Incêndios: Três fogos com mais de 1000 operacionais são os que mais preocupam

Incêndio em Ourém, no distrito de Santarém, é o que mobiliza mais meios: 585 operacionais, apoiados por 196 veículos.
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Três incêndios nos distritos de Santarém, Leiria e Vila Real eram às 08:00 os que mais preocupavam os bombeiros, podendo nas próximas horas juntarem-se meios aéreos no combate, disse à agência Lusa fonte da proteção civil.

O oficial de operações da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC) Rodrigo Bretelo referiu que "durante a noite não houve necessidade de evacuar localidades", acrescentando que "não houve habitações em perigo" e que os "três incêndios estiveram sempre tanto ao nível da consolidação e rescaldo como ao nível do perigo para habitações e populações controlados".

"A esta hora mantém-se o incêndio da Cumeada, concelho de Ourém, em Santarém, que teve início na quinta-feira e que está com 585 operacionais e 196 veículos. O incêndio maioritariamente está em resolução e vigilância ativa. Apenas não passou efetivamente a resolução (...) porque tivemos algumas reativações durante a noite. Como a área é muito extensa e temos muitos pontos quentes, mantém-se a vigilância e rescaldo no local", disse à Lusa o oficial de operações Rodrigo Bretelo, da Proteção Civil.

De acordo com o oficial da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC), mantém-se igualmente na mesma situação de rescaldo e vigilância ativa, o incêndio que deflagrou às 15:50 de sexta-feira em Vale da Pia, concelho de Pombal, no distrito de Leiria. Mobilizava 342 operacionais, com o apoio de 108 veículos.

"Atendendo à extensa área do incêndio, mantém-se em curso, apesar de no seu perímetro estarmos em trabalho de vigilância ativa, tendo havido apenas cerca das 07:20 uma reativação na localidade de Sarzeda", indicou.

A preocupar os bombeiros está também o fogo que deflagrou às 15:15 de domingo em Canedo, concelho de Ribeira de Pena, no distrito de Vila Real, que estava às 08:00 a ser combatido por 150 operacionais, com o auxílio de 143 veículos.

"Às 07:10 estava em rescaldo, mas num dos seus setores estava ativo, ainda que a ceder aos meios", disse.

O oficial de operações da ANEPC disse também que nas próximas horas devem ser ativados se necessário meios aéreos para ajudar no combate.

Portugal continental entrou esta segunda-feira às 00:00 em situação de contingência, que deverá terminar às 23:59 de sexta-feira, mas poderá ser prolongada caso seja necessário. A essa hora, mais de 2.000 bombeiros combatiam 52 fogos em Portugal continental.

Segundo a página eletrónica da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil, um total de 2.027 operacionais, apoiados por 622 veículos, combatiam pela meia-noite 52 incêndios, nove dos quais estavam ativos, oito em resolução e 35 em conclusão.

De acordo com a nota do MAI, a declaração da situação de contingência implica "o imediato acionamento de todos os planos de emergência e proteção civil nos diferentes níveis territoriais", a passagem ao estado de alerta especial de nível vermelho, do Dispositivo Especial de Combate a Incêndios Rurais (DECIR), para todos os distritos, com mobilização de todos os meios disponíveis, e "o reforço do dispositivo dos corpos de bombeiros com a contratualização de até 100 novas equipas, mediante a disponibilidade dos corpos de bombeiros".

O risco de incêndio levou ainda o primeiro-ministro a cancelar uma visita que tinha planeada a Moçambique entre segunda e terça-feira. António Costa desloca-se esta segunda-feira a Coimbra, Lousã e Viseu para "verificar no terreno a operação e dar visibilidade a todos os recursos e meios para o combate aos incêndios".

O primeiro-ministro estará acompanhado pelos ministros da Administração Interna, José Luís Carneiro, e do Ambiente e da Ação Climática, Duarte Cordeiro, e pelo presidente da Agência para a Gestão Integrada de Fogos Rurais (AGIF), Tiago Oliveira.

O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, também cancelou uma deslocação a Nova Iorque.

Portugal continental tem mais de 80 concelhos de 10 distritos em perigo máximo de incêndio rural devido às previsões meteorológicas para os próximos dias, segundo o IPMA.

Em perigo máximo estão mais de 80 concelhos dos distritos de Bragança, Vila Real, Braga, Viseu, Guarda, Coimbra, Castelo Branco, Portalegre, Beja e Faro.

O Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA) colocou também vários concelhos de todos os distritos de Portugal continental em perigo muito elevado e elevado de incêndio rural.

O perigo de incêndio, determinado pelo IPMA, tem cinco níveis, que vão de reduzido a máximo.

Os cálculos são obtidos a partir da temperatura do ar, humidade relativa, velocidade do vento e quantidade de precipitação nas últimas 24 horas.

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