Há carnívoros "à solta" no Museu de História Natural

Ursos, lobos, linces e glutões são as estrelas da exposição "Reis da Europa Selvagem"
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São retratados nos seus habitats naturais, com o ambiente, alguma fauna e a vegetação reproduzidos em detalhes realistas, mas também há vídeos e imagens projetadas e até um módulo de realidade aumentada, onde se pode "tocar" num urso. É a nova exposição "Reis da Europa Selvagem", hoje inaugurada no Museu Nacional de História e da Ciência (MUHNAC), em Lisboa, onde se desvenda a realidade de quatro grandes carnívoros do Velho Continente - o urso, o lince, o lobo e o glutão -, as ameaças que enfrentam e os esforços que estão a ser feitos para a sua conservação.

"Tudo está baseado nos mais recentes dados e científicos sobre estas espécies", explica Cristiane Bastos-Silveira, curadora da coleção de mamíferos do MUHNAC e coorganizadora da exposição, com Francisco Petrucci-Fonseca, presidente do Grupo Lobo.

Tudo começou, aliás, por causa do lobo. No âmbito do projeto europeu Life Med-Wolf, o Grupo Lobo quis montar uma mostra para desfazer mitos e dar a conhecer ao grande público esta espécie ameaçada e mal compreendida. "Foi então que tivemos a ideia de alargar o âmbito da exposição e incluir outros três grandes carnívoros da Europa", conta Cristiane Bastos-Silveira.

Módulo a módulo, as emblemáticas espécies vão-se revelando através das três grandes salas do museu que lhe foram destinadas. Para cada uma delas há um BI com as suas principais características, o território que cada uma delas ocupa na geografia europeia, o número de indivíduos que existem e os conflitos que se geram com as populações humanas.

Os lobos, por exemplo, são particularmente mal vistos por agricultores e pastores. Já os ursos e os glutões são mais vulneráveis à caça ilegal, enquanto os linces - o europeu e o ibérico, porque são duas espécies diferente - estão sujeitos a envenenamentos intencionais e a atropelamentos. Há muitas estradas a cruzar os seus amplos territórios. Factos, números e imagens mostram toda essa realidade, também através de vídeos que estão em exibição permanente.

Os esforços de conservação e os seus resultados - alguns muitos encorajadores - um módulo da realidade aumentada para entrar no mundo de um urso, e um cantinho infantil onde há livros com histórias e bonecos sobre as quatro espécies completam a mostra.

Mesmo à saída, para a qual se caminha seguindo rastos de pegadas de ursos e linces, glutões e lobos semeadas pelo chão, uma coleção de provérbios europeus dedicados a estes animais revela o que eles são no imaginário coletivo europeu. Ah, falta o glutão: esse só vive na Escandinávia e é mais conhecido por wolverine.

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