habitações permanentes na Freguesia de Macinhata do Vouga, em Serém, Cavada Nova, Sernada e Jafafe.

O presidente da Câmara de Águeda mostrou-se apreensivo quanto às próximas horas.

"Já se percebeu que isto não se vai resolver rapidamente e é previsível que ao fim do dia volte a intensificar-se o vento", disse.

Às 15:50, Sever do Vouga, no distrito de Aveiro, contava com dois fogos ativos, mobilizando no total 321 bombeiros, apoiados por 102 veículos e três meios aéreos, de acordo com a página na Internet da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil.

O presidente da câmara referiu ainda que há 20 casas afetadas pelo incêndio, além de viaturas, dois armazéns, um escritório, tendo ficado várias pessoas desalojadas.

"A câmara já está a montar uma operação para dar alojamento a essas pessoas. Retirámos as pessoas para o Cineteatro Alba, como forma de segurança e dar apoio às pessoas. Agora, durante a tarde, vamos começar a alojar essas pessoas num espaço que vamos criar", acrescentou.

Segundo o autarca, os feridos são pessoas que estavam a tentar apagar os incêndios nas suas habitações.

Acrescentou que o incêndio teve origem nos concelhos vizinhos de Sever do Vouga e Oliveira de Azeméis e depressa se alastrou a Albergaria, devido às condições climatéricas desfavoráveis.

Disse ainda que está a ser "extremamente complexo" gerir este fogo devido à falta de meios porque "os recursos humanos estavam todos afetos a estes dois grandes incêndios", adiantando que os meios aéreos nao podem atuar devido às condições climatéricas.

O autarca apelou ainda às pessoas para ficarem em casa de forma a não colocarem em perigo a sua própria vida: "fechem as casas todas, protejam-se, reguem as casas e os vossos jardins, mas acima de tudo não ponham a vida em perigo".

Segundo a página oficial da Proteção Civil, consultada pelas 15:20, o fogo que deflagrou em Albergaria estava a ser combatido por 194 operacionais e 59 veículos.

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